Quem olha para o Centro Universitário e Faculdade Projeção, em Taguatinga (DF), pode até pensar que se trata de uma instituição de ensino criada há poucos anos. Mas a história da UniProjeção remonta a 1964, ano em que o professor gaúcho Oswaldo Luiz Saenger deu início à alfabetização de adultos no Grupo de Estudos Sociais (GES) criado por ele no Centro Universitário do Distrito Federal (UDF).
Brasília era uma cidade erguida do zero fazia poucos anos. Milhares das pessoas que trabalharam na construção seguiram na capital federal, vivendo em invasões e loteamentos improvisados. Como uma boa parcela dos habitantes era formada por analfabetos, o GES procurava integrar esses potenciais alunos ao seu projeto. E lá estava um obstinado professor Saenger.
O primeiro fruto empreendedor dessa experiência foi a criação de uma escola para crianças e adolescentes. O ano era 1977 e o local, as instalações do Círculo Operário de Taguantiga (COT). Saenger batizou a instituição de Colégio Projeção. Nas décadas seguintes, a escola mudou de patamar. Virou faculdade, em 2000, e Centro Universitário, em 2004.
Desde então, a UniProjeção freou o crescimento orgânico para expandir através da aquisição de outras instituições. Trata-se de uma tendência do ensino superior brasileiro, onde pequenas e médias faculdades são cada vez mais assediadas por instituições maiores.
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Ainda que não esteja entre as chamadas “gigantes” do setor, a UniProjeção movimenta-se como se fosse uma delas. Com um detalhe: sempre zelando pela proximidade com os alunos, traço marcante entre a maioria das instituições familiares. “Temos plena consciência de que sem investimento não há crescimento”, diz ele. Ao comentar a expansão, o educador revela planos para outras regiões do país, ainda que não entre em detalhes: “No Distrito Federal já estamos consolidados”.
Qualificação e diferenciais
A força da gestão, aliás, é considerada outro diferencial da UniProjeção. Saenger, por exemplo, segue como presidente do Grupo Projeção. O crescimento do grupo nos últimos 15 anos acendeu a luz para a necessidade de implementar um modelo de governança. Apesar de manter o núcleo familiar, a operação passou a apostar na profissionalização da operação. “Estamos em plena fase de implantação de um modelo profissionalizado da gestão”, explica Saenger.
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Os membros da família participam do Conselho de Sócios e, neste âmbito, têm poder de decisão como acionistas. As definições de caráter acadêmico e financeiro, entretanto, vêm dos conselhos Consultivo e de Gestão – compostos por executivos do mercado.
Um exemplo desse movimento foi o estabelecimento, a partir de 2009, de ciclos de planejamento estratégico. Com isso, o grupo conseguiu direcionar ações para o mapeamento de procedimentos operacionais, reorganizando os processos internos, focando no crescimento sustentável e investindo em qualificação acadêmica e melhoria no atendimento.
“Diante do cenário competitivo em que se encontra a educação superior, é a profissionalização que garante perenidade”, assegura o fundador.
Outra prova desse movimento foi dada em 2016, quando o professor José Sérgio de Jesus assumiu como reitor do Centro Universitário Projeção e diretor de Educação do Grupo Projeção. Ele conta que entre seus principais objetivos estava a criação de uma política de gestão de pessoas que ajudasse no aperfeiçoamento de processos internos.
“Focamos na preparação de gestores de maneira sistemática, com cursos formativos e o estabelecimento de um plano de desenvolvimento individual para os principais cargos”, explica Jesus.
Vida dedicada à educação
Filho de um funcionário do Banco do Brasil, Saenger saiu do Rio Grande do Sul rumo a Brasília no começo da década de 1960. Após fundar uma primeira escola de ensino básico em Taguatinga, ele abriu unidades em cidades vizinhas nos anos seguintes. A primeira em Guará, em 1982, seguida por uma na capital federal, em 1985. Foi nesta segunda investida que Saenger demonstrou visão empreendedora ao adquirir uma escola já estabelecida.
Nos anos 1990, tendo se tornado figura de destaque no meio educacional, Saenger presidiu o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF) e, depois, a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep). Junto a outros líderes de instituições privadas, o educador dedicou quase uma década à defesa da autonomia das escolas particulares – e da criação de um marco legal para a categoria.
Seja na educação básica, no pré-vestibular, na graduação ou na pós, estima-se que mais de 150 mil estudantes tenham passado pelas salas do Grupo Projeção. Sempre sob o olhar atento de Saenger. “Para nós, é importante sermos identificados como uma instituição genuinamente brasiliense”, afirma. Segundo ele, o sucesso da atuação no Distrito Federal revela um entendimento que pode ajudar a UniProjeção a alçar novos voos: a certeza de que Brasília é a síntese do Brasil.
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