O Ministério da Educação (MEC) tem um novo líder. Victor Godoy Veiga é engenheiro de redes de comunicação formado pela Universidade de Brasília (UnB) e, até então, ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta.
O currículo de Veiga, publicado no site do MEC, informa que ele tem pós-graduação em Altos Estudos em Defesa Nacional pela Escola Superior de Guerra – ESG (2018) e em Globalização, Justiça e Segurança Humana pela Escola Superior do Ministério Público.
O interino é servidor público da carreira de Auditor Federal de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União (CGU), onde trabalhou desde 2004 até ser convidado ao cargo de secretário-executivo do MEC, em julho de 2020.
Veiga, que era o segundo na hierarquia do órgão, sempre foi influente nas decisões do ministério. Segundo fontes ouvidas pelo UOL, ele deve conduzir a pasta pelo mesmo caminho do seu antecessor, Milton Ribeiro.
Dança das cadeiras
Veiga é o sexto ministro da Educação (entre anunciados, empossados e interinos) desde o início do governo Bolsonaro.
O primeiro foi Ricardo Vélez Rodríguez, que ficou no cargo apenas três meses e teve uma gestão marcada por polêmicas. Em seguida, Abraham Weintraub assumiu o ministério, deixando a função em junho de 2020, em razão da crise institucional causada por suas declarações contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, Antonio Paulo Vogel de Medeiros assumiu como interino.
O quarto ministro da Educação anunciado pelo governo foi Carlos Decotelli, que pediu demissão após denúncias de irregularidades em seu currículo, antes mesmo de ser empossado.
Depois dele, o pastor Milton Ribeiro assumiu a pasta até deixá-la nesta semana.
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Suspeitas
A mudança no MEC ocorre após a abertura de uma investigação contra Ribeiro, suspeito de favorecer prefeituras na liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), tendo dois pastores como intermediários. O caso levou o ex-ministro a pedir exoneração do cargo, no dia 28 de março.
A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar Milton Ribeiro. A medida foi autorizada pela ministra do STF, Cármen Lúcia, após a divulgação de um áudio, pelo jornal Folha de São Paulo, no qual Ribeiro diz favorecer, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, prefeituras de municípios ligados aos dois pastores.
O ex-ministro era alvo de um outro inquérito da PF, que tem por base suspeitas levantadas pela CGU. As suspeitas são relativas às irregularidades que estariam ocorrendo em eventos realizados pelo MEC e, também, sobre o oferecimento de vantagem indevida, por parte de terceiros, para a liberação de verbas do FNDE.
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Com informações da Agência Brasil.
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