Ensino Superior

Censo da Educação Superior: matrículas em cursos tecnológicos seguem em alta, mas como evitar a evasão?

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91% dos alunos de cursos tecnológicos estão em instituições privadas e 82% optam pela modalidade EaD (Foto: Freepik/Imagem gerada por IA)

No início de outubro, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram os resultados do Censo da Educação Superior 2023. Seguindo a tendência de crescimento dos últimos anos, o número de matrículas nos cursos de graduação chegou a mais de 9,9 milhões um aumento de 5,6% entre 2022 e 2023, e o maior desde 2014.  

As instituições de ensino superior (IES) privadas concentraram a grande maioria dos alunos: foram 79,3% (7.907.652), o que representa um crescimento de 7,3%, durante o período. Já as IES públicas registraram 20,7% (2.069.130) das matrículas, com uma ligeira queda de 0,4%. 

Ao todo, 4.993.992 de estudantes ingressaram em uma graduação somente no ano passado. A rede privada foi responsável por nada menos que 4.424.903 deles (88,6%), enquanto a pública teve um total de 569.089 (11,4%). Já o ingresso na educação a distância (EaD) representou 66,4%, com 3.314.402 novas matrículas. Em cursos presenciais, foram 1.679.590 ingressantes, ou 33,6%. 

O estudo também compara dados ao longo do tempo, o que ajuda a compreender as mudanças ocorridas na última década no ensino superior brasileiro. Com base nas informações disponibilizadas de 2014 a 2023, é possível perceber a ascensão dos cursos de Tecnologia da Informação (TI).

Cursos tecnológicos dominam EaD 

Cursos tecnológicos crescem na EaD, com 93% das vagas, mas a alta evasão ainda preocupa (Foto: Freepik/Imagem gerada por IA)

Nos últimos dez anos, as IES ofereceram 24.687.130 novas vagas, sendo 5.505.259 presenciais e 19.181.871 na EaD. Na educação a distância, os cursos tecnológicos prevalecem, com 48% da oferta. Ao todo, essas graduações disponibilizaram 10.005.590 vagas, quase todas (93%) no formato EaD. 

O salto da área de TI pode ser observado na linha do tempo abaixo, que mostra que o número de ingressantes anuais mais do que dobrou em uma década. Em 2013, não havia 1 milhão de alunos matriculados; hoje, são 2 milhões. E mais: 91% estão na rede privada, e 82%, na educação a distância.

Classificada pelo MEC como Sistemas de Informação, a área também aparece na lista dos 10 maiores cursos de graduação do Brasil —  que, somados, representam praticamente a metade das vagas disponibilizadas pelas IES. Na classificação geral, ela ocupa o quinto lugar. 

Naturalmente, a posição é um pouco melhor na EaD nessa modalidade, Sistemas de Informação é o terceiro curso com mais procura, totalizando 237.419 novas matrículas. Em compensação, perde alguns postos no formato presencial, caindo para a 10ª colocação, com 141.191 matriculados. 

Falta de sintonia com os estudantes leva ao abandono 

Os números reiteram que o interesse por cursos tecnológicos continua em alta. E não é para menos: além de ser um segmento de mercado que está sempre contratando, a área de TI é uma das que oferecem melhor remuneração 

Por outro lado, a expressiva quantidade de matrículas pouco significa se após um ou dois semestres os alunos desistirem do curso. E isso é mais comum do que se imagina: o 13º Mapa do Ensino Superior no Brasil trouxe um capítulo especial sobre a área de TI, mostrando que, na última década, a taxa de evasão na área tem sido constantemente maior do que nas demais graduações. Conforme o levantamento, seis em cada 10 alunos que entram nos cursos tecnológicos saem da faculdade antes da formatura. 

Um dos motivos para o abandono é que o mercado de trabalho absorve rapidamente novos talentos. Muitas vezes, eles são contratados para funções específicas, para as quais a formação necessária é obtida através de cursos de curta duração. Isso é um sintoma de como a academia acabou se distanciando das necessidades desses estudantes e também do mercado. 

Tech Master: uma metodologia engajadora 

Levando em conta esse potencial subaproveitado, a Plataforma A desenvolveu uma solução para aumentar a retenção de matrículas na área de TI. Trata-se da metodologia Tech Master, que, segundo o gerente de Inovação da edtech, Igor Sales, foi criada para responder aos anseios dos alunos e permitir que eles customizem as trilhas de desenvolvimento conforme suas aptidões.  

“Estamos falando de uma área que é sucesso de captação, mas com um problema de evasão muito grande. Entendemos, então, que era preciso reformular completamente o curso: modelagem acadêmica, forma de disciplina, intencionalidades e competências abordadas e, principalmente, fazer com que esse curso se conecte às necessidades do mercado, às características e aos desejos do consumidor e à flexibilidade que essa área de tecnologia precisa”, avalia o especialista.

Gerente executiva de Conteúdo e Acadêmica da Plataforma A, Daiana Rocha destaca que a Tech Master pode ajudar as IES a aumentarem as matrículas nos cursos tecnológicos por diversos motivos. “Um deles é o foco em práticas de mercado e empregabilidade com uma abordagem baseada em Project-Based Learning (ou Aprendizagem Baseada em Projetos), bootcamps e metodologias ágeis, fazendo com que os estudantes adquiram tanto habilidades técnicas quanto comportamentais”, diz.  

Por meio da metodologia, o currículo é constantemente atualizado, de modo a refletir as necessidades do mercado e as expectativas dos alunos, o que gera mais confiança na escolha do curso. “Além disso, a flexibilidade curricular, que permite a personalização do percurso acadêmico, contribui para uma experiência mais satisfatória, promovendo uma imagem positiva da instituição e atraindo novos alunos”, complementa a gestora. 

Para Sales, a Tech Master valoriza o que a universidade pode oferecer, que é uma formação certificada, validada pelo MEC e uma trilha de aprendizagem consistente e com rigor acadêmico. “Dessa forma, conseguimos proporcionar conhecimentos práticos, úteis e que tenham aplicabilidade prática, e também formar profissionais que sejam capazes de sanar as dores do mercado com pensamento sistêmico”, conclui. 

Tecnologia em prol da equidade de gênero 

Um desafio histórico dos cursos tecnológicos é a baixa presença de mulheres. No Censo da Educação Superior 2023, o desequilíbrio entre os gêneros fica evidente quando observamos que, na área de Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), apenas 17,5% dos concluintes são do sexo feminino. 

De modo geral, ainda há uma cultura predominantemente masculina nas empresas de TI. Mas a raiz do problema vem desde a educação básica, quando as meninas são pouco estimuladas a seguir carreira no campo científico-tecnológico. Nesse sentido, a Tech Master funciona como uma ferramenta para reduzir a disparidade e atrair um público mais diversificado para as IES.  

“Existem várias maneiras pelas quais essa abordagem pode contribuir para uma maior equidade de gênero. A personalização é uma delas, pois a metodologia permite que as alunas adaptem o curso a suas necessidades e interesses. Isso pode criar um ambiente mais inclusivo e acolhedor para mulheres que talvez não se identifiquem com os modelos tradicionais de ensino em tecnologia”, afirma Daiana Rocha. 

O enfoque em soft skills também influencia, pois, por meio delas, a Tech Master promove a colaboração em grupo. Segundo a gerente de Conteúdo, esse aspecto torna o curso mais atraente para o público feminino, que frequentemente valoriza ambientes de trabalho colaborativos e dinâmicos.

Rocha ainda elenca outros dois pontos da metodologia que podem ser importantes para ampliar a presença de mulheres: a mentoria personalizada e uma abordagem humanizada, fundamentais para criar uma rede de apoio, oferecer orientação profissional e incentivá-las a avançar na carreira tecnológica. “Essa combinação de fatores ajuda a superar barreiras culturais e acadêmicas que historicamente limitam a participação feminina em cursos tecnológicos”, acredita. 

Inovação curricular: a chave para reduzir a evasão

Investir em graduações na área tecnológica é uma oportunidade indispensável para as IES que buscam garantir relevância no mercado. Mas, para isso, é preciso oferecer currículos inovadores, focados em habilidades que atendam às expectativas dos alunos e os preparem para seus desafios profissionais. 

A Tech Master oferece justamente isso, conciliando tecnologia e conteúdo de qualidade para tornar o ensino de TI mais envolvente para os estudantes. Se você quiser saber mais sobre essa metodologia, basta entrar em contato conosco.

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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