Universidades americanas cogitam suspender aulas presenciais até 2021

Redação • 15 de abril de 2020

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit

Acompanhe

    Se no Brasil os gestores cogitam retomar as aulas presenciais a partir do próximo semestre, nos Estados Unidos um número crescente de universidades começa a considerar a possibilidade de que as atividades presenciais fiquem suspensas até 2021.

    O cenário é reconhecido por instituições como Universidade Harvard , Universidade do Arizona, do Oregon e de Boston.

    Em um comunicado recente, a Universidade de Boston afirmou que “no improvável caso em que as autoridades de saúde pública considerem inseguro abrir no outono de 2020, o plano de contingência da universidade prevê a necessidade de considerar um retorno presencial posterior, talvez em janeiro de 2021″.

    Para entender o que motiva as aulas suspensas até 2021, e o significado dessa medida, é importante levar em conta dois pontos do contexto americano .

    Primeiro: a crise de saúde pública do país. Apesar da subnotificação generalizada, na manhã de quarta-feira, 15 de abril, os EUA registravam mais de 600 mil casos confirmados de covid-19 – a síndrome respiratória causada pelo novo coronavírus . Isso significa três vezes mais casos do que a Espanha, segundo país com maior número de infectados.

    Segundo ponto: o ano letivo americano é diferente do brasileiro. Lá, o ensino começa no outono – entre agosto e setembro. As férias de inverno ocorrem durante as festas de Natal e Ano Novo. As aulas são retomadas em janeiro e terminam entre maio e junho, quando começam as férias de verão.

    Sala de aula vazia: universidades consideram suspender atividades por mais tempo do que o previsto. Crédito: Universidade de Boston.

    Dito isso, vale dizer que a Universidade de Boston cancelou todas as atividades presenciais de verão em seu campus principal. A escola prometeu que, no período, oferecerá cursos de aprendizagem remota   e “serviços mínimos de hospedagem e alimentação”.

    A reitora e diretora acadêmica da instituição afirmou à NBC que, embora seja uma possibilidade manter as aulas suspensas no semestre do outono e retomá-las só em 2021, não é o que a universidade deseja. “Estamos focando nosso planejamento em um retorno ao campus [no outono]”, afirmou Jean Morrison.

    Nicole Somerstein, uma aluna da Universidade de Boston que pretende se formar em maio de 2021, disse à CNN que ficou triste com a possibilidade de suspender as aulas presenciais neste ano. Mas não considera a medida irracional, dado o amplo impacto do novo coronavírus.

    “Acho que a universidade está definitivamente fazendo a coisa certa e, durante todo esse processo, demonstrou que eles se preocupam com o nosso bem-estar mais do que qualquer outra coisa”, afirmou. “A possibilidade é triste, mas eu entendo que eles [os gestores] precisam considerar todos os cenários”.

    Esse é o caminho, segundo Eric Feigl-Ding, epidemiologista e cientista visitante da Harvard T.H. Chan School of Public Health. Também em entrevista à CNN, ele disse que as instituições fazem certo ao planejar o inesperado.

    “Acho que as faculdades devem definitivamente fazer planos para atrasar as datas de início e para o fechamento e reabertura intermitentes , porque a modelagem epidemiológica sugere que talvez tenhamos que entrar em ondas abertas e fechadas potencialmente até 2022″, comentou Feigl-Ding.

    Em outras palavras, o epidemiologista ressaltou que em um cenário pior a restrição à circulação de pessoas e o fechamento de escolas podem durar até 2022. Em Singapura, por exemplo, o lockdown precisou ser retomado após o início de uma segunda onda de infectados.

    Por Redação

    Gostou deste conteúdo? Compartilhe com seus amigos!

     Categorias

    Ensino Superior

    Ensino Básico

    Gestão Educacional

    Inteligência Artificial

    Metodologias de Ensino

    Colunistas

    Olhar do Especialista

    Eventos

    Conteúdo Relacionado