Neste artigo atualizado você vai saber sobre:
- O impacto do coronavírus na educação;
- As medidas que levaram ao fechamentos de escolas e ao uso massivo da educação online;
- Os perigos de uma migração em massa, sem planejamento, para a EAD;
- As vantagens de adotar tecnologias educacionais;
- Manter-se informado em tempos de crise.
Os efeitos da pandemia do novo coronavírus não ficam restritos às pessoas infectadas. Na educação, 1,5 bilhão de estudantes chegaram a ficar com aulas suspensas ou reconfiguradas ao redor do mundo. O contingente representa mais de 90% de todos os estudantes do planeta – segundo atualização realizada pela Unesco, órgão da ONU para educação e cultura.
A suspensão temporária das atividades presenciais, por ordem governamental ou não, é uma tentativa de reduzir o risco de contágio e disseminação do coronavírus entre os alunos e o restante da população.
Na segunda-feira, 4 de maio, levantamento da Universidade Johns Hopkins mostrava que o coronavírus infectara mais de 3,5 milhão de pessoas ao redor do mundo. Quase 250 mil pessoas morreram em decorrência da doença. O Brasil tinha 100 mil casos confirmados e 7 mil mortes. Todos os números devem aumentar nos próximos dias e semanas.
Devido a coronavírus, MEC autoriza EAD
Para o ensino superior, a recomendação do setor era para não cancelar as atividades, mas fazer com que professores e alunos trabalhem juntos e de forma remota pela internet, por meio de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA ou LMS, na sigla em inglês).
Seguindo essa linha, o MEC publicou a portaria de nº 343 que autoriza a utilização de meios e tecnologias digitais para a substituição temporária das aulas presenciais em instituições de ensino superior (IES).
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A definição das disciplinas que poderão ser substituídas, bem como as ferramentas que permitam aos alunos o acompanhamento online dos conteúdos ofertados, inclusive avaliações, é de responsabilidade das instituições de ensino.
Escolas e IES também ficam autorizadas a suspender todas as aulas por 30 dias prorrogáveis, em vez de fazer a substituição pela modalidade virtual. Nesse caso, as atividades acadêmicas deverão ser repostas após o fim do período de exceção, inclusive com possibilidade de alteração do calendário de férias.
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A suspensão das aulas presenciais começou no início de março em escolas públicas e privadas da rede estadual e municipal de diversos estados. As IES aderiram ao movimento posteriormente, não só suspendendo aulas presenciais, como também provas, atividades extracurriculares, formaturas e palestras.
Com a substituição das aulas pela EAD, pais e estudantes do ensino básico e superior têm questionado o valor das mensalidades. Muitos colocam em pauta as diferenças de custo entre os modelos presencial e a distância, amplamente adotado devido à pandemia do novo coronavírus.
Na quinta-feira 2 de abril o governo publicou uma Medida Provisória que dispensa as escolas de educação básica e as instituições de ensino superior de cumprirem o mínimo de 200 dias letivos anuais, regra prevista na LDB. No ensino básico, a medida vale desde que seja mantida a carga horária mínima de 800 horas de aula por ano. A contagem pode ser feita com recuperação das aulas em turno integral, após a crise, ou considerar o tempo de aulas virtuais ministradas durante o fechamento das escolas em razão da pandemia do coronavírus.
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Thiago Chaer, CEO da aceleradora Future Education afirma:
A disrupção educacional é uma das respostas que podemos implementar em larga escala em resposta ao Covid-19. As edtechs podem ter papel fundamental nesse processo urgente, com soluções tecnológicas, ensino online e apoio pedagógico a pais, alunos e comunidade.
De fato, a crise do coronavírus oferece uma chance de experimentar novas maneiras de fazer as coisas — e questionar velhos hábitos. Será que as instituições de ensino estão preparadas para apoiar centenas de professores e tutores que se deslocam rapidamente do modelo presencial para o online? E de engajarem os alunos em um novo mindset de aprendizagem?
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Cuidados e receios à EAD na crise
Na China, primeiro país a registrar o surto de coronavírus, as escolas estão fechadas e tentam seguir a recomendação do Ministério da Educação, que pediu para “parar as aulas, não a aprendizagem“.
Por isso, ainda em fevereiro, o governo chinês anunciou a criação de uma plataforma virtual que oferece conteúdos e recursos educacionais em áreas como prevenção do coronavírus, disciplinas curriculares, filmes e jogos.
Mas poucos países têm um suporte estatal como o da China para enfrentar a crise. Na verdade, a imensa maioria das escolas e universidades tem de fazer as próprias escolhas referentes ao Covid-19. A adoção de aulas a distância tem sido a opção de muitas delas.
Se a tendência se confirmar, o elevado grau de desigualdade da EAD deve ficar ainda mais evidente – inclusive no Brasil. Dúvidas e medos podem surgir.
- Alunos: podem ter dificuldade para manusear ou acessar computadores e internet fora da escola, além da falta de disciplina para gerenciar o próprio tempo e o estudo;
- Professores: podem não ter a habilidade pedagógica e tecnológica necessária para adaptar a aula presencial à EAD;
- Instituições de ensino: podem carecer de infraestrutura de TI necessária para alta demanda de aulas virtuais, bem como de currículo para orientar os professores;
- Cidades menores: podem ter o serviço de internet sobrecarregado, e prejudicar o processo de ensino–aprendizagem.
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No Brasil, experiência com EAD dará vantagem
Com a diretriz do MEC para que as aulas sejam mantidas de forma online, boa parte das IES pode enfrentar dificuldades e ter que agir de improviso.
“As IES que não ofertam EAD muitas vezes não disponibilizam aos alunos um LMS estruturado de apoio ao ensino presencial. Nesse contexto, alguns professores e alunos acabam encontrando formas de compartilhar conteúdos de forma voluntária, utilizando ferramentas como e-mail, listas de WhatsApp e grupos em redes sociais“, avalia Fernanda Furuno, conselheira de inovação da Abed.
Outros exemplos incluíram aulas por áudio e vídeo, através de plataformas como Zoom, Skype, Google Hangout, YouTube e até Facebook Live.
A comunicação entre alunos e professores deve ser intensificada por meio do LMS. “Todos os professores usam o AVA como suporte das disciplinas presenciais. Então eles e os alunos já estão dentro desse sistema”, Márcia Loch, diretora do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Unigranrio, disse ao Desafios da Educação.
A experiência permite que a IES atenda (sem desespero) o aumento de demanda de aulas remotas, uma vez que docentes e discentes já estão habituados a usar o LMS e suas funcionalidades. É o caso do o Blackboard Collaborate, ferramenta do Blackboard Learn para videoconferências que proporciona a professores e alunos uma experiência colaborativa e interativa online, podendo ser acessada por computador, tablet ou smartphone.
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“Quanto ao conteúdo”, acrescenta Jacqueline Lameza, diretora de operações EAD do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal), “o professor, de sua casa, pode fazer curadoria de conteúdo em bibliotecas digitais e na internet. Ele deve buscar fontes interessantes e confiáveis. O processo de ensino-aprendizagem, então, será feito mediante o compartilhamento desse conteúdo no ambiente virtual, por meio de ferramentas para publicação, comentários e verificação da participação do aluno.”
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Gustavo Hoffmann, que é diretor do Grupo A (mantenedora do portal Desafios da Educação) e fellow da Universidade Harvard, afirma que a experiência com EAD pode ser determinante para o sucesso da estratégia online diante do avanço do coronavírus.
Se a IES já operar dentro dos 40% de carga horária a distância, fica mais fácil transferir boa parte da presencialidade para a EAD diante de uma pandemia como essa do novo coronavírus.
Hoffmann ressalta que a reprodução do ensino presencial na EAD não se resume simplesmente a fazer uma aula por Skype com a turma. “Existe tecnologia e metodologias de ensino de ponta para reproduzir uma sala de aula presencial num ambiente virtual de aprendizagem. É um desing instrucional totalmente diferente, e quem tem experiência com certeza sai na frente.“
A adversidade pode gerar uma oportunidade. Uma das lições que o novo coronavírus deixa é que as instituições de ensino precisam superar a morosidade, a tradição e o medo para trás, e fazer, finalmente, um movimento forte e rápido de adoção de tecnologias educacionais.
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O combate ao vírus. E às fake news
Até a suspensão massiva das atividades, escolas, cursinhos e instituições de ensino superior brasileiras seguiam adotando medidas básicas de prevenção, visando atenuar a epidemia de Covid-19. Isso inclui:
- reforço e limpeza criteriosa de ambientes como carteiras, corredores, maçanetas e torneiras;
- orientar os alunos lavar as mãos com frequência;
- orientá-los também a cobrir boca e o nariz ao tossir e espirrar, de preferência com um lenço descartável;
- procurar um serviço médico, caso a pessoa apresente (ou tenha contato com alguém que apresente) sintomas como febre, tosse e dificuldade de respirar;
- evitar eventos e encontros com aglomerações e movimentações de pessoas.
Gilberto Alvarez, diretor executivo do Cursinho da Poli, preparatório para vestibular com sedes em São Paulo (SP), diz que a instituição já tem um plano de contingência estruturado para o caso de as aulas presenciais serem paralisadas por algumas semanas. Psicólogos e pedagogos farão parte do programa. Os conteúdos serão gravados e editados em vídeo. Também haverá a produção de podcasts específicos para orientar o estudo.
Celso Hartmann, diretor-geral do Colégio Positivo – instituição privada com 14 unidades em Curitiba (PR) –, afirma que a escola já elaborou “um plano semelhante ao que praticamos no caso do H1N1 (subtipo A do vírus da gripe conhecido como influenza, que provocou uma pandemia global em 2009), em que a escola parou por duas semanas”, caso a instituição precise ser fechada.
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A cobertura dos casos do novo coronavírus e da Covid-19 pela imprensa tem sido feita em tempo real. O Ministério da Saúde criou um site e um app, disponível para Android e IOS. Em nível federal, foi criado um Centro de Operações de Emergência, que reúne representantes das áreas da saúde, assistência e educação.
O número atualizado de escolas fechadas devido ao novo coronavírus pode ser conferido no site da Unesco. Já a Organização Mundial da Saúde concentra as atualizações sobre os índices mundiais de infecção.
Olá, as unidades do Cursinho da Poli estão preparadas para oferecer aos alunos a continuidade dos estudos na forma EAD ?
Por isso Leonardo que aqui na AprovaEAD nos liberamos nossa Plataforma de Educação à distância para qualquer escola ou faculdade que queira colocar suas aulas para seus alunos assistirem de casa.
Faculdades e escolas podem usar a plataforma da AprovaEAD para disponibilizar aulas e avaliações gratuitamente a seus alunos em virtude do coronavírus por 3 meses.
https://blog.aprovaead.com/coronavirus-faculdades-usam-o-aprovaead-para-aulas-a-distancia/
A instituição que optar pelas aulas EAD por causa da pandemia, as mensalidades deverão ser de acordo com a EAD?
Oi, Jéssica.
Na IES onde dou aula, não estamos fazendo ‘pacote EaD’. Nós professores estamos dando aula em tempo real com os alunos usando plataforma ZOOM. A aula continua sendo interativa, como se fosse presencial, o que chamamos de AULAS PRESENCIAIS REMOTAS. As aulas acontecem no mesmo horário de aula que os alunos teriam se estivéssemos com tudo na normalidade. A IES investiu pesado em tecnologia e suporte.
Na realidade, nós professores presenciais estamos trabalhando dobrado, triplicado, pois não apenas estamos reformulando toda a aplicablidade do nosso planejamento, como estamos dando suporte intensivo aos nossos alunos.
Para os alunos que não têm a possibilidade desta interatividade (não têm computador, a inernet é instável…), a IES possibilitará o seu retorno de forma que atenda a sua situação, sem haver prejuízo em seu aprendizado.
Em questão de valores ? Faço presencial esta semana comecaram a ead . Não esperavamos e devemos se adaptar mais pago um valor alto por presencial e a instituição não quer abaixar os valores . O que devo fazer ?
Tudo bem Ead. as mensalidades ficam como?
Boa noite
Meu filho de 10 anos estuda numa escola particular, agora com o fechamento, os professores
estão passando lição pelo whatsapp, mas acho muito fraco. Pois a professora manda no grupo
as páginas que deverão responder no livro. Passando uns 30 minutos, ela manda novamente no
grupo as respostas , para que sejam conferidas , SÓ ISSO . O tempo não chega a levar 1 hora, sendo
que na escola o horário é das 13:00 ás 17:20. Então pedi desconto na mensalidade de 30% , me ofereceram somente 10%, uma micharia. Gostaria de uma sugestão dos senhores, o que fariam no
meu caso ?