Americanos negros entram no ensino superior menos preparados, são minoria nas universidades e saem mais endividados do que os colegas brancos. É o que mostram dois estudos conduzidos pelo American Council on Education.
O relatório Raça e Etnia no Ensino Superior, produzido em 2019, é o que aponta a disparidade entre americanos brancos e negros. De acordo com o relatório, 53% de todos os alunos negros que fizeram o SAT (exame que serve de critério para admissão nas universidades norte-americanas) em 2019 não atingiram nenhum dos padrões de preparação para a faculdade e carreira – em comparação com 30% de todos os participantes do teste.
Para chegar à conclusão, o estudo considerou mais de 200 indicadores, observando quem ganha acesso a uma série de ambientes e experiências educacionais, e como as trajetórias dos alunos diferem por raça e etnia.
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Os cursos de Direito (8,1%), Medicina (7,3%) e Odontologia (5,3%) têm as menores proporções de alunos negros matriculados.
A baixa representação se repete na pós-graduação: eles representaram apenas 10,4% dos destinatários do mestrado e 7% de todos os doutorandos (entre 2015 e 2017).
Mais endividados
Um relatório suplementar do American Council on Education, divulgado em 2020, aponta que alunos negros nativos, afro-americanos e latinos são mais propensos do que seus colegas asiáticos e brancos a se matricularem e concluírem os cursos em instituições com fins lucrativos. O resultado? Taxas de empréstimo mais altas e maiores dívidas.
Além disso, o estudo mostrou que estudantes negros em carreira e educação técnica tinham menos probabilidade de completar suas credenciais em universidades mais caras.
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