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Por dentro de uma aceleradora de pessoas: conheça a Conquer

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Com metodologia própria, a Escola Conquer já atendeu mais de 8 mil alunos e conta com seis unidades no Brasil (Foto: Conquer/Arquivo)

Alunos no desafio final do curso de Alta Performance, da Conquer Porto Alegre. Crédito: Conquer/divulgação. 

O primeiro é sobre personalidade: “Eu serei protagonista da minha vida”. O oitavo, sobre resiliência: “Eu vou falhar e falhar de novo até chegar lá”. Já o 11º incentiva arriscar: “Na dúvida, eu faço”.

As salas da Escola Conquer estão repletas de mandamentos. Estampados nas paredes, esses princípios não passam despercebidos pelos mais de 8 mil alunos que frequentaram as unidades da instituição em seis cidades brasileiras.

Criada em 2016, em Curitiba, a Conquer é chamada de “aceleradora de pessoas” por seus fundadores. A premissa parte do conceito de que o diploma universitário, por si só, já não é mais suficiente para o sucesso – tanto profissional quanto pessoal.

Inspirada no modelo organizacional adotado por empresas e escolas do Vale do Silício, a escola tem como diferencial a oferta de habilidades essenciais ao profissional do século 21. Com dois detalhes: essas competências não costumam figurar nos currículos das instituições tradicionais e seguem tendências como as de microcertificações e lifelong learning – o aprendizado ao longo da vida.

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Entre os temas abordados pelos cursos da Conquer estão inteligência emocional, resiliência, oratória, foco e capacidade de negociação. Com uma metodologia que segue o melhor estilo “mão na massa”, a escola prepara os estudantes às constantes mudanças no mercado, a fim de torná-los mais competitivos.

“O aluno vem para Conquer com dois objetivos: aprender com pessoas do mercado e sair em um nível profissional diferente – e não para melhorar o currículo”, explica Lízia de Borba, community manager da Conquer na unidade de Porto Alegre (RS).

Atenta à heterogeneidade em suas turmas, a escola é aberta a pessoas que ocupam diferentes posições em seus ofícios. Para isso, os valores cobrados costumam estar abaixo das médias de outras instituições de educação executiva no país.

Cada módulo, que tem duração média de seis semanas – com aulas de 3h semanais – sai em torno de R$ 1.500. A exceção fica por conta do curso de Leadership Experience, que custa o dobro e exige que o aluno esteja em cargo de liderança em sua organização.

Atualmente, são oferecidos cinco cursos – alguns intitulados de forma sui generis: Alta Perfomance, Poderes Especiais, Coragem, Visão e Força.

No módulo de Alta Perfomance, os alunos aprendem a definir prioridades e a trabalhar com mais foco e disciplina, partindo de técnicas simples e rápidas, mas capazes de gerar resultados no dia seguinte. “Damos as ferramentas ao aluno para que ele saiba como ser mais rentável no trabalho”, salienta Lízia.

Ao longo das seis semanas de curso, os alunos incorporam conceitos de gamificação, criam soluções para empresas, apresentam peças para treinar oratória ou fazem pitch para investidores reais. Além disso, aqueles que mais pontuarem nas atividades recebem prêmios como ingressos para shows ou mesmo um passe para saltar de bungee jumping.

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Do outro lado do balcão

Antes de integrar a equipe da Conquer, Lízia foi aluna da escola. Ela conta que sempre se comunicou bem, mas quando foi convidada a falar em uma convenção da Telefônica – onde trabalhou por sete anos – sentiu insegurança. Ainda mais por conta do tema: encantamento do cliente. Veio daí a decisão de fazer o curso de Coragem, cujo conteúdo contempla técnicas para falar em público, controlar o nervosismo e fazer apresentações.

“O grande diferencial para mim, como aluna, foi que consegui aplicar no dia seguinte as ferramentas entregues em apenas uma aula”, relata. Encantada com o que viu, Lízia propôs aos donos da Conquer a abertura da filial em Porto Alegre.

O nascimento da Conquer, na capital paranaense, está diretamente ligado à insatisfação com os cursos de graduação de três jovens amigos. Hoje com 29 anos, Josef Rubin trabalhava como executivo no Grupo Boticário; Hendel Favarin, 25, era advogado; e Sidnei Junior, 30, empresário. A ideia era criar uma escola que ensinasse competências que os três julgavam importantes e haviam ficado de fora dos currículos de suas faculdades.

Coube a Favarin a missão de buscar inspiração na Meca da tecnologia mundial, o Vale do Silício. Durante três meses, ele teve acesso a organizações que são peça-fundamental do ecossistema local, fazendo visitas a escolas disruptivas – como a Draper University, mantida pelo bilionário e investidor Tim Draper.

Além de Porto Alegre e Curitiba, a Conquer conta com unidades em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Para o próximo ano, está prevista a chegada em Santa Catarina e a expansão a novos pontos da capital paulista. Segundo Lízia, o principal motivo para esse crescimento é a demanda por cursos in company – que hoje representam cerca de 30% da receita da escola.

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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