Nos Estados Unidos, 15% dos estudantes estão matriculados em cursos totalmente a distância. Na Índia, as modalidades de aprendizagem aberta e a distância representam uma importante ferramenta para levar a educação a um contingente maior da população, atingindo principalmente as camadas de baixa renda. Na África, é esperado que a educação a distância alcance um patamar crescente de cobertura nos próximos anos.
Essas informações estão contidas no estudo Qualidade global em educação online, aberta, flexível e aprimorada por tecnologia, do Conselho Internacional para Educação Aberta e a Distância (ICDE, na sigla em inglês). Os dados coletados são referentes ao ano de 2018. O trabalho examinou pontos fortes e fracos, além de oportunidades e ameaças à qualidade da educação a distância (EAD) em nível global.
Foram entrevistados líderes de instituições de ensino de África, Arábia, Ásia, Europa, América Latina, Caribe, América do Norte e Oceania.
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Desigualdade na EAD
O estudo aponta que, embora a EAD esteja em alta em muitos países, os cursos e programas ainda apresentam elevado grau de desigualdade.
Um dos fatores que ocasionam essa desigualdade diz respeito à falta de consistência dos padrões utilizados pelos órgãos governamentais para avaliação da qualidade da educação virtual. Sem parâmetros para determinar o benchmarking, as instituições se deparam com um quadro de ambiguidade em relação às expectativas de qualidade de suas ações.
A falta de padrões confiáveis também pode criar problemas em relação à credibilidade da aprendizagem virtual, flexível e aprimorada por tecnologia. Com isso, a oferta de cursos ou programas sem a incorporação das melhores práticas resulta em “experiências ruins de aprendizado para os alunos”, aponta o levantamento do ICDE.
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De acordo com o relatório, esse cenário está bastante presente na América do Norte. Ainda que a educação virtual continue a crescer por lá, a ausência de padrões de qualidade no setor determina uma falta de consistência entre os programas.
Esse cenário afeta diretamente as instituições de ensino superior (IES) à medida que ambientes de aprendizagem descentralizados resultam em ofertas aleatórias.
Capacitação docente
Outro desafio para a educação a distância em nível global é o desenvolvimento profissional. Em muitas regiões, ainda não foi implantada uma capacitação apropriada para o corpo docente ou mesmo para os demais profissionais envolvidos nas atividades.
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Essa circunstância resulta não só em um ambiente inadequado de aprendizagem para os alunos, como também em uma experiência frustrante para os próprios professores.
Com isso, em muitos casos, os docentes preferem prosseguir no modo face a face, presencial, sem compreender o seu papel na educação a distância e sem conseguir atender as necessidades virtuais de seus alunos.
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Percepção social
O terceiro tópico que concorre para a desigualdade da aplicação do ensino a distância em nível mundial tem a ver com o conceito de percepção social. A ideia de que esta modalidade tem a mesma eficácia do ensino tradicional está já presente em muitas partes do mundo, mas essa percepção não é universal.
Em alguns lugares, a EAD ainda é considerada como algo “abaixo do padrão”.
Mais que isso, o fato de que muitas nações continuam a ver essas modalidades com descrédito acaba por agravar a falta de diretrizes e processos para fomentar a credibilidade e a oferta do ensino a distância.
Segundo o estudo, para girar a chave e superar a percepção negativa da sociedade, é preciso o apoio de líderes tanto de universidades quanto de governos.
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A procura por um mestrado ead cresce a cada dia, entretanto o país não oferece perpesctivas de um professor da lingua materna ter a possibilidade de realizá-lo, o que traduz que a lingua portuguesa já nao é tão necessària e importante nos curriculos das demais cadeiras.
Chamou-me atenção na abordagem do tema, o destaque dado a capacitação dos professores nesta matéria.