Quem circula por Porto Alegre presencia uma cidade que pulsa e vibra. Não é à toa: a capital do Rio Grande do Sul, estado mais meridional do Brasil, passou por uma série de transformações nos últimos anos.
As mais visíveis estão à beira do Guaíba, o grande lago que margeia Porto Alegre. A revitalização da orla presenteou a população de 1,3 milhão de habitantes com um enorme complexo de lazer, esporte e gastronomia – onde é possível admirar aquele que, para muitos, é considerado (sem qualquer modéstia) o mais bonito pôr do sol do mundo.
Além disso, várias iniciativas do governo municipal transformaram a cidade em um prolífico ecossistema de inovação – entre elas, a redução de impostos para empresas de base tecnológica e a criação do Living Lab Poa, um ambiente de testes para validar propostas de inovação, como a modelagem de um sandbox regulatório de contratação de startups.
As ações do poder público encontram eco em iniciativas do setor privado. É o caso do Instituto Caldeira, um hub de inovação instalado em um antigo complexo industrial de uma das mais importantes indústrias gaúchas do século passado – A.J. Renner & Cia, empresa que deu origem às Lojas Renner, uma das maiores varejistas de roupa do Brasil. A estrutura atual, de 22 mil m², é compartilhada por mais de 450 organizações conectadas, num espaço onde circulam 1,5 mil pessoas por dia.
Hoje, o Instituto Caldeira é o principal ponto de Porto Alegre destinado a atividades relacionadas à nova economia. Mas a capital gaúcha – e seu entorno – também é reconhecida globalmente por empreendimentos tradicionais: a General Motors fabrica carros aqui, enquanto a Dell monta notebooks e a John Deere produz máquinas agrícolas.
Porto Alegre também é a origem de muitas multinacionais brasileiras como a Gerdau, produtora de aço com fábricas em países como Uruguai, Argentina, Chile, Colômbia, Canadá e Estados Unidos, e a +A Educação (antiga Grupo A), plataforma de soluções para o ensino superior – com clientes em todas as regiões do Brasil e países da América Latina, como Argentina, Chile e Colômbia.
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Melhor cidade do Brasil para fazer negócios
Mais recentemente, Porto Alegre foi eleita a melhor cidade brasileira para se fazer negócios, de acordo com o Índice de Concorrência dos Municípios (ICM), do Ministério da Economia. Tornou-se também a segunda melhor capital do País para o empreendedorismo, conforme pesquisa da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e da Endeavor.
Os critérios para avaliar esse desempenho foram grau de inovação, capital humano, infraestrutura e segurança jurídica.
Essa fama de capital da inovação se consolidou ainda mais quando a cidade se transformou, em 2022, na sede do South Summit Brazil, evento global que reúne startups disruptivas, top speakers mundiais e investidores. A segunda edição, realizada em março de 2023, teve a participação de fundos de investimento com patrimônio de US$ 123 bilhões. Nos três dias de evento, 22 mil pessoas circularam pelo South Summit.
Por essas e outras razões, a região de Porto Alegre é também um hub para a tecnologia educacional. Aqui, é possível citar alguns exemplos.
Começando pelo ecossistema virtual que potencializa a aprendizagem dos estudantes da Feevale (universidade localizada em Novo Hamburgo, na região metropolitana). Implementado em 2023 em parceria com a Plataforma A, edtech da +A Educação, o sistema gera conteúdo em diferentes formatos, incluindo materiais 360º, em 3 D e realidade aumentada.
Além disso, a Feevale é referência nacional quando o assunto é cooperação científica e tecnológica – graças ao Feevale Techpark, parque tecnológico com 11 empresas encubadas e outras 78 residentes, que faturam R$ 236 milhões por ano.
Outro grande exemplo é o Tecnosinos, parque tecnológico da Unisinos, universidade de São Leopoldo que abriga grandes companhias globais e dezenas de startups incubadas, com faturamento anual de R$ 2,5 bilhões. E tem ainda o Tecnopuc, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), que acolhe nada menos do que 900 startups.
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Referência em tecnologia educacional
Esse upgrade das instituições de ensino tem como base a atuação de empresas e negócios locais, voltados para a inovação e a tecnologia educacional, como a +A Educação.
Fundada em 1973, a companhia registrou uma expansão acelerada nos últimos anos, com produtos pedagógicos e de gestão educacional que beneficiam 3 milhões de universitários – cerca de 50% dos alunos de ensino superior privado no Brasil.
Recentemente, a empresa começou a investir no desenvolvimento de simuladores com realidade aumentada, tecnologia que possibilita aos estudantes de Medicina, por exemplo, simulação de cirurgias e atendimento médico, além do estudo de órgãos humanos.
Afora essas inovações, a +A Educação também é uma verdadeira escola de talentos, uma vez que boa parte das edtechs brasileiras foi criada ou conta em posições de liderança com profissionais que passaram pela companhia.
Pergunte a um porto-alegrense os motivos que o fazem sentir orgulho da cidade, e ele provavelmente mencionará o espírito inovador que a tomou conta. Também é possível que cite o churrasco, as atrações culturais e o futebol – os dois principais clubes de Porto Alegre são Grêmio e Sport Club Internacional, cuja rivalidade é equivalente a um Boca Juniors x River Plate.
Mas não sem antes dizer que um dos grandes orgulhos da cidade é o seu pôr do sol, que cruza os céus todos os dias e vai dormir no horizonte do Guaíba.
*O jornalista Paulo César Teixeira colaborou com esse texto.
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