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Qual modalidade de ensino sua IES deve explorar em 2022

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O Ministério da Educação (MEC) anunciou, em janeiro, a marca de cerca de 600 mil novas vagas autorizadas em 2021 para o ensino superior brasileiro.

Do total, 436.358 vagas são para oferta na modalidade a distância e 159.840 para cursos presenciais. Segundo levantamento realizado pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES), é o maior número de vagas autorizadas na comparação desde 2015.

Os dados dão a tônica do que deve vir pela frente nas instituições de ensino superior (IES), com processos e modalidades cada vez mais digitais.  Além disso, o ano promete marcar uma virada de chave no ensino e aprendizagem, consolidando metodologias emergentes.

Sincronicidade é tendência

Modelos que mesclam aulas presenciais e online, ou que ofereçam possibilidades de divisão das atividades de acordo com a vocação da área e as rotinas dos estudantes, devem ser uma realidade cada vez mais presente.

O mercado passa por um cenário de remodelação metodológica. Indo além de apenas transpor conteúdos da sala de aula física para uma plataforma digital, é o momento de pensar e experimentar novas abordagens.

O modelo Hyflex é uma das possibilidades – o nome une as palavras hybrid (híbrido) e flexible (flexível). Nessa proposta, o diferencial é a sincronicidade e o protagonismo do estudante, que pode escolher acompanhar a mesma aula de forma remota ou presencial. Isso significa, por exemplo, que parte da turma pode estar em casa e parte em sala de aula.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo, propõe um MBA blended, no qual as atividades são divididas em aulas presenciais e remotas ao vivo, com o suporte de ferramentas digitais e materiais assíncronos de estudo.

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Uso dos quadrantes híbridos

Outra novidade são os quadrantes híbridos – desenvolvidos pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES) para facilitar a implementação do ensino híbrido.

A proposta classifica as atividades pedagógicas a partir de dois eixos: espaço (presencial ou virtual) e tempo (síncrona ou assíncrona).

Assim, os quadrantes são:

  • Atividades presenciais síncronas (PS): acontecem em salas de aulas convencionais e laboratórios com a presença simultânea de professor e alunos;
  • Atividades presenciais assíncronas (PA):práticas supervisionadas em momentos escolhidos pelo estudante, mas sem necessidade da presença simultânea do professor;
  • Atividades virtuais síncronas (VS):por exemplo, aulas remotas ou chats com tutores e interação simultânea por meio digital;
  • Atividades virtuais assíncronas (VA): acesso ao conteúdo via ambientes virtuais de aprendizagem ou plataformas similares, como no modelo 100% EAD.

Sempre respeitando o projeto pedagógico de cada instituição, é possível combinar os eixos para estabelecer uma série de atividades formativas inovadoras.

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O que os estudantes querem

5ª edição da Pesquisa Observatório da Educação Superior, realizada pela consultoria Educa Insights indica uma preferência dos universitários pelo ensino híbrido.

O levantamento mostra como os estudantes gostariam que seu curso fosse estruturado.

Levando a proposta de quadrantes híbridos em consideração, os entrevistados escolheram a seguinte divisão da carga horária:

  • 45% para atividades presenciais síncronas
  • 23% para atividades presenciais assíncronas
  • 16% para atividades virtuais assíncronas
  • 16% para atividades virtuais síncronas

Em seminário virtual promovido pela ABMES sobre o tema, o conselheiro e relator da pauta da educação híbrida na Câmara da Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), Luiz Roberto Liza Curi, afirmou que “a educação híbrida não é uma nova modalidade de ensino, mas um novo procedimento pedagógico, uma mediação tecnológica necessária, plena e ampla, no sentido de ampliar o processo de aprendizagem”.

Inclusive, para surfar nessa onda, as IES podem remodelar os suas graduações, aproveitando a possibilidade de ofertar 40% da carga horária EAD em cursos presenciais.

Ou seja, respondendo à pergunta do título dessa matéria, a pandemia reforçou a oportunidade de inovação nos modelos de ensino e aprendizagem, consolidando o uso da tecnologia e validando a tendência de que o futuro – e o presente – da educação é híbrido.

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