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Startups de educação crescem 23%. E vão crescer ainda mais depois da pandemia

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Um óbvio impacto da pandemia de coronavírus na educação é a maior adesão ao estudo remoto. E todos sabem que crises podem se reverter em oportunidades – especialmente, na atual conjuntura, para as startups de educação.

Pois em meio à pandemia, em abril, o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb) e a Associação Brasileira de Startups (ABStartups) divulgaram um estudo onde se observa crescimento de 23% no número de edtechs nos últimos dois anos.

O fechamento de escolas provocou um aumento na procura por startups de educação. Crédito: Pexels.

O fechamento de escolas provocou um aumento na procura por startups de educação. Crédito: Pexels.

No período, o número de startups na área educacional no Brasil pulou de 364 para 449. Aproximadamente 70% dessas edtechs oferecem soluções voltadas à educação básica – sendo 48,1% para o ensino fundamental e médio, e 22,4% para o ensino infantil.

O mapeamento identifica e classifica a edtech conforme os setores e as soluções que oferecem. Por isso, é possível que uma startup atue em mais de um segmento. Segundo o levantamento, quase 17% das 449 startups de educação atuam em cursos livres, 16% no ensino superior e 13,6% atua no ramo corporativo.

Leia mais: Pós-pandemia: especialistas projetam o ensino superior do futuro

O Mapeamento Edtech 2020 também detalhou as especialidades das startups de educação. São 19 segmentos que incluem plataforma de ofertas de conteúdo online, ferramentas de apoio à gestão e jogos educativos. Confira a lista completa abaixo:

  • Plataforma de oferta de conteúdo online – 158 startups;
  • Jogo educativo – 42 startups;
  • Ambiente virtual de aprendizagem (AVA) – 39 startups;
  • Plataforma educacional – 38 startups;
  • Sistema de gestão educacional (SIG|SIS) – 31 startups;
  • Plano educacional adaptativa – 26 startups;
  • Ferramenta de avaliação do estudante – 22 startups;
  • Curso Online – 14 startups;
  • Ferramenta de autoria – 10 startups;
  • Ferramenta de colaboração – 10 startups;
  • Repositório digital – 9 startups;
  • Hardware educacional – 9 startups;
  • Ferramenta de apoio à aula – 7 startups;
  • Objeto digital de Aprendizagem (ODA) – 7 startups;
  • Ferramenta maker – 5 startups;
  • Ferramenta Gerenciadora de currículo – 4 startups;
  • Sistema gerenciador de sala de aula – 2 startups.

Leia mais: Startups de educação crescem 20% ao ano – e confirmam força do setor

Tecnologias educacionais

A projeção para as startups de educação são as mais otimistas. As instituições de ensino estão se modernizando para facilitar o aprendizado de crianças e jovens por meio da tecnologia. Por isso essas plataformas devem seguir crescendo – de forma ainda mais acelerada.

Um exemplo é a Drangonlearn, plataforma educacional que oferta exercícios interativos de matemática e inglês para alunos do 1° ao 9° ano ensino fundamental. Desde do início do isolamento social a plataforma educacional conquistou 100 mil alunos.

Crédito: GettingSmart/reprodução.

Em meio ao crescimento de startups voltadas ao ensino básico, no entanto, um obstáculo ainda preocupada especialistas do setor: mais de 80% das escolas de ensino básico são públicas. Mairum Andrade, gerente de tecnologia educacional do Cieb, diz que “a contratação de tecnologias pelas redes públicas de ensino ainda é muito baixa, pouco estruturada e muito burocratizada”.

Lucia Dellagnelo, que é diretora-presidente do Cieb, afirma que é necessário criar condições básicas para que as tecnologias sejam incorporadas no dia a dia escolar.

“É essencial que os empreendedores de edtechs conheçam as evidências que mostram como a tecnologia produz resultados mais consistentes e escaláveis quando colocada nas mãos de professores”, afirma.

Leia mais: Lúcia Dellagnelo: a educação básica antes, durante e depois da pandemia

Conheça algumas edtechs

Explorar as ofertas disponíveis no mercado é indispensável para que educadores e instituições de ensino saibam as possibilidades, as potencialidades e a disponibilidade das startups de educação. A seguir, você conhece algumas delas.

Avalia

A plataforma de avaliação dispõe de um banco de dados com milhares de questões validadas e categorizadas por meio de testes psicométricos. Na área de relatórios da plataforma, uma IES pode comparar o desempenho de alunos da mesma turma, curso e período com base em scores médios e individuais, em uma aquarela de desempenho com visualização rápida e prática da performance por cores. É ideal para aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem, resultando em uma melhora no Enade, dentre outros ganhos acadêmicos.

Saber em Rede

Com a demanda menor na faculdade, surgiu o vendedor de cursos. Ele age como um corretor de seguros, orientando e captando alunos. Em janeiro, a plataforma Saber em Rede, uma startup de educação criada em 2017 que conecta esses profissionais a IES, tinha 14,7 mil vendedores de cursos inscritos. Só no ano passado, cerca de 2,8 mil alunos fizeram matrículas através da Saber em Rede, que pagou R$ 100 mil em comissões aos vendedores.

Leia mais: Lições do coronavírus: tecnologia educacional é caminho sem volta

Kolligo

O Kolligo é um aplicativo para dispositivos móveis destinado ao uso em sala de aula com suporte a técnicas de ramificação que possam apoiar os processos de aprendizagem. Além disso, serve como auxílio na tomada de decisão por parte dos docentes, no sentido de oferecer práticas diferenciadas de acordo com o perfil da turma.

Applique

A Applique é uma plataforma de e-learning corporativo, que permite a empresas montar treinamentos personalizados, testes, dar feedbacks, criar situações para tomada de decisões estratégicas em ambiente virtual sem necessidade de programação.

Bookshare

O Bookshare é um portal interativo que reúne uma série de livros e possibilita o compartilhamento. Nele é possível fazer empréstimos de livros e emprestar livros de outras pessoas.

Imersys

A Imersys é uma empresa do Paraná especializada no desenvolvimento de soluções em educação e treinamento em plataformas de realidade virtual e aumentada. Com laboratórios virtuais, por exemplo, é possível simular situações reais para um futuro médico ou engenheiro em ambiente controlado.

Algetec

À medida que a crise do novo coronavírus se estabeleceu no Brasil, muitas empresas buscaram contribuir com soluções para os problemas surgidos em diferentes setores. Na Algetec, a ideia foi auxiliar as IES que suspenderam aulas presenciais liberando gratuitamente o acesso a seus laboratórios virtuais. No auge da crise, até 40 instituições utilizaram o benefício dado pela empresa.

Leia mais: Como a China pôs 240 milhões de crianças e jovens a aprender pela internet

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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