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Recebemos um e-mail do leitor Jorge Badia com o seguinte comentário: “Tenho acompanhado (e ficado chocado) com a interferência de alguns pais nos ambientes virtuais” em que seus filhos estudam. Segundo nosso leitor, que é advogado e mora em Petrópolis (RJ), há pais que costumam interromper a aula para fazer observações e até mesmo discutir com o professor. “Minhas filhas e as demais crianças ficam constrangidas.”
Ficamos preocupados com essa experiência e consultamos nossas fontes para saber: Os pais podem interromper o professor durante a aula online do filho?
Aqui estão suas respostas.
Fatima Delphino , coordenadora de pós-graduação em Educação do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal)
“Os pais não podem entrar durante a aula online do filho. Porque é uma aula como outra qualquer. Não é na escola mas o professor também não gosta que invadam o espaço da sala de aula. Pelo fato da aula ser em casa, os pais se sentem mais à vontade com isso, mas eles não devem entrar. E sim respeitar como um espaço escolar. Atualmente eles cobram muito das instituições e dos professores. Notamos que no passado os professores eram que davam as cartas, diziam como as coisas deviam ser, mas hoje em dia os pais querem fazer um caminho inverso e quer interferir. Mas isso não é aconselhável. Isso não é bom. Isso não ajuda a criança.”
Lourdes Atié , socióloga com pós-graduação em Educação, diretora da empresa Ideias Futuras e membro da comissão editorial da Revista Pedagógica Pátio – Ensino Fundamental e Ensino Médio
“Não pode. Este momento é entre o professor e o estudante. Deixe que eles se entendam como na sala de aula. Seu filho precisa construir esta autonomia. Se quer falar com a professora, marque um horário com ela, fora do momento em que ela está trabalhando com seu filho. É muito importante manter este respeito pelos espaços de cada um.”
Autonomia: os pais não podem interromper e falar com o professor durante a aula online dos filhos, segundo especialistas. Crédito: Pexels.
Janine Rodrigues , educadora e escritora na Piraporiando
“Somente se estiver previamente acordado e com regras claras. É preciso cuidado para não ocorrer um desvio de foco da liderança do professor – não parecer que o familiar naquele momento tem mais poder de decisão ou ‘sabe mais’ que o professor. Na educação infantil , por exemplo, a criança precisa de um mediador, ajudador. Mas ainda assim fique atento às orientações do professor para não dar a impressão de que na escola, com o professor, se se faz de um jeito e, em casa com a família é de outro. A proposta é não criar uma concorrência entre estes ‘fazeres’ e sim que eles sejam complementares. Assim o estudante perceberá que a família e a escola têm papéis diferentes, complementares e de igual importância no que se refere a educação.”
Shyrleide Gomes, professora de matemática e robótica do Fundamental I e II do Colégio Marista de Maceió
“O papel dos pais é assessorar, principalmente no que diz respeito à diversidade de materiais utilizados – texto, podcasts etc. Com esse ensino de tal forma remoto, os caminhos utilizados pelo professor visam a aprendizagem através da autonomia. Comandos mais curtos, práticas mais longas. As trilhas de aprendizagem são sequências de atividades eficazes, elaboradas em diferentes mídias com o objetivo de serem complementares entre si e de construírem o conhecimento a respeito de um determinado tema. Surgiram dúvidas? Quer sugerir algo novo? Complementar ou dar feedback? Muitos aplicativos têm a opção de chat para comunicação com coordenação e professores. Mas, no momento da aula, a construção do conhecimento é do elemento mais importante do processo: o aluno.”
Por Leonardo Pujol
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