As férias escolares de julho costumam ter viagens e passeios. Mas ainda que haja uma tendência de queda nas taxas de infecção e de mortalidade por covid-19 no Brasil, os especialistas em saúde recomendam cautela. Enquanto não alcançarmos uma faixa segura de imunização da população, o melhor segue sendo ficar em casa (de novo) e não viajar (de novo!).
Com viagens restritas, distanciamento físico e escolas fechadas, crianças e adolescentes podem passar ainda mais tempo em casa. Um dos desafios é não transformar esse “tempo a mais” em algo ocioso. Quando o ócio se instala, é mais provável que o tempo livre das aulas e das tarefas escolares seja revertido em horas e mais horas na frente de computador, celular, televisão.
Isso não seria necessariamente um problema – não fosse o fato dos alunos estarem há mais de um ano em frente às telas.
Ao longo de julho, o ideal é estimular atividades que priorizam o desenvolvimento motor e o exercício corporal. “Pesquisas recentes apontam que crianças estão se movimentando cada vez menos e que o tempo em frente às telas pode ser um fator preocupante quando nos referimos à saúde”, alerta Juliana Landolfi Maia, assessora pedagógica do time de formação de professores do Sistema Positivo de Ensino.
Planejamento
Um bom primeiro passo para lidar com crianças (em recesso escolar ou não) é organizar um cronograma de atividades – seja para lazer, estudo ou tarefas da casa. Reserve um tempo para planejar a semana ou o dia – incluindo à lista atividades e situações como alimentação, sono, higiene, organização, lazer e estudos, se houver.
Em razão das férias, em julho você pode incluir atividades que tomarão o tempo antes dedicado à escola. Aqui, vale pré-determinar o limite de horário para o uso de eletrônicos, principalmente com adolescentes. Combinar previamente algumas recompensas pelo cumprimento do cronograma pode ser benéfico.
Nem todas as famílias, porém, conseguem estabelecer uma rotina com cronograma – elas fazem o que podem. E isso é o que importa. Façam coisas juntos. Se há vantagens em um recesso escolar numa pandemia, os momentos em família estão entre elas.
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Atividades de acordo com a idade
Para obter qualidade nesse tempo maior que os pais passarão com os filhos durante as férias escolares de julho, o bacana é quebrar a rotina com atividades diferentes. Algumas opções são:
- Brincadeiras em casa e ao ar livre;
- Visitas (virtuais ou presenciais) a museus;
- Sessões de cinema em casa e rodas de leitura;
- Jogos de estratégia e raciocínio;
- Passeios de carro.
Confira mais detalhes sobre essas atividades, de acordo com a faixa etária das crianças.
2 a 3 anos: Que tal montar circuitos de caixas de papelão em diferentes tamanhos e incentivar a criança a se deslocar pelo caminho? As caixas também podem ser usadas para cenários e encenações. Vale a pena utilizar materiais disponíveis em casa para estimular a criança a criar os próprios brinquedos.
Outra sugestão para essa idade é incluir brinquedos que simulam movimentos de pinças e blocos de encaixes. Para fortalecer o corpo, uma brincadeira interessante é “Morto-Vivo”, que consiste em agachar (morto) e ficar com o corpo ereto (vivo). Essa atividade promove o fortalecimento muscular e das articulações das pernas, além de ajudar na coordenação motora e equilíbrio.
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4 a 5 anos: Promover brincadeiras que envolvam dança e movimentos costumam ser muito bem aceitas para essa faixa etária. Outras opções são jogos que envolvam personagens e um ambiente acolhedor com brinquedos e materiais disponíveis em casa.
Uma alternativa que funciona bem é incentivá-los a criar seus próprios jogos e envolver a família toda na brincadeira. Vale brincar com papéis coloridos, tinta, bolas e colocar a imaginação para funcionar.
Para quem tem mais espaço, boas sugestões são brincadeiras como pique-pega, esconde-esconde e cabo-de-guerra. Elas auxiliam, respectivamente, na movimentação dinâmica por conta do abaixar, pular e correr em várias direções, desenvolvendo também o condicionamento cardiorrespiratório e o fortalecimento da musculatura de braços e pernas, usando as articulações para gerar força.
6 a 8 anos: Nessa idade, as crianças exploram muito o mundo da imaginação. Vale a pena sugerir jogos com desafios que ajudam a criar habilidades específicas e senso de competição, além de aproveitar ideias de jogos e passatempos populares, fazendo uma pesquisa com avós, tios e pessoas próximas sobre brincadeiras da infância. Esse resgate, além de muito divertido, pode trazer experiências inesquecíveis para toda a família.
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9 a 12 anos: Para os maiores, vale a pena explorar a movimentação em atividades com bolas ao ar livre, ou então, preparar uma playlist e gravar sequências coreográficas para que as crianças acompanhem.
Outras atividades que podem ser incentivadas são salto de corda, pular o elástico, queimada e carrinho de mão. O jogo de queimada desenvolve a força e agilidade, e o carrinho de mão estimula os músculos dos braços, a coordenação motora e o abdome.
A partir de 12 anos: Em relação aos adolescentes, a preocupação é com os transtornos relacionados à ansiedade provocados pelo distanciamento social, incluindo distúrbios do sono. Nesse contexto de férias é comum que haja uma necessidade maior de convívio social, que muitas vezes é substituída pelos jogos online e uso de redes sociais.
Os pais devem observar e orientar os filhos a fim de evitar a privação do sono, ocorrência comum quando os adolescentes jogam on-line durante a madrugada, por exemplo. Isso pode interferir no desenvolvimento físico, cognitivo e emocional.
Com os devidos cuidados sanitários locais, a família deve optar por atividades ao ar livre. Para os adolescentes, o ideal é estimular a prática de esportes individuais como corridas de longa e curta distância, patinação, passeios de bike, caminhadas em trilhas, entre outros.
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