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Lições do coronavírus: 5 depoimentos sobre o impacto da tecnologia no ensino superior

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Para avaliar os efeitos do ensino híbrido e do uso de tecnologia nas instituições de educação superior durante e depois da pandemia, o Desafios da Educação ouviu alguns profissionais do setor.

Perguntamos quais eram suas perspectivas. Estas são suas respostas:

“A pandemia diminuiu consideravelmente o número de docentes que ainda resistiam à tecnologia. Como fomos obrigados a incorporá-la no nosso dia a dia, adiantamos em um ano o que seria feito em cinco. Fizemos da ameaça uma oportunidade. Antes, o ensino hibrido era o futuro. Agora, ele é o presente, pois todos reconhecem seus benefícios.

E de fato: o 100% presencial já não é tão interessante. O aluno quer aplicabilidade; o conteúdo ele consegue dando um Google. Então temos que trabalhar com tecnologia, atividade práticas significativas, solução dos problemas, experiências. Ensino híbrido, enfim.”

Paula Pontara, diretora-geral da Faculdade de Telêmaco Borba (Fateb), no Paraná (1,5 mil alunos)

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Leia mais: Ensino presencial retorna de forma gradual às IES

“O futuro vai depender da regulação. Hoje, felizmente, a regulação dá flexibilidade às IES. Na retomada do ano letivo de 2021, por exemplo, aqui na UCEFF as aulas telepresenciais – ou seja, presenciais transmitidas.

Essa pode ser uma tendência. Com os devidos equipamentos e formação docente podemos perpetuar essa e outras inovações. Acredito muito no ensino

híbrido, que essa modalidade vai se fortalecer nos próximos anos, e também numa flexibilidade para que aluno possa vir à faculdade quando quiser. A educação superior do futuro é híbrida, flexível e customizada ao aluno.”

Leandro Sorgato, reitor da UCEFF Itapiranga e diretor geral da UCEFF Chapecó, ambas de Santa Catarina (5 mil alunos)

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“A pandemia acelerou a execução do projeto de ampliação das atividades digitais nos cursos de graduação presencial. Aqui na Faesa, o momento só confirma que estávamos certos ao investir em tecnologia e inovação. Havíamos ampliado as modalidades de ensino para além das tradicionais – com um modelo híbrido, que chamamos de Hyflex Faesa. O ambiente virtual já era utilizado por todos os cursos presenciais e EAD. A atividade digital não tira a presencialidade, o que ela faz é potencializar as nossas ferramentas e expandir a nossa sala de aula para a casa do aluno.

Essa é a grande vantagem. A tecnologia agregou novos recursos para melhorar a aprendizagem dos nossos alunos. O que vem depois é justamente isso, potencializar cada vez mais os recursos que nós podemos utilizar para que os nossos alunos tenham essa expansão realmente da sala de aula para dentro das suas casas, com a flexibilidade que é necessária hoje para que eles consigam evoluir nos seus estudos.”

Alexandre Nunes Theodoro, reitor do Centro Universitário Faesa, no Espírito Santo (com 10 mil alunos)

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“A Abmes e a Educa Insights fizeram uma pesquisa no ano passado para entender o que o aluno pensava das aulas virtuais. 67% dos participantes disse gostar do modelo. Acho que há uma explicação para isso. Com EAD, ele não precisa pegar trânsito, economiza dinheiro e tem a aula no conforto da sua casa. O aluno médio gosta dessa flexibilização. Por isso acho que o modelo híbrido veio para ficar. 

Mas hoje, no Brasil, não temos o modelo híbrido na regulação. A norma do ensino superior traz apenas EAD e presencial. Por isso defendemos que as autoridades atualizem a regulação, de modo a favorecer o modelo híbrido. Assim, a escolha é do aluno. Ele, de acordo com a própria realidade, escolhe se quer um curso presencial, 100% EAD ou híbrido. É isso o que pedimos em nossas reuniões tanto com o CNE quanto com o MEC. O 40% até ajuda, mas queremos regular melhor essa questão.”

Sólon Caldas, diretor executivo da ABMES

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“Em março de 2020, quando fomos forçados a restringir a presencialidade para garantir a segurança durante a pandemia, apenas as instituições de ensino superior familiarizadas com modelos híbridos – ou que utilizavam a tecnologia educacional em escala e já vinham trabalhando no processo de transformação digital – conseguiram virar a chave imediatamente. Algumas IES demoraram um pouco mais. Mas, de forma geral, todos aprendemos e evoluímos de lá para cá.

Enquanto a restrição parcial de presencialidade persiste, deveríamos adotar um modelo verdadeiramente híbrido. A presencialidade restrita, com grupos menores, cria um cenário ideal para a invertermos a sala de aula. Os alunos que estão em casa podem utilizar boa parte do tempo para estudar de forma assíncrona, cada um no seu próprio ritmo. Parte do tempo poderia ser utilizado para momentos síncronos, de forma remota, não somente para exposição do conteúdo, mas também para sua aplicação.

E os momentos presenciais, tão aguardados e restritos, deveriam ser utilizados para algo que realmente faça a diferença. E a diferença está na aplicação do conteúdo, com atividades “hands on”, prevendo o uso de metodologias que coloquem o aluno em posição mais ativa, que são favorecidas pela formação de grupos menores, de tal forma que cada aluno possa receber uma atenção mais individualizada do professor.”

Gustavo Hoffmann, diretor da +A Educação, fellow da Universidade Harvard e colunista do Desafios da Educação, no artigo “Precisamos revisar o ensino remoto

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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