Todos os dias, um novo grupo de escolas e instituições de ensino superior (IES) anunciam que as aulas presenciais estão suspensas e o que o ensino será virtual por tempo indeterminado – numa tentativa de impedir a propagação do novo coronavírus e sua doença associada, a Covid-19.
Trata-se de uma decisão radical, mas necessária. O distanciamento social e a higiene, por enquanto, é o meio mais eficaz para atenuar a crise que já levou a óbito cerca de 6,4 mil pessoas em todo o mundo.
Em razão da emergência, governos e instituições de ensino fecharam as portas. A medida afastou da sala de aula mais de 516 milhões de crianças e jovens de 56 países, segundo dados da Unesco de segunda-feira, 16 de março.
Num esforço sem precedentes, a Universidade Harvard anunciou que cursos de graduação e pós-graduação presenciais terão aulas a distância a partir de 23 de março. É nesta data que os alunos voltariam ao campus após o recesso de primavera, previsto no calendário americano.
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Ao Harvard Gazette, site de notícias da Universidade Harvard, Katie Lapp, vice-presidente executiva da instituição, disse que a mudança para o ensino a distância deve atingir 22 mil alunos.
“A universidade chegou a essa decisão – de transferir as aulas presenciais para o online – após discussões e planejamentos significativos, que estão fundamentadas no conselho de líderes e especialistas em saúde de Harvard e de autoridades internacionais, federais, estaduais e locais“, disse Lapp.
O comunicado oficial divulgado na terça-feira passada (10), é assinado por Lawrence Summers, presidente da Universidade Harvard. Nele, afirma que o objetivo da mudança é minimizar a necessidade de se reunir em grandes grupos e passar um tempo prolongado em ambientes fechados como sala de aula, refeitórios e dormitórios.
A proximidade física é um risco para todo aluno, funcionário e professor. Por isso, a ideia de um plano de contingência em Harvard era considerado desde do início dos primeiros casos do coronavírus em Wuhan, na China.
Hoje, mais do que nunca, a aprendizagem é menos dependente da proximidade física. O ensino a distância torna possível continuar aprendendo, mesmo sem o contato contínuo da educação presencial.
A afirmação é do médico e reitor de Harvard, Alan Garber. Para ele, a educação a distância é a opção natural às instituições de ensino em casos de epidemias.
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A instituição flexibilizou algumas normas – como prazos acadêmicos, que serão estendidos – durante a fase de transição para o novo modelo. Os professores farão outros ajustes necessários.
“Reconheço que estamos pedindo que no meio do semestre repensemos completamente a forma como as nossas faculdades ensinam“, disse Lawrence Summers. “Fazemos isso porque sabemos que as instituições não querem colocar seus alunos em risco.”
O presidente Harvard pediu paciência aos membros da comunidade quando trabalharem com questões logísticas, relacionadas a essa situação. É que muitos alunos moram no campus. Pensando nisso, o Harvard College disponibilizou aos estudantes um auxílio financeiro até US$ 200 para enviar itens pessoais para casa.
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