Meninos têm probabilidade maior de repetir de ano, no Brasil, em comparação com meninas. Para ser mais preciso, a chance de um garoto reprovar é 64% maior do que uma menina.
A informação consta em um estudo divulgado nesta quinta-feira (31) pelo Unicef, braço das Nações Unidas pela Infância, e pelo Instituto Claro. O levantamento considerou dados das redes estaduais e municipais obtidos pelo Censo da Educação Básica.
Em 2018, de acordo com o trabalho, 2,6 milhões de estudantes foram reprovados – o que corresponde a 11,3% do total de alunos e a 6,9% das alunas.
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“Meninos tendem a manifestar mais cedo desinteresse na escola e ingressar mais de forma precária no mercado de trabalho”, disse Ítalo Dutra, chefe de educação do Unicef no Brasil, conforme o jornal Folha de S. Paulo. Para ele, essa é uma das possíveis explicações para a diferença de gênero – que ainda estão sob análise.
O estudo também aponta que 912 mil abandonaram a escola no ano passado. Destes alunos, 50,6% estavam no ensino médio.
Além disso, o relatório enfatiza a persistência de outro problema: o alto número de crianças com dois anos ou mais de atraso escolar (distorção idade-série). Esses estudantes têm maior tendência de evadir e de ter pior desempenho.
Por repetir de ano com mais frequência, um menino têm 43% mais chance de estar em distorção idade-série do que uma menina.
Durante a divulgação do estudo, o Unicef e o Instituto Claro lançaram um curso online voltado para gestores e professores. O objetivo é ajudá-los no diagnóstico do problema em cada escola para que atuem a tempo de mudar a trajetória dos alunos.
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