A maioria dos refugiados que vivem no Brasil têm grau de escolaridade maior do que a média dos brasileiros.
Segundo um levantamento recente, 34,4% dos refugiados no país concluíram o ensino superior. No Brasil, menos da metade dessa proporção (15,7%) concluiu a educação superior, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa Perfil Socioeconômico dos Refugiados no Brasil, realizado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) em parceria com a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM), fez entrevistas domiciliares com 487 refugiados dos oito estados com a maior concentração de refugiados.
O levantamento foi feito entre junho de 2018 e fevereiro de 2019 em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Distrito Federal e Amazonas.
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A pesquisa mostra que, além de maior escolaridade, os refugiados também apresentam maior capital linguístico do que a média brasileira. Apenas 3,3% dos entrevistados são analfabetos ou não completaram o ensino fundamental. No Brasil, esse mesmo grupo é formado por 41%.
O desafio para os refugiados, no entanto, é traduzir essas duas competências (escolaridade e capacidade linguística) em capital econômico (emprego e renda).
Segundo a pesquisa, não é que o mercado de trabalho esteja restrito ou estático no Brasil. A dificuldade dos estrangeiros é validar os diplomas. Dos 166 refugiados com nível superior entrevistados, apenas 14 conseguiram a validação.
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