Quadrantes híbridos: o que são e como colocá-los em prática

Redação • 10 de janeiro de 2022

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    A urgente – e inicialmente confusa – migração das aulas presenciais para o formato remoto revelou o alto grau de resiliência das instituições de ensino superior (IES) no Brasil. Ao mesmo tempo, o mundo cada vez mais tecnológico e a demanda por novas práticas educacionais aceleraram a revisão das estruturas (regulatória e pedagógica) do ensino superior.

    Nesse cenário, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) elaborou o conceito de quadrantes híbridos. O objetivo era reunir em um modelo único as diversas possibilidades abertas pelo ensino híbrido, levando em conta as atividades presenciais e virtuais e síncronas e assíncronas.

    “A ABMES acredita que esse modelo responderá melhor ao pós-pandemia, uma vez que permite não só o entendimento das possibilidades didático-pedagógicas, mas também é fácil de ser adotado pelas IES”, afirma o diretor presidente da ABMES, Celso Niskier, em evento realizado em novembro de 2021.

    O que são os quadrantes híbridos

    O modelo considera dois eixos: espaço (presencial ou virtual) e tempo (síncrono ou assíncrono). Ambos resultam em quatro quadrantes de possibilidades didático-pedagógicas: atividades presenciais e síncronas (PS), atividades virtuais e síncronas (VS), atividades presenciais e assíncronas (PA) e atividades virtuais e assíncronas (VA).

    Ou seja, os quadrantes híbridos reúnem características da educação presencial e da educação a distância (EaD), além do ensino remoto. Sempre respeitando o projeto pedagógico de cada instituição, é possível combiná-los para estabelecer uma série de atividades formativas inovadoras.

    Detalhando os quadrantes híbridos

    Presencial síncrono (PS): corresponde às salas de aula convencionais ou às aulas presenciais em laboratórios, onde há presença simultânea do professor e dos estudantes.

    Virtual síncrono (VS): um exemplo são as chamadas aulas remotas, ou mesmo o chat usado pelos tutores no modelo tradicional de EaD. Nesse caso, professores e tutores interagem de forma simultânea com os estudantes, porém, sem estarem no mesmo espaço físico.

    Presencial assíncrono (PA): consiste na realização de atividades práticas supervisionadas em momentos escolhidos pelo estudante, mas sem a necessidade da presença simultânea do professor. Pode ocorrer, por exemplo, nas práticas em laboratório, nas salas de estudo das bibliotecas ou mesmo no trabalho em campo.

    Virtual assíncrono (VA): permite que o aluno acesse, por meio de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA ou LMS, na sigla em inglês), o conteúdo digital disponibilizado pelo curso, como acontece no modelo tradicional da EaD 100% online.

    Novas propostas pedagógicas

    Durante o planejamento das aulas, o professor monta as atividades a partir de dois ou mais quadrantes, combinando alternativas pedagógicas conforme a estratégia de aprendizagem escolhida. É fundamental utilizar no mínimo dois quadrantes para concretizar o modelo híbrido.

    Confira, na imagem abaixo, um exemplo do campo da Licenciatura. Nesse caso, o objetivo é compreender as diferentes matrizes do currículo e suas implicações sobre a intervenção docente em Educação Física, tendo como referência o livro Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo, do autor Tomaz Tadeu da Silva.

    No exemplo, a jornada de aprendizagem do aluno passa por todos os quadrantes híbridos. Nos quadrantes virtuais, acontece a apropriação e discussão teórica do conteúdo. Já os momentos presenciais são reservados à prática.

    Regulamentação

    O modelo dos quadrantes híbridos desenvolvido pela ABMES foi estruturado em uma nota técnica entregue ao Conselho Nacional de Educação (CNE). A proposta parte do princípio de que o marco regulatório da educação superior já possui previsões para a viabilização da educação híbrida, como a equivalência dos créditos ofertados em cursos presenciais e EaD.

    Em seminário virtual promovido pela ABMES sobre educação híbrida em 2021, o conselheiro e relator da pauta da educação híbrida na Câmara da Educação Superior do CNE, Luiz Roberto Liza Curi, afirmou que “a educação híbrida não é uma nova modalidade de ensino, mas um novo procedimento pedagógico, uma mediação tecnológica necessária, plena e ampla, no sentido de ampliar o processo de aprendizagem”.

    Por Redação

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