O trabalho em grupo é uma ferramenta poderosa para turbinar a aprendizagem e desenvolver habilidades relevantes
Colaboração, liderança, argumentação, capacidade de resolver problemas, pensamento crítico, responsabilidade e iniciativa. De acordo com o estudo realizado pelo National Research Council, essas são as habilidades do século 21.
Para desenvolver a primeira habilidade, promover trabalho em grupo é uma ferramenta poderosa.
5 razões para o trabalho em grupo
O trabalho em grupo tem certas vantagens. Entre elas:
- Permite que os alunos realizem tarefas avançadas, mais difíceis e aplicadas à realidade;
- Estimula o desenvolvimento de competências em alta nos dias de hoje, onde a habilidade para trabalhar em equipe, a criatividade e a capacidade para solucionar problemas são tão exigidas dentro e fora da instituição de ensino;
- Aumenta a chance dos alunos absorverem melhor o conteúdo, pois participam do processo de maneira ativa;
- Equidade: essa aprendizagem, por sua vez, é realizada de forma mais horizontal na turma, reduzindo parte da desigualdade educacional;
- Melhora as relações intergrupais entre os estudantes, aumentando a confiança, o respeito e a cordialidade entre eles.
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Como agrupar os alunos?
Pode ser em duplas, trios, quartetos. O ideal é que não haja mais do que cinco participantes.
Mas antes de definir a melhor configuração é necessário refletir sobre o conteúdo a ser ensinado e os objetivos específicos da atividade. Depois, verifique o que a turma – e o que cada aluno – já sabe.
Esse mapeamento é o ponto de partida das ações do professor e o que dá apoio para a divisão dos grupos. Quanto mais se sabe sobre o nível de conhecimento dos alunos e o conteúdo a ser ensinado, mais produtivos são os trabalhos em grupo.
A afinidade, no entanto, nem sempre cabe como um critério de agrupamento – pois o principal objetivo da estratégia é a interação cognitiva e a construção de conhecimentos. Além do mais, é preciso deixar claro que trabalho em grupo não é bagunça.
O professor, por sua vez, deve dar autonomia aos alunos. Mas precisa ter atenção aos detalhes. “O objetivo do trabalho em grupo não é que alguns alunos ajudem outros”, ressalta o professor de matemática Carlos Cabana, em entrevista à Revista Pátio. “[Como professor], preciso dar tarefas que sejam dignas para que todos os alunos falem e participem ativamente.”
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O docente é quem define a tarefa a ser realizada, dá instruções e sugestões, indica materiais, explica as regras sobre cooperação entre os participantes e faz correções. Tirar uma dúvida do grupo não significa responder as perguntas, por exemplo, mas dar o caminho para os integrantes encontrarem as próprias respostas.
Ao fim, o trabalho em grupo permite a troca do aluno com o outro, do professor com aluno e vice-versa.
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ABP no trabalho em grupo
Uma abordagem que tem tudo a ver com o trabalho em grupo é a aprendizagem baseada em projetos (ABP ou PBL, na sigla em inglês).
Gabriel Gonçalves Guimarães, por exemplo, é aluno de Engenharia Elétrica de uma faculdade em Rondônia. No curso, ele tem uma disciplina para elaboração de projetos que sempre são desenvolvidos em grupo.
“Os trabalhos me dão uma ideia de como pode ser trabalhar futuramente com outros profissionais da área”, diz o estudante.
No livro Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada para o Século 21, o professor William Bender afirma que para diferenciar o ensino dentro do próprio projeto o professor pode criar grupos heterogêneos para atividades diferenciadas.
“Cada grupo [deve incluir] um aluno que leia bem, um que escreva bem, outro que tenha facilidade em lidar com tecnologia, um que não leia tão bem e outro que seja organizado o suficiente para liderar”, escreve Bender.
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Trabalho em grupo a distância
Em cenários com aulas virtuais, onde a presencialidade pode ser impossível, o trabalho em grupo também é uma ferramenta relevante à aprendizagem e interação entre os alunos.
Por fim, as orientações são praticamente as mesmas de um trabalho presencial. A diferença é que os alunos devem abusar da tecnologia durante o desenvolvimento do trabalho, reunindo-se por chamada de vídeo e debatendo em fóruns, por exemplo.
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