Ensino Superior

O que é e como aplicar a educação 5.0

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A educação 4.0 nasceu na esteira de uma revolução industrial caracterizada pelo intenso uso de tecnologia. As salas de aula incorporaram computadores, tablets, realidade virtual e aumentada, entre outros recursos. Mas as demandas do século 21 abriram as portas para uma nova era: a da educação 5.0

A educação 5.0 surgiu no Japão, em 2016, quando um projeto governamental chamado Sociedade 5.0 direcionou os esforços de inovação tecnológica para a melhoria da qualidade de vida da população. Um exemplo é uso da digitalização para aperfeiçoar serviços urbanos, como o transporte.

Logo, os preceitos da Sociedade 5.0 foram absorvidos pelo processo de ensino e aprendizagem. Nesse caso, não basta mais utilizar a tecnologia em sala de aula. Somado a isso, a educação 5.0 propõe o desenvolvimento soft skills e a formação de alunos conscientes do seu papel social.

Um mundo em transformação

Assim como modelos anteriores, a educação 5.0 deseja atender às urgências de um mundo em transformação. Apesar de cada vez mais conectada, a última geração de alunos precisa de algo a mais se quiser encontrar sua vez no mercado de trabalho e trazer mudanças positivas para a comunidade.

Segundo o relatório Global Talent Trends, do LinkedIn, 92% dos especialistas em aquisição de talentos consideram as soft skills como as habilidades mais importantes na hora da contratação.

Já o relatório The Future of Jobs, do Fórum Econômico Mundial, aponta o pensamento crítico e analítico, criatividade e resolução de problemas complexos como competências fundamentais para os profissionais do futuro.

A alta demanda por soft skills está associada à automatização de diversas ocupações. Conforme um estudo do Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações (Lamfo), da Universidade de Brasília (UnB), até 2026, 54% dos empregos formais do Brasil poderão ser ocupados por robôs e programas de computador.

Os cidadãos do século 21 dependerão das suas competências socioemocionais, como resiliência e comunicação, para se adaptarem ao novo cenário. Isso envolve, por exemplo, a necessidade de mudar de carreira ao longo da vida e de realizar atividades que visem o bem-estar da sociedade.

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Leia mais: O impacto do ensino superior no mercado de trabalho do futuro

Caminhos para a educação 5.0

Com a educação 5.0, emerge uma nova forma de construção do conhecimento. As tecnologias educacionais seguem em cena, mas são acompanhadas de estratégias para o estímulo às soft skills. Ao mesmo tempo, a educação a distância (EAD) e o ensino híbrido ganham força como modalidades de ensino.

Para implementar a educação 5.0, as instituições de ensino superior (IES) devem ofertar ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) robustos e acessíveis, laboratórios virtuais, recursos de realidade virtual e aumentada, entre outras tecnologias aliadas do processo de ensino e aprendizagem.

Entretanto, elas não podem se furtar de uma inovação curricular e metodológica que abrace, respectivamente, a hibridização e as metodologias ativas de ensino.

Esse é um dos caminhos para as IES construírem espaços propícios para que os alunos trabalhem em projetos que resolvam problemas da comunidade e os conectem com o mercado de trabalho. A prática é a melhor saída para dar protagonismo aos alunos e, consequentemente, garantir o desenvolvimento das habilidades socioemocionais.

A curricularização da extensão, inclusive, é uma oportunidade para abrir as portas dos campi. Pela legislação, a partir de janeiro de 2023, no mínimo 10% da carga horária total de todos os cursos de graduação precisa ser destinada às atividades extensionistas.

Além disso, os gestores devem cuidar da formação continuada dos professores, com capacitações, por exemplo, em cultura digital, metodologias ativas e uso de tecnologias educacionais. Tudo para prepará-los para assumir um novo papel em sala de aula, como mentores da jornada dos alunos na era da educação 5.0.

Leia mais: Curricularização da extensão abre espaço para projetos integradores

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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