Em 2023, as instituições privadas começarão a receber mais alunos para estudar a distância do que presencialmente. É o que indica o estudo Um ano do Decreto EAD – O impacto da educação a distância na expansão do ensino superior brasileiro, divulgado em maio de 2018 pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes).
A projeção amplia as oportunidades para as instituições, mas não resolve os dilemas que o setor enfrenta. Há, ainda, que superar a desconfiança com a modalidade. Para 62% dos entrevistados do estudo, a qualidade da EAD não é bem avaliada pelo mercado de trabalho. A mesma quantidade acredita que as instituições de educação a distância não oferecem canais para sanar dúvidas; 37% dos entrevistados dizem ter dificuldade com os ambientes virtuais de aprendizagem (LMS, na sigla em inglês).
Para a especialista na adoção de soluções educacionais do Grupo A e co-fundadora do Guia EAD Brasil, Fernanda Furuno, um dos desafios para a EAD em 2019 é o incremento dos chatbots para apoio aos estudantes, “tanto na tutoria quanto no apoio aos serviços acadêmicos”.
Quanto mais focarem na individualização e personalização do ensino, e não em sua massificação, melhor percebidas as instituições de ensino superior (IES) serão pelos alunos.
“Personalizar o ensino para levar em conta as necessidades, os interesses e as preferências do aluno vai ser o diferencial do novo mercado da EAD nos próximos anos”, diz Patrícia Behar, coordenadora do Núcleo de Tecnologia Digital Aplicada à Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
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Sobre a escolha do estudo presencial em detrimento do modelo de EAD, Celso Niskier, vice-presidente da Abmes, afirma: “Isso tende a desaparecer na medida que comecemos a formar mais e o desempenho desses profissionais seja equivalente.”
A professora Behar coloca em cheque a resistência. “O aluno da EAD precisa ter certas características, como fluência digital, que é uma exigência no mercado de trabalho. Se ele lida naturalmente com as tecnologias, será muito bem aceito.”
Os gestores valorizam cada vez mais competências como organização e disciplina, essenciais à graduação a distância. Fora que as próprias empresas têm utilizado o modelo de EAD para a formação continuada dos seus funcionários.
“Com isso, o preconceito em relação à contratação de alunos formados por EAD acaba diminuindo, por mais que o diploma não tenha nenhuma diferenciação dos cursos presenciais”, diz Furuno.
A partir da expansão dos polos de EAD no país, garantir a qualidade e manutenção do ensino se tornou ainda mais desafiante. Para Behar, da UFRGS, a qualidade dos cursos oferecidos nas instituições não pode ser negligenciada. “Tem que ter cuidado com o tipo de professores que fazem parte da equipe, tecnologias, metodologias, o tipo de tutoria”, elenca.
Fernanda Furuno, do Grupo A, acredita que a solução é incentivar a formação dos professores não só em hard skills, mas também em soft skills, baseadas em metodologias ativas. “A experiência dos usuários, aliadas às tecnologias de realidade virtual e inteligência artificial, também serão muito bem-vindas.”
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Penso que a EAD depende muito do aluno em querer se especializar e não somente em conseguir um diploma, a nossa cabeça é um lugar especial e o que há ali nunca poderá ser tirado por ninguém.
EAD é um tendência irreversível, inclusive nos cursos presenciais..