

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior) abriu o calendário para Apresentação de Propostas de Cursos Novos (APCN) de pós-graduação stricto sensu no dia 30 de novembro. A janela serve para as instituições de ensino superior (IES) apresentarem projetos de abertura de cursos de mestrado e doutorado no Brasil.
A notícia é animadora para quem estava estruturando suas propostas. Entretanto, o alto número de reprovações nos últimos ciclos deve acender um alerta nas IES. De acordo com a presidente da Capes, Cláudia Toledo, na última APCN, realizada em 2019, apenas 26% das solicitações foram aprovadas. O dado foi apresentado durante um evento da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), em outubro.
Ou seja, das 675 submissões recebidas pela Capes, somente 173 foram aceitas. A estatística dos últimos cinco anos traz um índice parecido: apenas 32% de aprovação. Durante o webinar EaD Talks Revoluções: do legado à transcendência digital do Ensino Superior , a consultora da Plataforma A , Daiane Folle, tratou do assunto, indicando os motivos que levam às reprovações.
“A procura pela APCN é muito grande. Estamos falando de mais de 600 projetos protocolados na última janela”, afirma Folle. “Quando a presidente da Capes trouxe as evidências de reprovações à tona, ela ressaltou que precisamos prestar atenção e olhar para onde esses projetos estão falhando. Afinal, por que as IES não estão tendo sucesso?”
Todas as etapas do processo de avaliação são importantes para comprovar a qualidade de uma possível nova pós-graduação. Assim, na hora de acessar a Plataforma Sucupira – site que concentra os espaços formais de registro, avaliação, consulta, entre outros protocolos relativos aos programas Stricto Sensu –, o segredo está em cuidar de cada detalhe.
Com ampla experiência como consultora na área, Daiane Folle, da Plataforma A, já teve acesso a diversos projetos de mestrado e doutorado reprovados pela Capes. Inclusive, em artigo publicado no Desafios da Educação , ela apresentou um diagnóstico sobre quais tópicos dos projetos merecem uma atenção redobrada por parte das IES.
Segundo Folle, ao menos seis erros são considerados mais comuns.
Inconsistência: significa que o projeto foi mal redigido e não conta com informações precisas. Geralmente, falta articulação entre a proposta da APCN e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da universidade.
Falta de maturidade do grupo de pesquisadores: não basta a instituição reunir um grande número de doutores nos programas. É fundamental que eles tenham maturidade enquanto grupo de pesquisa, produzindo coletivamente em determinada área do conhecimento.
Ausência de diferenciação de mercado: a Capes não tem interesse em aprovar cursos que se sobrepõem em determinada região. Ou seja, o erro está em protocolar um projeto sem investigar o mercado, especialmente a oferta de outras IES e as demandas da sociedade local.
Falta de articulação com as demandas de mercado : o que vai acontecer com o estudante depois da formação? Cada vez mais, é preciso estar em articulação com o setor produtivo, evidenciando quais demandas o novo curso pretende atender.
Ausência de perspectiva de atuação em longo prazo: projetos restritos em termos de abrangência temática e atuação correm o risco de não serem bem recebidos. É importante entender se o mesmo vai responder a uma demanda real da sociedade e se a pesquisa tem a possibilidade de perdurar em longo prazo.
Não atendimento de métricas quantitativas básicas: a Capes possui 49 áreas e, portanto, existem 49 fichas de avaliação. Cada uma possui suas particularidades. E, muitas vezes, métricas quantitativas básicas, como a produção bibliográfica docente, não são atendidas pelos projetos.
Por Renata Cardoso
Gostou deste conteúdo? Compartilhe com seus amigos!
MAPA DO SITE