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Os principais desafios da curricularização da extensão. E como superá-los

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As instituições de ensino superior (IES) brasileiras têm até 19 de dezembro de 2022 para implementar a curricularização da extensão. Até lá, muito trabalho precisa ser feito para garantir que 10% da carga horária de todos os cursos seja destinada à extensão, como obrigam as diretrizes do Conselho Nacional de Educação (CNE).

Não há tempo a perder. Estamos falando de cerca de um ano e meio para promover inovações metodológicas, investir em tecnologias da educação, alterar currículos e projetos pedagógicos, capacitar professores e colaboradores, aproximar a IES da comunidade e transformar a cultura da instituição.

Veja quatro dos principais desafios impostos pela curricularização da extensão. E como as IES podem superá-los

1) Escalabilidade

O diretor da Plataforma A, Gustavo Hoffmann, costuma dizer que a implementação em larga escala é um dos principais desafios da curricularização da extensão. Afinal, a reserva de 10% da carga horária para atividades extensionistas precisa chegar a todos os cursos da instituição.

Por isso, embora as instituições tenham até janeiro de 2023 para se adaptar às regras, a dica é iniciar o trabalho o quanto antes. Hoffmann incentiva a adoção de projetos pilotos em pelo menos dois cursos desde já. Isso abrirá caminho para aprendizados e correções de rumo.

2) Uso estratégico

A curricularização da extensão não deve ser vista apenas como uma regra a ser cumprida. Nesse sentido, o desafio é pensar em como ela pode ter um impacto estratégico na operação da instituição, gerando benefícios em marketing, finanças e, é claro, na aprendizagem dos estudantes.

Um exemplo é a possibilidade de economia. Se for bem modelada, implementada e executada, a extensão pode custar até metade do valor demandando por uma disciplina, segundo Hoffmann. Isso levando em conta a estrutura financeira de cursos tradicionais como Engenharia, Ciências Contábeis e Administração.

Leia mais: Curricularização da Extensão: entrevista com Simone Imperatore

3) Gestão dos projetos

As atividades extensionistas devem ser sistematizáveis e mensuráveis para fins de avaliação, conforme determinam as diretrizes do CNE. Além disso, é necessário promover o contato e organizar o fluxo de demandas oriundas dos atores parceiros, como comunidade, empresas e instituições sociais.

Nesse caso, a adoção de plataformas que permitem a organização, registro e acompanhamento de projetos integradores é a saída mais indicada. Elas são acessadas por alunos, professores, mentores e entes externos, facilitando a gestão da curricularização e conectando todos os atores envolvidos na extensão.

4) Mudança de cultura

Promover a aplicação prática dos conhecimentos, diminuindo o abismo entre a academia e o mercado de trabalho, é um dos objetivos da curricularização da extensão. Uma revolução dessa grandeza, entretanto, exige transformação cultural em instituições acostumadas ao ensino conteudista.

Para superar resistências, é fundamental promover a capacitação contínua dos professores. Os treinamentos devem mirar na adoção de metodologias ativas e novas formas de avaliação, por exemplo. Alunos também precisam ser sensibilizados sobre a importância e o impacto do novo modelo educacional.

Leia mais: Com tecnologia e planejamento, Cesmac implementa a curricularização da extensão na EAD

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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