Ensino Básico

A escola pode reprovar uma criança resistente à aula online?

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Segundo Lourdes Atié, não é justo reprovar um aluno que esteja com dificuldade para estudar em casa. Crédito: Unsplash.

Aos prantos: segundo Lourdes Atié, não é justo reprovar um aluno que esteja com dificuldade para estudar em casa. Crédito: Unsplash.

A volta à sala de aula já é realidade para alguns estudantes – até a publicação deste texto, seis estados haviam autorizado o retorno das aulas presencias. Entretanto, milhares de crianças não retornarão à escola tão cedo. Terão que continuar aprendendo de forma remota.

A questão é que nem todas as crianças conseguiram se adaptar ao ensino remoto emergencial. É o caso do neto da nossa leitora, Tânia Freitas. Ela nos escreveu contando sobre sua experiência com a aprendizagem da criança de seis anos.

“Meu neto não aceita participar deste tipo de aula e está tendo crises de nervos quando a mãe o chama para assistir as aulas online”, conta. “Falei com o colégio sobre este problema, mas eles falaram que ele seria reprovado caso não assista a aula”.

Diante disso, a avó faz um questionamento: “A escola pode reprovar uma criança na alfabetização [por que tem dificuldade de assistir a aula online]?”.


Prezada Tânia,

É absolutamente normal que seu neto não queira participar das aulas online. Tem muitas crianças que estão reagindo da mesma forma e acho que você não deve forçá-lo. O processo de alfabetização não se restringe a uma série e nem deve ser traumatizado, porque aprender não é resultado, mas é processo.

Se seu neto está mostrando resistência com a tecnologia, cabe a escola ajudá-lo a superar, descobrindo outros caminhos para chegar até ele. Se a escola entende que isso é motivo para reprová-lo, pode ter certeza que esta escola não merece seu neto. Ela coloca como sendo o problema da criança, quando cabe a escola resolver.

Na verdade, as recomendações de vários estados é não reprovar nenhum aluno em tempos de pandemia – o MEC não se manifestou. O justo seria, mesmo, não reprovar aluno de série alguma, em função deste tempo tão difícil que estamos passando. Assim tem sido em muitos países.

Então, acho que você não deve se preocupar com seu neto. Ele tem todo o direito de não se sentir bem aprendendo deste jeito. Se a escola não consegue entender isso, procure outra escola que respeite seu neto.


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Lourdes Atié
Lourdes Atié é socióloga com pós-graduação em Educação pela FLACSO, na Argentina, diretora da empresa Ideias Futuras e membro da comissão editorial da Revista Pedagógica Pátio – Ensino Fundamental e Ensino Médio. E-mail: lourdesatie@terra.com.br

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    2 Comments

    1. Minha senhora, sua preocupação está equivocada, não deveria se preocupar se seu Neto irá passar, deveria está preocupada se ele aprendeu alguma coisa, esse é o grande problema do nosso Brasil, ninguém se preocupa no aprendizado, apenas se ver satisfeito com notas e certificados e diplomas, certo que a única importância é o que aprende.

    2. Eu tenho um enteado, de 12 anos, que não quer fazer as atividades, muito menos assistir as vídeos aulas, com tudo se a escola o aprovar vou entrar na justiça, pois o mesmo foi prejudicado por ter ganho a aprovação sem ter conhecimento nenhum.
      A justiça deveria parar de perder tempo com pais que querem seus filhos burros diplomados, e sim levar a sério o que se foi aprendido, no caso de muitos alunos, NADA!

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