Um dos pontos mais discutidos quando se trata de Educação a Distância (EaD) é o desafio de promover a autonomia estudantil. Embora seja papel da universidade oferecer apoio, material e disponibilidade, a independência dos estudantes é essencial para a aprendizagem.
Proporcionar aulas atraentes e com metodologias inovadoras é um ponto importante para captar o interesse do aluno. Mas como fazer com que ele continue interessado nos estudos depois? Como despertar a curiosidade e autonomia mesmo quando não há conteúdo específico para assistir?
Afinal, o que é ser autônomo?
Como explica Malcolm Knowles, pesquisador e educador norte-americano, no prefácio do livro “Developing Student Autonomy in Learning“, por aprendizagem autônoma entende-se um processo centrado no estudante. Assim, o professor deve assumir-se como gestor, capaz de dirigir a aprendizagem dos alunos.
Dessa forma, a autoaprendizagem é um processo de aquisição de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes, que o indivíduo realiza por sua conta, seja através do estudo ou de experiências. É uma tarefa pessoal que exige disciplina, isto é, o aluno precisa ter a capacidade de administrar e gerenciar seus compromissos e atividades.
No contexto da EaD, é comum observar que a noção de aluno autônomo nem sempre corresponde à realidade. As aulas exigem dos estudantes uma autogestão e habilidades que muitas vezes eles não têm, mas que podem ser adquiridas com interesse e compromisso.
Portanto, é importante reafirmar que o aluno não deve lidar sozinho com todas as situações complexas que envolvem o processo de aprendizagem. Pelo contrário, espera-se que ele seja capaz de se organizar em seus estudos, mas também esteja engajado em uma dinâmica de aprendizagem ativa, que envolva interações com professores, colegas e recursos educacionais.
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Como construir uma aprendizagem autônoma na EaD
Quando se exige do aluno uma postura proativa, é preciso orientá-lo e ambientá-lo nesse novo cenário, no qual será necessário questionar, discutir e refletir.
Não há uma receita pronta para desenvolver a autonomia dos estudantes. Porém, algumas estratégias podem ser adotadas pelos docentes para ajudar nesse processo. Entre elas estão:
- Estabelecer metas de estudo específicas, como revisar um determinado capítulo do livro, fazer exercícios adicionais ou pesquisar um tópico relacionado;
- Incentivar os alunos, sempre que possível, a criarem um ambiente adequado para o estudo em casa. Isso inclui ter um local tranquilo, organizado e com os materiais necessários disponíveis;
- Disponibilizar recursos complementares, como livros, artigos, vídeos e sites confiáveis, para que os estudantes possam aprofundar o conhecimento sobre os temas abordados em sala de aula. Isso ajuda a estimular a curiosidade e o interesse pelo assunto;
- Ajudar os alunos a criarem um cronograma, dividindo o tempo disponível para revisar o conteúdo visto em aula e realizar as atividades propostas. Essa estratégia evita a procrastinação;
- Promover atividades em que os alunos possam discutir o conteúdo aprendido e compartilhar ideias entre si.
O caminho mais seguro é desenvolver abordagens que estimulem a autonomia de cada aluno, sem esquecer de fomentar o senso de coletividade entre a turma. Assim, o estudante sairá do ensino superior preparado para um mercado de trabalho que cada vez mais demanda profissionais dinâmicos e proativos.
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