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Como profissionalizar a curadoria de conteúdo no ensino superior

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Nos últimos anos, o ensino superior acompanhou o despertar de uma nova possibilidade pedagógica. Foi quando a curadoria de conteúdo se consolidou como uma estratégia educacional que potencializa o processo de aprendizagem.

“Entre 2018 e 2021, com a pandemia e o crescente número de matrículas na educação a distância (EAD), a curadoria de conteúdo começou a ter mais relevância”, explica a doutora em Ciência da Informação e gerente acadêmica EAD da Plataforma A, Daiana Rocha.

A figura do curador de conteúdo também ganhou destaque. Entretanto, para profissionalizar essa atividade, as instituições de ensino superior (IES) ainda precisam implementar uma série de técnicas junto ao corpo docente.

Afinal, a curadoria garante a qualidade do conteúdo que chega em sala de aula. Ela dá consistência aos materiais, diversificando recursos e ferramentas e respeitando as diferentes formas de ensinar e aprender.

Produção e Curadoria

Entretanto, segundo uma pesquisa divulgada pelo Portal do Curador, 46% dos professores, 23% dos gestores de IES e 50% dos avaliadores do Ministério da Educação (MEC), ainda não sabem o que é a curadoria de conteúdo.

O primeiro passo é entender a diferença entre curadoria e produção de conteúdo. A produção de conteúdo é o processo de criação de materiais didáticos em diferentes formatos utilizando recursos de apoio, mas sem perder o viés de autoria e originalidade.

Já a curadoria de conteúdo é o processo de seleção e contextualização desses materiais didáticos, recolhendo e organizando informações que fazem sentido para determinada disciplina ou trilha de aprendizagem.

“A curadoria e a produção de conteúdo até podem ser feitas pelo mesmo docente. Contudo, é necessário que seja entendido que cada uma exige competências e características distintas”, ressalta Rocha.

Hoje, inclusive, existem diversas ferramentas que visam o aprimoramento profissional na curadoria de conteúdo. O Portal do Curador, por exemplo, é um site colaborativo que visa apoiar e instrumentalizar profissionais da educação que desejam atuar na área.

Além disso, o mercado editorial já conta com livros sobre o tema, como “Aprendizagem Digital: Curadoria, Metodologias e Ferramentas para o Novo Contexto Educacional”, um livro da série Desafios da Educação publicado pela editora Penso.

Leia mais: Qual é o nível de competência digital dos professores brasileiros?

Quatro dimensões da curadoria de conteúdo

Conforme compreendem o significado da curadoria de conteúdo, os gestores e demais profissionais do ensino superior buscam apoio para realizá-la a partir de uma metodologia que qualifique e evidencie a efetividade da experiência de aprendizagem.

Nesse sentido, segundo Rocha, os curadores de conteúdo devem obedecer a quatro dimensões para que a atividade seja completa e atenda aos requisitos de profissionalismo. E, assim, a curadoria seja uma opção de docência efetiva, além do professor mediador.

Confira, abaixo, quais são a quatro dimensões da curadoria de conteúdo:

  • Critérios técnicos: está relacionado aos direitos autorais, gestão do conhecimento e práticas na seleção e categorização do conteúdo.
  • Aprofundamento: capacidade de selecionar os objetivos de aprendizagem, compreender competências, entender os diferentes perfis dos alunos e identificar em qual metodologia e modalidade aquele conteúdo terá um melhor aproveitamento.
  • Recursos Tecnológicos: conhecimento de ferramentas e ambientes virtuais que auxiliam na curadoria do conteúdo educacional.
  • Avaliação: ter indicadores de qualidade que avaliam todas as dimensões anteriores. Isso pode ser feito por meio de pesquisa de satisfação com os alunos, como net promoter score (NPS).

Leia mais: Jornada de aprendizagem guiada por tecnologia: tendências e inovações no setor

Curadoria de conteúdo EAD

A curadoria de conteúdo EAD se transformou durante a pandemia. Com a intensificação do digital na educação, cresceu o entendimento da necessidade adaptar o conteúdo para o ambiente online e suas urgências – e não apenas utilizar os mesmos materiais didáticos do presencial.

Ou seja, além das quatro dimensões listadas acima, a curadoria de conteúdo deve levar em conta as especificidades de cada modalidade. Especialmente no que diz respeito aos discentes e à presença de tecnologias educacionais.

“A curadoria de conteúdo para a aprendizagem digital deve se diferenciar da modalidade presencial por conta do perfil dos alunos e do uso mais intenso das tecnologias”, afirma Rocha.

Leia mais: Curadoria de conteúdo e engajamento do aluno – uma jornada única

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