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Hubs da ONU: ODS e Extensão Curricularizada

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A integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU na educação superior é uma oportunidade essencial para promover um futuro mais igualitário e sustentável.

Nesse sentido, a extensão universitária desempenha um papel crucial ao conectar a academia com a sociedade, permitindo que os estudantes apliquem seus conhecimentos em projetos que abordem diretamente os desafios globais.

No Brasil, a Regulamentação nº 07 de 2018 do Ministério da Educação (MEC), em vigor desde 19 de dezembro de 2022, visa assegurar que a formação acadêmica esteja profundamente conectada às necessidades da sociedade, promovendo a aplicação prática dos conceitos estudados e, simultaneamente, fortalecendo o compromisso das IES com os ODS.

Gostaria de dar destaque na coluna deste mês a iniciativa dos Hubs da ONU, oportunidade que as Instituições de Ensino Superior (IES) têm de se tornarem protagonistas na implementação dos ODS, ampliando o impacto social da educação superior.

As IES podem se inscrever até 30 de setembro para se tornarem Hubs da ONU, trabalhando diretamente com as demandas dos ODS. Conectar os ODS ao desenvolvimento de competências no processo de extensão curricularizada é essencial para a formação integral dos estudantes, embora seja um desafio complexo.

Clique aqui para saber mais sobre os Hubs da ONU

 Por que trabalhar ODS nos currículos?

Trabalhar os ODS nos currículos dos cursos de graduação através de atividades de extensão não apenas reforça a responsabilidade social das IES, mas também prepara os estudantes para enfrentar os desafios globais contemporâneos.

Ao alinhar as atividades de extensão com os ODS, os alunos desenvolvem projetos que contribuem para áreas como sustentabilidade, igualdade, saúde e bem-estar, aplicando o conhecimento acadêmico de maneira prática e relevante para a sociedade.

A iniciativa da ONU ajuda justamente a fortalecer parcerias intersetoriais e interdisciplinares para causar impacto na vida de pessoas e comunidades no mundo todo. O projeto conecta estudantes, acadêmicos, cientistas e pesquisadores que representam uma ampla gama de disciplinas acadêmicas e projetos de pesquisa relacionados ao desenvolvimento sustentável.

A UNISINOS, por exemplo, atua como Hub para o ODS 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis

Como conectar a Extensão Curricularizada e ODS

Iniciativas como a da ONU conectam as necessidades das Instituições, a regulação e um grande objetivo de impacto mundial. Pensando em nossa realidade, elenquei alguns desafios que percebi nestes anos como consultora e gostaria de compartilhar com vocês.

  1. Compreensão e Adequação dos Currículos

As universidades precisam modelar as matrizes curriculares para incluir a carga horária mínima de extensão, mantendo a relevância e alinhamento com os objetivos pedagógicos de cada curso.

Isso exige um esforço colaborativo entre professores, coordenadores de curso e gestores institucionais. Os currículos baseados em projetos, competências e modelos híbridos são modelos exemplares para facilitar a integração das atividades de extensão.

  1. Envolvimento da Comunidade Acadêmica

Engajar a comunidade acadêmica é fundamental para o sucesso da extensão curricularizada.

É necessário um esforço contínuo para mudar a percepção de que a extensão é uma atividade extracurricular, mostrando sua importância para a formação integral e o desenvolvimento de competências valorizadas no mercado de trabalho.

Além de contribuir para o desenvolvimento de competências que são altamente valorizadas no mercado de trabalho, como a capacidade de resolução de problemas, pensamento crítico, habilidades de comunicação e trabalho em equipe. Ao participar de projetos de extensão, os estudantes não apenas aplicam o que aprenderam em sala de aula, mas também desenvolvem uma compreensão mais profunda de seu campo de estudo e do impacto que podem ter na sociedade.

  1. Avaliação e Mensuração dos Impactos

Avaliar as atividades de extensão exige a definição de indicadores claros que levem em conta tanto os impactos na formação dos alunos quanto na comunidade atendida. Como consultora educacional do GPA, da Plataforma A, acompanho de perto o processo de otimização e registro de evidências de aprendizagem, observando os desafios enfrentados pelas IES. A ferramenta GPA, em particular, desempenha um papel crucial ao registrar essas evidências para o MEC e medir os resultados das operações pedagógicas.

Leia mais uma coluna de Renata Perrenoud
Extensão curricularizada e evidências: panorama desde a regulação

  1. Parcerias e Colaboração

Ao estabelecer essas parcerias, fundamentadas em confiança mútua, comunicação eficaz e uma abordagem colaborativa e estratégica, as IES podem progredir na criação de uma educação superior que seja inclusiva e transformadora, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Superar os desafios associados a esse processo é essencial para que a extensão universitária cumpra seu papel de catalisadora de transformação social e desenvolvimento humano, formando cidadãos globais comprometidos com um futuro sustentável.

Diante dos desafios e oportunidades discutidos, é evidente que a integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas instituições de ensino superior é essencial para a formação de cidadãos comprometidos com um futuro mais sustentável.

As universidades, portanto, desempenham um papel vital na promoção de uma educação transformadora e inclusiva, que não só fortalece o compromisso com os ODS, mas também gera impactos positivos nas comunidades. Assim, a continuidade e o fortalecimento de iniciativas como os Hubs da ONU são fundamentais para assegurar que as instituições de ensino superior continuem a ser protagonistas na promoção do desenvolvimento sustentável global.

Leia mais:
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