Os 63 milhões de professores afetados pelo fechamento das escolas durante a pandemia da covid-19 desempenharam um papel crucial para garantir que o aprendizado continue, com ou sem o uso de tecnologia.
Agora, esses professores têm um novo desafio: garantir que a volta à sala de aula ocorra sem grandes problemas. O que exige preparação para lidar com alunos que possivelmente perderam renda familiar, vínculos sociais, rotinas e até mesmo parentes ou amigos para o coronavírus.
A preparação para o retorno à rotina escolar inclui ouvir as necessidades dos professores, cuidar de sua saúde mental e ajudá-los a adaptar as abordagens de ensino e de aprendizagem. É o que diz um documento sobre reabertura de escolas da Força Tarefa Internacional de Professores pela Educação, uma parceria da Unesco e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A seguir, listamos 7 maneiras de apoiar os professores durante a volta à sala de aula, segundo o documento.
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- Dar voz aos professores
O diálogo é essencial para desenvolver estratégias eficazes para a reabertura das escolas. Esse diálogo deve incluir autoridades competentes, organizações representativas de professores, pais, comunidades locais e alunos, como associações e sindicatos. Ele garante que todas as necessidades sejam consideradas ao planejar a segurança da escola e desenvolver práticas de ensino para retomar o aprendizagem.
- Ambiente escolar seguro
Conforme as escolas reabrem, a segurança e o bem-estar dos alunos e funcionários da escola é uma preocupação primordial. Condições de trabalho seguras e saudáveis nas escolas são fundamentais para um trabalho decente e essenciais para garantir que os professores estejam motivados e eficazes durante e após a pandemia.
As medidas para garantir a segurança e a saúde nas escolas devem ser adaptadas aos contextos locais, segundo os padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS).
- Bem-estar emocional
A pandemia do coronavírus e o distanciamento físico necessário pode ter gerado problemas psicológicos para professores e suas famílias. Se o estresse e o trauma não forem detectados, e além disso tratados, pode causar danos de longo prazo à capacidade de ensino e ao bem-estar geral.
A quarentena e o excesso de tarefas nos últimos seis meses levou professores ao esgotamento e até mesmo ao abandono do trabalho. Os gestores precisam garantir que toda equipe pedagógica receba apoio psicológico contínuo – fundamental já que muitos professores também precisam dar suporte aos alunos e suas famílias.
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- Retomada do ensino em sala
Professores precisam receber apoio e recursos adequados para retomarem a rotina em sala de aula e, em muitos casos, para fornecer um nivelamento no ensino. Esse apoio é particularmente importante quando houver pressão adicional sobre o tempo disponível dos professores.
Por exemplo: alguns professores podem ser solicitados a ofertar o ensino presencial e online simultaneamente. Outros terão que completar turnos duplos para manter o tamanho das turmas baixo e permitir o distanciamento físico.
- Ter professores suficientes
Apesar das circunstâncias excepcionais, é crucial que os docentes tenham padrões de trabalho decentes. Se o retorno à escola for parcial, ou se algumas crianças continuarem aprendendo remotamente, isso pode revelar lacunas nos recursos humanos e criar horários e rotinas de trabalho complexas. Com um sistema de educação sob pressão, é vital não reduzir investimentos, sob pena de pôr em risco os direitos dos professores e as condições aceitáveis de trabalho.
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- Investir na educação
É compreensível que a crise abalou financeiramente a economia de diversos países, mas para garantir a continuidade da aprendizagem as autoridades educacionais precisarão investir nas equipes educacionais. Não apenas para manter os salários, mas também para fornecer treinamento e um ensino de qualidade.
Os governos também devem incentivar e criar meios para os gestores de instituições privadas manterem os pagamentos regulares de salários aos professores e outros funcionários.
- Monitorar a situação
É fundamental monitorar e avaliar a situação das escolas que reabriram, e fazer adaptações se necessário. O ideal é que o Ministério da Educação, as autoridades e os gestores escolares desenvolvam estruturas de monitoramento e avaliação para medir e comparar o progresso conforme as escolas reabrem.
Essas estruturas devem levar em consideração o papel do professor no fornecimento de ensino de qualidade e na promoção de um ambiente de aprendizagem favorável.
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