Quem é Milton Ribeiro, o novo ministro da Educação

Redação • 16 de julho de 2020

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    Aconteceu na tarde desta quinta-feira (16) a posse de Milton Ribeiro no Ministério da Educação (MEC). Ele é o quarto ministro da Educação desde o início da gestão de Jair Bolsonaro e assume após a passagem relâmpago de Carlos Alberto Decotelli pela pasta.

    Na cerimônia, Ribeiro manifestou desejo de promover um ensino público laico e de “abrir um grande diálogo para ouvir os acadêmicos e educadores que, como eu, estão entristecidos com o que vem acontecendo com a educação em nosso país, haja vista nossos referenciais e colocações no ranking do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes]”.

    O novo titular do MEC afirmou que políticas e filosofias educacionais, que considera equivocadas, “desconstruíram a autoridade do professor em sala de aula”. Também disse que vai apoiar iniciativas para recuperar essa autoridade, registrou a Agência Brasil.

    Bolsonaro participou da cerimônia de forma virtual porque se recupera após ser diagnosticado com covid-19. Em um breve discurso, o presidente também falou sobre a necessidade de recuperar o respeito ao professor em sala de aula. “Os professores são praticamente nossos segundos pais, são aqueles a quem devemos respeito e reconhecimento por aquilo que nos ensinam e ficará para sempre em nossas vidas”, disse.

    Posse do novo ministro da Educação, Milton Ribeiro. Crédito: TV Brasil/Reprodução.

    Milton Ribeiro foi anunciado para o cargo nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro na última sexta-feira, 10 de julho.

    Havia grande expectativa para saber quem seria o novo chefe do MEC. A saga começou após a demissão de Abraham Weintraub no dia 18 de junho. Desde então, diversos nomes foram cogitados à pasta, incluindo o de Renato Feder, secretário de educação do Paraná, e o de Anderson Ribeiro Correia, atual reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

    Sete dias após a saída de Weintraub, Bolsonaro nomeou Decotelli para o MEC. Ele acabou pedindo demissão cinco dias depois, após a imprensa revelar uma série de inconstâncias em seu currículo na plataforma Lattes.

    Depois disso, Bolsonaro chegou a convidar Renato Feder para o posto. Após ser atacado nas redes sociais por parte de apoiadores ligados ao escritor Olavo de Carvalho e a políticos evangélicos, o atual secretário do Paraná declinou do convite, obrigando o governo a buscar um novo nome.

    A primeira baixa do MEC no governo Bolsonaro foi a do professor Ricardo Vélez Rodríguez, substituído por Weintraub.

    Quem é Milton Ribeiro

    Milton Ribeiro é formado em Direito e Teologia, mestre em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (onde foi vice-reitor) e doutor em Educação pela USP. Além disso, trabalhou como advogado e atua como pastor da Igreja Presbiteriana em Santos (SP).

    No Twitter, disse que sua intenção é dedicar esforços e conhecimentos para auxiliar o governo a oferecer uma “educação que projete esperança” ao futuro do Brasil.

    A Associação Nacional do Juristas Evangélicos (Anajure) afirmou ao jornal Gazeta do Povo que o trabalho de Ribeiro é técnico e pautado em valores sólidos. “Se por um lado é um nome técnico, por outro é uma pessoa de diálogo. Certamente saberá conduzir os rumos da educação de forma que a diversidade será respeitada.”

    Apesar de ser um pastor evangélico, Ribeiro não foi indicado pela bancada do segmento na Câmera. “A escolha do Prof Milton Ribeiro para a pasta da Educação não teve interferência alguma da Frente Parlamentar Evangélica. Foi uma escolha do PR Jair Bolsonaro”, escreveu o deputado federal Marco Feliciano, em sua rede social.

    A escolha de um nome para o comando do MEC trouxe um certo alívio para os gestores, professores e alunos. Mas, por outro lado, gerou uma certa preocupação e polêmicas por se tratar de um pastor.

    A deputada federal Tabata Amaral considera preocupante que a nomeação de Ribeiro tenha relação com religião. “O que me preocupa é que diante de desafios tão grandes, como os que nós temos na educação brasileira e em um momento em que as desigualdades educacionais se aprofundam por causa da pandemia, o presidente da República escola um ministro da Educação com bases em critérios religiosos”, afirmou a deputada em um vídeo publicado no Twitter.

    Apesar do pouco tempo a frente do cargo, o novo ministro da Educação já se envolveu em uma polêmica. Um vídeo em que ele defende que os pais façam as crianças sentirem dor durante a educação começou a circular na internet. A gravação do vídeo foi feita em um templo presbiteriano, em abril de 2016.

    No vídeo, Ribeiro diz que o ensinamento “não vai ser obtido pro meios justos e métodos suaves”. Segundo o ministro, os pais precisam ser mais rígidos. “Deve haver rigor, desculpe a severidade. E vou dar um passo mais, talvez algumas mães até fiquem com raiva de mim: devem sentir dor”, explica.

    Outra gravação, em que diz que o homem precisa impor a direção que a sua família vai seguir, também foi alvo de críticas.

    Os desafios do novo ministro

    O portal de notícias G1 listou os quatro principais desafios do novo ministro da Educação. São eles:

    Ano letivo na pandemia: O grande desafio será estabelecer um plano de volta às aulas presenciais eficiente. Será necessário diálogo com os governos municipais, estaduais e federais para planejar um retorno seguro. Além disso, existirá os efeitos da quarentena, que jogou mais luz nas desigualdades sociais e educacionais do Brasil.

    Enem 2020: Devido a suspensão das aulas presenciais os alunos pediram o adiamento da prova , que foi adiada para janeiro de 2021. Agora que a data já está definida o novo ministro terá que lidar com toda logística do dia da prova. Além disso, esse ano o Enem terá a sua primeira versão digital.

    BNCC: Implantar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio é mais um desafio para o MEC. A BNCC definirá o conteúdo mínimo que os estudantes do ensino médio de todo o Brasil deve aprender. No momento, apenas as disciplinas de português e matemática são obrigatórias.

    Fundeb: O MEC precisa aprovar o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. É que o atual Fundeb vencerá em 31 de dezembro deste ano. A expectativa é que um novo texto seja aprovado no Congresso para assegurar a verba repassada ao fundo. O Fundeb financia a educação básica, pagando desde reformas em escolas até salário de professores.

    Por Redação

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