O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, é uma das instituições de ensino superior (IES) pioneiras na aplicação de blockchain à educação.
Em 2017, no exato momento em que as turmas de mestrado em Finanças e em Artes e Ciências da Mídia eram diplomadas, os smartphones dos estudantes recebiam o documento digital, devidamente autenticado e pronto para ser compartilhado com empregadores ou outras instituições de ensino.
O diploma foi enviado através de um aplicativo desenvolvido pelo próprio MIT. Ainda que a instituição supostamente deixe de existir, seu sistema interno seja apagado ou o documento não seja impresso, o diploma jamais se perderá. Tudo graças à disruptiva blockchain.
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O que é blockchain
A tecnologia blockchain foi criada há cerca de dez anos como suporte para as operações com criptomoedas – ou moedas digitais, como o bitcoin. Funciona como um grande livro de registros digitais, conferindo autenticidade à transação e segurança, pois ninguém consegue fraudá-la.
Essa mesma virtude beneficia, hoje, outros segmentos. Independentemente da operação – dos créditos acumulados numa disciplina a uma consulta médica, da compra de um imóvel a uma transação em bitcoin –, tudo pode ser assinado e arquivado digitalmente via blockchain.
No caso do MIT, os processos de gestão dos diplomas e certificados não precisam mais ser mantidos em meio físico. E a comprovação da autenticidade destes documentos não depende de extensos processos de validação – ocorre integralmente online.
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Blockchain na prática acadêmica
A transferência e o reconhecimento de créditos entre diferentes IES, a gestão do histórico acadêmico do aluno e a desburocratização do financiamento estudantil são outros exemplos de como a blockchain pode aperfeiçoar o ensino superior.
Segundo a revista Ensino Superior, a Faculdade Impacta Tecnologia, de São Paulo, já oferece aos alunos uma certificação validada por blockchain. A chancela tem um formato de “medalha virtual” (badge, em inglês).
Além de poder associá-la às redes sociais (LinkedIn e Facebook, por exemplo) ou à assinatura de e-mail, os alunos da Impacta também garantem pelo ícone a confiabilidade do certificado. Afinal, um importante trunfo da emissão de certificados em blockchain é combater os diplomas falsos.
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Um sistema parecido foi utilizado pela SP Jain School of Global Management, proeminente escola de economia da Índia. Lá, além do diploma, a blockchain armazena portfólio, projetos e até mesmo frequência do estudante.
Na Inglaterra, a recém-criada Woolf University se propõe a basear seus processos administrativos em blockchain. O objetivo é que o sistema opere, praticamente sozinho, por meio de contratos automáticos “com segurança em nível bancário”. Os serviços incluem a contratação de professores e as matrículas de estudantes. A imprensa britânica, inclusive, deu até apelido à Woolf University – que, desde o anuncio de sua criação, é chamada de “Uber dos estudantes” e “Airbnb dos professores”.
O potencial do sistema tem desenvolvido capacitações na área. Nos Estados Unidos, as universidades de Stanford, Nova York e Georgetown oferecerem cursos que pensam na aplicação e criação de soluções com tecnologia blockchain. Em 2019, será a vez da Faculdade Dom Bosco, de Porto Alegre, inaugurar uma pós-graduação em desenvolvimento de blockchain. O curso começa em março.
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