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4 caminhos para uma educação a distância eficaz

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Para Robert Ubell, da NYU, plataformas de LMS e outras ferramentas tornam a educação online semelhante à presencial – até melhor. Crédito: Marcos Santos/USP Imagens.

Desde os primórdios da educação a distância, a grande questão é: como os alunos podem aprender de forma eficaz, se não estiverem cara a cara com seus professores? A educação online enfrentou o obstáculo de igualar o digital ao presencial – era preciso que o aluno aprendesse da mesma forma como se estivesse dentro de uma sala de aula, com professores e colegas que pensam e interagem.

Há mais de duas décadas, quando Robert Ubell – ex-vice-reitor de aprendizagem online da Escola de Engenharia Tandon da Universidade de Nova York (NYU, na sigla em inglês) – foi contratado para chefiar a unidade de educação a distância da escola, a NYU Tandon Online, poucas ferramentas estavam disponíveis para ajudar os docentes a migrarem seus cursos para o meio digital. Era afundar ou nadar.

“Corajosamente, o corpo docente aceitou o desafio e, sem a ajuda de dispositivos de alta tecnologia, mergulhou de forma criativa, simples e inteligente”, afirma Ubell, em artigo escrito à empresa norte-americana de tecnologia educacional EdSurge.

Desde que ele e sua equipe decidiram “nadar” contra a corrente do ensino presencial, surgiram muitas plataformas para ajudar na aprendizagem online e levar a educação virtual do experimento à prática comum. Nesse sentido, Ubell aponta 4 plataformas que considera ser as mais influentes.

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1. Ambiente virtual de aprendizagem (LMS)

Em quase todas as instituições de ensino superior dos Estados Unidos – e do Brasil –, sistemas para administração da aprendizagem online já estão estabelecidos. Neles, os professores criam materiais para os cursos, avaliam o progresso dos alunos e gerar exames personalizados.

O learning management system (LMS) – ou ambiente virtual de aprendizagem, AVA – é indispensável para a educação digital. O sistema é desenhado para oferecer recursos online para prendizado a distância, permitindo planejamento, implementação e avaliação de atividades. Os alunos podem se comunicar entre eles e também envolver os professores diretamente por meio de texto, voz e vídeo, gravados para acesso posterior ou executados imediatamente – em tempo real.

Estima-se que o mercado dos LMS seja de aproximadamente US$ 9,2 bilhões (R$ 35,2 milhões), atualmente. Phil Hill, guru da tecnologia e copublicador do blog e-Literate, afirmou que o LMS não é apenas parte da infraestrutura básica da universidade, mas também permite que os professores e alunos usem a tecnologia de forma criativa.

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Um dos fornecedores acadêmicos da ferramenta é a Blackboard, que atende 7 milhões de estudantes em mais de 70 países. A empresa desembarcou no Brasil em 2011. Desde então, mais de 250 instituições de ensino superior (IES) no país utilizam a ferramenta. “E projeções indicam que este número irá dobrar daqui a alguns anos”, afirma Matthew Small, diretor internacional da Blackboard.

2. Sistemas de criação criativa

Já ouvir falar sobre isso? São softwares de criação. Eles chegaram para estimular os alunos a interagir ativamente com materiais digitais e trabalhar em conjunto com o corpo docente para criar e integrar conteúdo interativo e envolvente.

A maioria deles integram ferramentas de avaliação, testando os resultados da aprendizagem. Dessa forma, os professores podem orientar os alunos a distância através de uma mixtape de conteúdo digital – vídeos, gráficos, links da Web, PDFs, slides do PowerPoint, questionários, ferramentas de pesquisa e etc.

Alguns dos sistemas também oferecem edição de vídeo, gravação e opções de download de tela. “A boa notícia é que você não precisa ser um programador para criar cursos online de alto valor de produção. Tudo que você precisa é da sua imaginação”, afirmou John Vivolo, diretor do online learning da NYU.

3. Ensino adaptativo

Inteligência artificial, ciência cognitiva, linguística, psicologia educacional e análise de dados. Todas essas áreas, juntas, formam um novo campo na educação. Conhecido como ciência da aprendizagem, ele impulsiona os avanços em uma nova prática: adaptive learning – ensino personalizado ou ensino adaptativo.

Os sistemas adaptativos são projetados para se ajustar ao conhecimento prévio de cada aluno e à obtenção de suas habilidades. Eles são sensíveis às necessidades específicas de cada aluno.

Por exemplo, quando o aluno demonstra dificuldade em relação a algum conteúdo, o programa oferece reforço ou ainda repete alguma questão (após um tempo) que já foi respondida de forma correta, para garantir que o aluno não acertou por sorte.

A mais recente pesquisa anual do Campus Computing mostra que a maioria dos CIOs (Chief Information Officer) – título dado àquele técnico da informação (TI) responsável pela informática de uma empresa – acadêmicos concluiu que a “tecnologia adaptativa tem grande potencial para melhorar os resultados da aprendizagem”.

Leia mais: A inteligência artificial e seu impacto transformador na educação

4. MOOCs

Em 2011, os cientistas da computação da Universidade de Stanford Sebastian Thrun e Peter Norvig tiveram a ideia de transmitir suas palestras sobre inteligência artificial pela internet. Eles sabiam que era uma inciativa arriscada, mas ficaram surpresos quando 160 mil assinantes, de mais de 190 países, inscreveram-se.

As palestras de Thrun e Norvig estão entre os fatores que impulsionaram os MOOCs (Massive Open Online Courses) – os cursos online abertos.

De acordo com o Class Center, que integra diversos MOOCs, desde 2011 mais de 900 faculdades e universidades surgiram oferecendo coletivamente mais de 11.000 cursos abertos. Agora em seu oitavo ano, os MOOCs cruzaram a marca de 100 milhões de alunos em todo o mundo.

Entre as principais plataformas que oferecem acesso aos MOOCs estão a Coursera – empresa financiada por Wall Street – que é a campeã com 37 milhões de alunos, seguida pela EDX, uma parceria entre o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e Harvard, com 18 milhões de alunos.

Entre os que contestam os MOOCs, prevalece a ideia de que as plataformas não são inovadoras, pois não envolvem os alunos no aprendizado ativo, razão pela qual as taxas de retenção dos cursos abertos são ruins: de 85% a 90% dos alunos saem logo após o início.

Em contrapartida, o ex-presidente da Universidade de Yale, Rick Levin, que atuou como CEO da Coursera por alguns anos, já afirmou que os MOOCs desempenham forte papel na econômica digital. “A maior surpresa é a força dos MOOCs para capacitação profissional no mundo corporativo.”

EAD: equivalente (ou melhor)

Para Robert Ubell, as plataformas de educação digital não são meras tecnologias ou gadgets. São, sim, um conjunto de práticas de ensino inovadoras.

“É um erro pensar na educação digital apenas como um dispositivo que você liga e desliga como uma porta de garagem”, diz Ubell.

Uma educação online qualificada garante introdução a um trabalho virtual em equipe, aprendizado coletivo e outras inovações pedagógicas que estimulam o aprendizado ativo. Para Ubell, a EAD consegue ser tão eficaz quanto o ensino presencial.

Texto originalmente publicado pelo EdSurge, com edição e tradução do portal Desafios da Educação.

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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