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Curricularização da extensão pode gerar até 50% de economia por disciplina

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Atividades de extensão custam menos na comparação com disciplinas, impactando na saúde financeira das instituições

Além de aproximar a academia do mercado de trabalho, a curricularização da extensão pode ter um impacto positivo na saúde financeira das instituições ensino superior (IES). O que, inegavelmente, é mais um motivo para as faculdades se adequarem às diretrizes do Conselho Nacional de Educação (CNE).

Pelas regras, no mínimo 10% da carga horária total dos cursos de graduação deve ser destinada à extensão. O parecer 498/2020 deu prazo até 18 de dezembro de 2022 para a reorganização dos currículos.

Entretanto, a possibilidade de economia gera contornos mais urgentes para a implementação da curricularização da extensão. Isso porque o mercado do ensino superior ainda procura maneiras de superar os prejuízos ocasionados pela da pandemia do novo coronavírus.

Segundo a pesquisa “Observatório da Educação Superior: análise dos desafios para 2021”, realizada pela empresa de consultoria Educa Insights em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), os alunos seguem adiando a entrada na graduação.

Como a extensão diminui os custos

As IES têm duas saídas para colocar a extensão no currículo. Uma delas é aumentar a carga horária, o que não parece uma boa alternativa em um contexto de crise financeira. Por isso, a estratégia mais recomendada é substituir parte da carga horária das disciplinas por atividades de extensão.

“Se for bem modelada, implementada e executada, a extensão tende a custar muito menos do que uma disciplina tradicional, gerando economia para a instituição”, defende o diretor da +A Educação, Gustavo Hoffmann.

Leia mais: Curricularização da extensão abre espaço para projetos integradores

Para entender o cálculo, basta olhar para a estrutura financeira padrão de cursos populares, como Engenharia, Ciências Contábeis e Administração.

Em geral, as disciplinas são mais caras: demandam 68% do total de investimentos da grade curricular. Atividades de extensão, assim como estágios supervisionados e atividades complementares, tomam apenas 10% do orçamento cada. Ainda mais baratos são os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), que consomem apenas 2% do orçamento.

“Além de trazer mais benefícios, a extensão pode custar em torno de 50% menos do que custaria uma disciplina”, explica Hoffmann.

Urcamp aproveitou economia para aumentar competitividade

Em 2019, o Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp) implementou um novo modelo curricular. Desde então, os currículos contam com uma carga horária destinada à resolução de problemas reais da comunidade por meio de atividades de extensão.

Não demorou para os primeiros resultados aparecerem nos indicadores acadêmicos. Enquanto a empregabilidade dos alunos aumentou, a evasão e a reprovação apresentaram queda.

Ao mesmo tempo, a curricularização da extensão reduziu significativamente os custos da Urcamp. “A curricularização da extensão nos trouxe a possibilidade de reduzir as mensalidades. Entregamos mais qualidade no ensino e conseguimos ser mais competitivos no mercado”, afirma Fábio Paz, vice-reitor da Urcamp.

Você quer saber mais sobre a curricularização da extensão – e sobre como nova legislação pode finalmente acabar com o abismo entre a academia e o mercado de trabalho, dar sustentabilidade financeira à IES e oferecer um modelo educacional inovador?

Leia mais: Com projetos integradores, centros universitários organizam novas formas de ensinar

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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