Apesar de serem confundidos com formações técnicas, os cursos tecnológicos fazem parte da educação superior. No entanto, diferentemente de bacharelados e licenciaturas, eles têm uma duração menor, entre dois e três anos.
Isso acontece porque os cursos tecnológicos, também conhecidos como tecnólogos, apresentam uma abordagem mais focada na área escolhida. Logo, são mais indicados para pessoas que já têm certeza de que trabalho pretendem exercer dentro da área.
Esses cursos também são interessantes para quem já trabalha em uma determinada atividade e deseja obter uma formação, porém tem pouco tempo.
O crescimento dos cursos tecnológicos
Os cursos tecnológicos existem no Brasil desde a década de 1960. Mas foi só nos últimos dez anos que a demanda cresceu. Para se ter uma ideia, entre o período de 2012 a 2022, as matrículas nos cursos tecnológicos aumentaram 91,9%.
De acordo com o mais recente Censo da Educação Superior, no bacharelado, o crescimento das matrículas foi de 25,9% no mesmo período, enquanto os cursos de licenciatura aumentaram 22,2%.
O levantamento do Ministério da Educação (MEC) também mostra que, apesar dos cursos de bacharelado terem uma participação de quase 2/3 das matrículas, os tecnológicos registraram o maior crescimento percentual (12%) entre os graus acadêmicos em 2022, quando comparado a 2021.
Vale a pena fazer um curso tecnológico?
Apesar do aumento da procura no Brasil, esse tipo de graduação ainda está longe de ter a mesma relevância que em outros países.
Na Alemanha, nos Estados Unidos e na Coreia do Sul, por exemplo, cerca de 50% das matrículas de ensino superior são nessa modalidade. “Nesses países, os cursos tecnólogos são bastante divulgados e ocupam um papel vital na política econômica”, afirma Ricardo Terra, diretor regional do Senai São Paulo, ao jornal Estado de São Paulo.
Uma das razões para o preconceito em relação a esses cursos é o mito de que graduações com carga horária mais extensa têm melhor qualidade, enquanto formações de curta duração são de segunda categoria. Isso cria uma imagem negativa dos tecnólogos.
No entanto, esses cursos passam pelas mesmas avaliações e critérios que os de bacharelado e licenciatura. Inclusive, na prova do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o curso de tecnologia em Design de Moda foi o único, entre tecnológicos e bacharelados, que conseguiu média acima de 60 pontos.
Já entre os cursos tecnológicos com piores desempenhos estão Tecnologia em Gestão Financeira (37,18), Tecnologia em Logística (38,60) e Tecnologia em Comércio Exterior (41,72).
Tecnólogo pode fazer pós-graduação?
Sim. Assim como os alunos de licenciatura e bacharelado, os tecnólogos recebem diploma de graduação e têm o mesmo direito de fazer pós-graduação, seja especialização, mestrado ou doutorado. Eles também podem fazer mestrado profissional (MBA) e participar de concursos públicos.
Ou seja, não há restrição legal quanto ao tecnólogo fazer pós-graduação. O MEC afirma que um egresso pode dar continuidade aos estudos independentemente de títulos acadêmicos.
Curso tecnológico aceita ProUni e Fies?
Sim. Para o MEC, cursos de graduação em nível tecnológico só diferem dos de bacharelado e de licenciatura na duração. As três opções têm igual peso e são graduações de nível superior que aceitam tanto o Programa Universidade Para Todos (ProUni) quanto o Financiamento Estudantil (Fies).
Leia mais:
Comments