Mais da metade (54%) dos empregos formais no Brasil poderá ser ocupada por robôs e programas de computador até 2026. É o que concluiu um estudo feito pelo Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (LAMFO-UnB).
No total, 30 milhões de vagas podem desaparecer em até sete anos. Entre as profissões com maior risco de serem substituídas por robôs estão recepcionista de hotel, leiloeiro e cobrador de ônibus (veja a lista abaixo).
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O trabalho da UnB, desenvolvido ao longo de 2018, avaliou 2.602 profissões brasileiras. Os dados foram extraídos a partir do total de carteiras assinadas no fim de 2017, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Os pesquisadores da UnB consultaram acadêmicos e profissionais especialistas em machine learning para classificar as profissões. Técnicas de análise e modelos estatísticos foram utilizados para calcular o risco dos ofícios – estimar a probabilidade de automação de cada um. A seguir, os principais resultados.
As 15 profissões com maior risco de serem substituídas por robôs (em %)
- Taquígrafo – 99,55
- Torrador de café – 99,52
- Cobrador de transportes coletivos (exceto trem) – 99,36
- Recepcionista de hotel – 99,13
- Cumim (auxiliar de garçom) – 98,11
- Salgador de alimentos – 97,72
- Serrador de madeira – 96,17
- Mestre de galvanoplastia – 95,37
- Leiloeiro – 93,87
- Gerente de almoxarifado – 93,40
- Coletor de lixo domiciliar – 89,32
- Alinhador de pneus – 89,02
- Afiador de cutelaria -88,38
- Carpinteiro de obras – 84,29
- Tingidor de roupas -83,04
As 15 ocupações de menor risco de automação (em %)
- Engenheiro de telecomunicações – 0,38
- Psicanalista – 0,39
- Engenheiros de sistemas operacionais em computação – 0,47
- Conservador-restaurador de bens culturais – 0,58
- Analista de suporte computacional – 0,61
- Técnico de enfermagem – 0,84
- Estatístico – 0,96
- Agente de ação social – 0,98
- Médico oftalmologista – 0,98
- Artesão com material reciclável – 1,00
- Tecnólogo em gestão hospitalar – 1,35
- Gerente de recursos humanos – 1,37 13. Perito contábil – 1,40
- Gerontólogo- 2,21
- Fonoaudiólogo educacional – 2,43%
Os pesquisadores ainda chegaram a outros resultados. Do total de carteiras assinadas, 25 milhões de pessoas (57,37%) estavam em profissões com probabilidade muita alta (acima de 80%) ou alta (60 a 80%) de automação em 2017.
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