A receita das instituições de ensino superior (IES) estão em queda: em 2022, o ticket médio ficou em R$ 478,00. Na educação a distância (EaD), a situação é ainda mais desafiadora. As arrecadações nessa modalidade encerraram o ano girando em torno de R$178,00. Esse valor é quatro vezes menor que o de cursos presenciais (R$ 733,00). Os dados são do painel de monitoramento de dados Educa Metrics, produzido pela consultoria Educa Insights.
Nesse cenário, as instituições estão buscando se destacar no mercado por meio da diversificação dos serviços oferecidos. Para além de cursos de graduação, há muitas outras possibilidades.
Confira algumas ideias para ampliar as receitas da sua IES.
1. Hub tecnológico
É consenso que as universidades devem se basear no tripé pesquisa, ensino e extensão. No século XXI, porém, um quarto elemento entra na lista de atividades indispensáveis: o incentivo à inovação. É papel das IES e dos pesquisadores contribuir para a criação de novas tecnologias capazes de impactar a sociedade positivamente.
De acordo com a mestra em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina Juliana de Souza Corrêa, a inovação pode ser avaliada a partir de diferentes rankings. Alguns exemplos são:
- Times Higher Education;
- Global Innovation Index;
- Ranking Universitário Folha (os últimos dados são de 2019);
- Ranking das Universidades Empreendedoras.
Com base nesse princípio, as IES investem em hubs, parques científicos e tecnológicos e projetos de extensão ou pesquisa com foco em empreendedorismo e inovação. No caso da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), primeira colocada no Ranking das Universidades Empreendedoras, isso é realizado por meio da agência de inovação Inova. Criada em 2003, ela tem como foco estabelecer relacionamentos entre a sociedade e a academia para gerar impactos positivos.
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2. Consultoria
As consultorias educacionais são solicitadas por entidades de segmentos diversos que buscam melhorar sua organização, suas metodologias ou, até mesmo, identificar erros cometidos. Para isso, recorrem a instituições consideradas referência em determinado assunto.
Essa é uma alternativa para a diversificação de receita para aquelas universidades com autoridade reconhecida em um tema específico. A Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, oferece consultorias em diferentes áreas.
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3. Parcerias
Outra solução é a parceria entre empresas e universidades. Nesse cenário, todos saem ganhando: de um lado, a empresa recebe o apoio acadêmico e teórico para criar soluções de seu interesse; de outro, os estudantes usufruem de toda a infraestrutura e obtêm contato real com o mercado de trabalho. Por sua vez, a IES, além de garantir certo valor financeiro, recebe reconhecimento e aumenta sua reputação.
O Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), por exemplo, atua desenvolvendo pesquisas em colaboração com diferentes parceiros. Entre eles, a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
Bônus: locação para eventos
Caso a IES conte com uma boa infraestrutura, é possível apostar na locação de seus ambientes – como auditórios e anfiteatros – para eventos privados. Congressos e encontros realizados por organizações costumam buscar esses espaços para colocar em prática suas ações. Além de obter recursos com o aluguel, a IES ganha visibilidade ao se tornar conhecida pelos frequentadores desses eventos.
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