Um dos desafios do processo de ensino e aprendizagem é garantir a retenção da memória. Caso não tenha sido mobilizado ou não tenha impacto suficiente, o conteúdo de aulas, cursos, palestras e leituras é esquecido com o passar do tempo. Essa teoria – aqui simplificada – se chama Curva do Esquecimento e foi criada por Hermann Ebbinghaus em 1885.
Segundo o artigo Microlearning como uma nova abordagem tecno-pedagógica: uma revisão, a Curva do Esquecimento ajuda a compreender por que a forma tradicional de ensino (com aulas longas, unidirecionais, alta carga de informações, onde o professor é o detentor do conhecimento e o aluno um mero receptor) faz com que a retenção das informações seja significativamente prejudicada.
Assim, diferentes metodologias de ensino tentam criar uma aprendizagem mais significativa, mais prática, e consequentemente, mais memorável. Uma forma de fazer isso é através do microlearning, ou microaprendizagem. Essa abordagem se diferencia por utilizar aulas divididas em “pequenas porções”, com durações menores do que as aulas tradicionais.
Tendência
O microlearning surgiu com foco no mundo corporativo, tendo em vista o pouco tempo disponível para a capacitação dos funcionários. Porém, a metodologia logo passou a ser utilizada em outras esferas de ensino.
O artigo “Metodologia Microlearning em disciplinas semipresenciais: Experiência adquirida e resultados alcançados”, publicado em 2020, por exemplo, apresenta uma experiência de ensino e aprendizagem através do microlearning em disciplinas semipresenciais do ensino superior.
Os resultados mostraram que a adoção do microlearning aumentou o engajamento e a participação dos alunos. Além disso, houve evolução no desempenho, mensurado através de notas.
Contudo, é preciso saber quando e para qual finalidade usar essa metodologia, uma vez que ela não pretende ser abrangente como um curso de longo prazo. Ou seja, tudo depende do objetivo a ser alcançado.
5 mitos sobre o Microlearning
Com a presença cada vez maior do microlearning no mundo corporativo e no ensino superior, surgiram uma série de mitos em torno dessa metodologia.
Confira, a seguir, 5 mitos sobre o microlearning:
MITO 1: Microlearning é dividir cursos grandes em pedaços menores.
Não se trata só de “fatiar” um conteúdo. O microlearning propõe transmitir as informações mais relevantes de formas mais precisas, pois a preocupação está no contexto de aprendizagem.
Ao contrário da simples fragmentação, que cria porções interdependentes de informação, as unidades de microlearning fornecem conteúdo independente e com um objetivo de aprendizagem específico.
MITO 2: Microlearning deixa conteúdo de fora.
Na verdade, o microlearning envolve um criterioso trabalho de curadoria para definir o que é realmente importante dentro do conteúdo que se deseja transmitir, cortando o que não é relevante ou que complica a compreensão do que deveria ser simples.
MITO 3: Microlearning é só conteúdo.
Microlearning não é só conteúdo – ou só vídeo. Podem-se ter outras atividades de aprendizagem de curta duração. O importante é que o material seja bem planejado e executado com coerência e atratividade, capacitando o aluno no assunto proposto.
MITO 4: Existe uma duração ideal.
Não existe um padrão. A duração ideal será determinada pelo envolvimento do estudante e pelo contexto de aprendizagem. O objetivo é ter o conteúdo certo na medida certa, com módulos de aprendizagem concisos.
MITO 5: Microlearning é uma moda passageira.
O microlearning está formalmente em cena desde a década de 1990. Mas o conceito de aprender em doses menores e rápidas é parte integrante do processo evolutivo humano.
Os aplicativos de smartphones, por exemplo, são microlearning. Informações rápidas e geralmente acessadas desde um celular ditam cada vez mais a contínua “necessidade de velocidade”. Dificilmente essa “moda” irá sair de cena.
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