A nova pesquisa Termômetro de Captação, divulgada pela consultoria Educa Insights em fevereiro, confirma a retomada das intenções de matrículas no ensino superior aos patamares pré-pandemia. Em novembro do ano passado, a edição anterior do estudo já apontava uma diminuição no grau de incerteza dos candidatos.
Agora, segundo dados levantados em janeiro, 65% dos entrevistados pretende iniciar o seu curso de graduação no início de 2022. Para se ter uma ideia, trata-se de uma evolução de 40 pontos percentuais na comparação com 2021, quando apenas 25% dos candidatos planejava começar as aulas no primeiro semestre.
Com isso, apenas 17% vai aguardar até a metade deste ano. Já o grau de incerteza em relação ao prazo para dar o pontapé inicial nos estudos caiu para índices irrisórios. Apenas 4% dos entrevistados pela Educa Insights diz que aguardará por mais um tempo para tomar uma decisão – é o menor patamar desde o início da pandemia, em 2020.
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O papel da vacinação
O avanço da variante ômicron do coronavírus no Brasil chegou a causar preocupação entre as instituições de ensino superior (IES). Na segunda quinzena de janeiro, durante um período crítico para a captação de alunos, o número de pessoas infectadas teve alta de 600%, ameaçando a recuperação do setor.
Mas nem as novas ameaças da pandemia foram capazes de barrar a evolução da intenção de compra de uma graduação em 2022. Questionados pela Educa Insights se o avanço da ômicron afetaria sua decisão de iniciar um curso superior, 81% dos entrevistados responderam que não – entre os candidatos do ensino a distância (EAD), o percentual chegou a 87%.
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Nesse cenário, a vacinação cumpre um papel decisivo. Quando perguntados por quais motivos não mudariam de decisão, 98% disseram que já estão vacinados e, portanto, se sentem protegidos para voltar às aulas. Já 80% afirmaram que não poderiam mais adiar o início da sua faculdade.
Conforme o painel de vacinação do jornal Folha de São Paulo, ao fim da primeira quinzena de fevereiro, 81,1% da população brasileira tomou ao menos uma dose da vacina, enquanto 71,2% têm o ciclo vacinal completo.
Entretanto, as instituições de ensino não devem baixar a guarda em relação aos cuidados sanitários. Afinal, 78% dos entrevistados pelo Termômetro de Captação dizem confiar nas medidas de segurança adotadas pelas IES para combater a pandemia.
Como mostrou uma matéria do Desafios da Educação, isso inclui orientações à comunidade acadêmica sobre quando testar, o que fazer em caso de infecção, como evitar a transmissão e a exposição ao vírus, manter os ambientes bem ventilados, usar máscaras de proteção adequadas e bem ajustadas e oferecer materiais didáticos reforçando a relevância dos cuidados e da vacinação.
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Fevereiro será decisivo
Embora seja um mês mais curto, fevereiro concentra a maioria das matrículas do ano no ensino superior. Por isso, as instituições de ensino não têm tempo a perder.
Segundo a pesquisa da Educa Insights, a maioria dos candidatos (91% no presencial e 87% no EAD) está inscrita em pelo menos uma IES. Desses, 57% dos alunos do presencial e 46% do EAD já realizaram a matrícula.
Outros 33% do mercado do ensino presencial – e 38% do EAD – querem se matricular ainda em fevereiro. Apenas 10% e 16%, respectivamente, deve deixar a matrícula para o mês de março ou mais adiante.
Em relação a forma de ingresso, o vestibular segue como preferência (97% no presencial, 94% no EAD), seguido da nota do Enem (76% e 43%), do uso de marketplaces (25% e 27%). A diferença entre modalidades é que 77% prefere dos candidatos do ensino a distância prefere uma prova online, contra 50% do ensino presencial.
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