Ensino Superior

Qualidade nos Programas de EaD: qual caminho percorrer?

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Mas afinal como alcançamos a qualidade, que balizadores temos, que caminho devemos percorrer?

Hoje nossos balizadores são o instrumento de avaliação do MEC e os indicadores de evasão da instituição. Se não estamos indo bem em algum desses dois, seja os cursos não sendo bem avaliados pelo MEC ou com uma evasão de 34% ou mais (métrica do último relatório do SEMESP), algum indicador de qualidade dos nossos programas de EaD está falho.

O que se questionar nesse momento?

Uma educação de qualidade na modalidade EaD deve levar em consideração aspectos diversos, que incluem uma boa acolhida (acolhimento) aos alunos e a apresentação da sua jornada de estudos. Esta segunda se dá por meio de uma metodologia modelada para a sua realidade e alinhada com as características e aos valores institucionais.

Também fazem parte dessa composição fatores relacionados à equipe multidisciplinar. Como por exemplo, a atualização constante da equipe de professores, gestores educacionais, coordenadores de cursos, e o planejamento dos polos com o acompanhamento das etapas da gestão da qualidade, que deve proporcionar uma melhoria contínua de todo o processo com base na ação-reflexão.

Por isso, no ecossistema da Plataforma A, entregamos soluções educacionais que procuram atender de ponta a ponta tudo o que pode fazer diferença para os índices de retenção das instituições.

Modelagem dos cursos

Começando por uma MODELAGEM dos cursos a partir de sua MODALIDADE DE ENSINO. Metodologias precisam ser pensadas de maneiras diferentes para graduação, pós, extensão e precisam economicamente fazer sentido para a IES.

Ainda dentro da modelagem, outro ponto importante é que se não houver uma implantação de todas as ferramentas e recursos e da própria modelagem pedagógica com o corpo docente, as chances do programa ter sucesso e qualidade podem ficar comprometidos.

Gestores e equipes multidisciplinares, precisam estar seguros, convictos e com senso de pertencimento ao projeto. Por isso, formação docente continuada é fundamental e precisa ser constante, valorizando as boas práticas internas de quem já faz diferença e vai além do planejado.

Captação de alunos

Dando continuidade, enquanto as equipes estão passando por formação, entra uma parte fundamental para que os Programas de EAD tenham qualidade e principalmente sucesso, é a CAPTAÇÃO DOS ALUNOS, pois sem alunos não há programas.

Sabemos das dificuldades e competitividade do mercado. Cada vez mais ter inteligência tecnológica para prospecção nas regiões com maior potencial e com um portfólio de cursos relevantes, são marcos importantes. Mas, não é só isso, ter equipes preparadas e focadas para a realização da captação, com discurso metodológico é imprescindível para que todo o esforço acadêmico anterior se concretize.

A jornada do aluno inicia na instituição a partir da captação, no momento em o aluno faz o primeiro contato de interesse em estudar na sua IES. Por isso é fundamental que o time de captação além de prospectar, esteja 100% alinhado com a cultura da IES, com as metodologias de cada modalidade e com todo o discurso dos diferenciais acadêmicos bem alinhados. Isto porque uma vez esse aluno entrando na instituição é exatamente o que lhe foi vendido que ele buscará e reconhecerá como qualidade.

Tecnologia e conteúdo

E isso começa imediatamente, quando o aluno passa a experenciar a sua jornada de aprendizagem, é quando começo a falar de TECNOLOGIA E CONTEÚDO.

Programas de qualidade na EAD precisam ter robustez de tecnologia e conteúdo, ou seja, precisam de:

  • Ambiente virtual de aprendizagem: além de ter uma usabilidade atrativa e acessível para todos os alunos, precisa garantir a experiência de uma trilha de aprendizagem com diferentes imputs para o percurso formativo de cada disciplina e suas respectivas competências.
  • Biblioteca Virtual: recurso didático imprescindível tanto para chancelar a qualidade via instrumento do MEC como para dar fundamentação teórica renomada para a trilha de aprendizagem dos alunos.
  • Unidades de Aprendizagem: conteúdo em formato de aulas, com base em objetivos de aprendizagem que oferecem ao aluno uma experiência diversificada de objetos de aprendizagem e autonomia para estudar.
  • Projetos Integradores: conectem a teoria com a prática, dando significado para o aluno sobre a importância de tal aprendizagem na sua empregabilidade. Além de estar conectado com a curricularização da extensão, dando sendo de comunidade e responsabilidade social aos alunos.
  • Avaliação: as métricas de avaliação precisam estar claras na jornada de estudos e as avaliações precisam ter sinergia com o conteúdo estudado. A realização de simulados durante a trilha de aprendizagem é uma ótima boa prática de como preparar o aluno para as avaliações finais.

No entanto, alerto novamente, se esses recursos e ferramentas não passarem por um processo de curadoria por parte dos docentes e esses não tiverem a oportunidade de customizar a trilha de aprendizagem com seus respectivos conteúdos ao perfil de seus alunos, os indicadores de qualidade podem ficar comprometidos.

Programas com qualidade garantem que seus professores estejam capacitados sobre como curar conteúdo para a EaD. Isso inclui o domínio dessas ferramentas e recursos mencionados anteriormente, a possibilidade de editar o conteúdo para aproximar da realidade do aluno da região que está inserido, é ponto chave da chancela de qualidade.

Experiência de aprendizagem

No entanto, para que a jornada do aluno seja completa, ela precisa de uma EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM imersiva, significativa, colaborativa e humana. Para isso o aluno precisa vivenciar o uso de conteúdos diferenciados como 3D, vídeos 360, laboratórios virtuais que possibilitam essa imersão realista, o mais próximo do real, o que pode garantir uma retenção de aprendizagem muito maior.

Além disso, temos o papel fundamental da Tutoria, de acordo com um estudo do MIT o desempenho de alunos que aprendem com o apoio de tutoria personalizada é de 98%. Ter um time de tutores que humanizem a aprendizagem é fundamental na EaD, sejam em momentos síncronos no formato 100% EaD ou no formato híbrido.

A tutoria precisa estar também preparada a atuar com metodologias ativas e a partir disso utilizar todo o diferencial dos conteúdos imersivos, seja aplicado aos projetos integradores ou a desafios mais simples.

CTA tutoria ead

Análise de dados

A ANÁLISE DE DADOS também é ponto crucial para que o programa tenha qualidade. É com base na análise de dados que conseguiremos na EaD, na qual a escala de alunos por turma é grande, mapear alunos que estão ativos e engajados conosco. Além de criar ações extras para resgatar os alunos que apresentam alguma dificuldade de aprendizagem ou motivação para estudar na modalidade EAD. Professores, Coordenadores e Tutores também precisam estar capacitados para o uso de relatórios em BIs que integram os dados do AVA, das Unidades de Aprendizagem, das Avaliações e do conteúdo imersivo.

Indicadores de qualidade e melhoria contínua

Por fim, não poderia deixar de finalizar esse assunto, sem falar de INDICADORES DE QUALIDADE E MELHORIA CONTÍNUA. Todo o ecossistema de Programas de EaD precisam ter indicadores de qualidade claros a serem medidos e comparados a cada módulo de estudos. Eles devem ser medidos de maneira integrada, contemplando todas as etapas da jornada do aluno mencionadas neste artigo.

Consultar os alunos através de pesquisas, seja modelo CPA ou NPS é fundamental, escutar o corpo docente e de tutoria para melhorar ou reforçar capacitações de ferramentas ainda não dominadas, também faz parte de um processo de melhoria contínua balizada em dados. Dessa forma, os esforços dos planos de ação serão direcionados nos pontos da jornada que apresentam maior fragilidade.

Nesse sentido, o que “faz acontecer” Programas de EaD com qualidade, é ter uma equipe multidisciplinar alinhada com as demais áreas da Instituição, é ter um corpo docente e de tutores engajados e preparados a utilizar o arsenal tecnológico, de conteúdo e dados, e principalmente, ter uma gestão que constantemente busca a melhoria contínua, a inovação e impulsiona a IES para o crescimento constante.

Daiana Rocha
Doutora em Ciências da Informação (Universidade Fernando Pessoa, em Portugal) e mestre em Educação (ULBRA), Daiana Rocha atua com educação a distância desde 2009. Começou a carreira na educação básica, passando pelas áreas de orientação educacional, profissional, gestão escolar e docência universitária. Na +A Educação, atuou como gerente de Produção de Conteúdo Digital e atualmente é Gerente Acadêmica liderando a implementação de projetos EAD em diversas empresas e instituições de ensino.

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