Inteligência artificial promove ensino personalizado

Laura Lima • 3 de setembro de 2019

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    Alunos da Escola Bosque, em São Paulo. Crédito: divulgação.

    Não é segredo que a inteligência artificial (IA) mudou – e continuará mudando – a maneira de ensinar e aprender. De acordo com o estudo “ Tendências em Inteligência Artificial na Educação ”, elaborado pelo Sesi e pelo Senai, sistemas tutoriais inteligentes (ITS, na sigla em inglês) serão adotados por entre 11% e 30% das escolas brasileiras até 2022, podendo chegar a 50% em 2030.

    Os ITS são programas de computador baseados em inteligência artificial e que independem da intervenção constante do professor.

    Um exemplo de sua aplicação são as tecnologias de ensino adaptativo – adaptative learning, em inglês. Elas são capazes de moldar o ensino conforme o nível de conhecimento dos alunos.

    A análise é feita em tempo real a partir da experiência de uso em plataformas virtuais de aprendizagem. Os programas de ensino adaptativo conseguem identificar dores, interesses e facilidades, propondo trilhas de aprendizagem personalizadas a cada estudante.

    “O ensino personalizado é uma tendência, mas também um conhecimento em desenvolvimento”, afirma Naomar Almeida Filho, professor visitante do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) .

    Para além do ensino personalizado

    Criada em 1956, pelo cientista da computação John McCarthy, a IA está presente em jogos, programas de computador, aplicativos de segurança, sistemas informacionais, programas de diagnósticos médicos, dispositivos de reconhecimento de identidade – sejam elas digitais, de face ou de voz.

    Os sistemas de inteligência artificial e de machine learning – área da ciência que desenvolve o autoaprendizado das máquinas – também estão por trás dos chatbots, serviços de atendimento virtual que oferecem tutoria, assistência e feedback em diversas indústrias.

    Na educação, além de favorecer o ensino personalizado e facilitar o processo de aprendizagem, o robô é um excelente instrumento de inclusão e conscientização.

    É assim na Escola Bosque, em São Paulo. No ano passado, a instituição empregou esforços para treinar os conhecimentos de seu chatbot a respeito do bullying – e, assim, levar o debate à sala de aula.

    A preocupação é pertinente. De acordo com a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis, na sigla em inglês), divulgada em junho pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 28% dos diretores escolares brasileiros relataram ter testemunhado situações de intimidação ou bullying entre alunos. Isso é o dobro da média dos países da OCDE.

    “Realizamos uma palestra sobre o assunto [bullying] e recolhemos com os alunos perguntas que otimizaram a inteligência e o funcionamento do chatbot”, explica Silvia Scuracchio, diretora pedagógica da Escola Bosque.

    Desde então, o bullying – que era um problema no dia a dia escolar da instituição – apresentou redução significativa.

    Cerca de 180 dos 320 alunos matriculados na educação infantil e fundamental da Escola Bosque participaram do projeto. Responsáveis por “treinarem a inteligência artificial”, eles aproveitaram para aprofundar o conhecimento sobre o mecanismo do chatbot – que atende o Teams , plataforma virtual que centraliza atividades de alunos e professores.

    A Escola Bosque é reconhecida pela Microsoft por incentivar a transformação digital e introduzir o uso de tecnologia – por meio de tablets, computadores e celulares – desde a educação infantil. O posicionamento foi o que garantiu à instituição o apoio da Microsoft para a criação do chatbot.

    O projeto também aumentou o interesse dos alunos no robô. O que é ótimo. Afinal, à medida que cresce a adesão – ou seja, quanto mais interação o chatbot tem –, mais inteligente ele fica. E os alunos, quase sem perceber, acabam protagonistas na resolução dos próprios problemas.

    Por Laura Lima

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