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Robô “explica” o futuro da inteligência artificial na sala de aula

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Robô Pepper. Crédito: Middlesex University.

Foi um momento histórico, mas também esquisito. Para saber se os robôs substituirão os professores, o comitê de educação do parlamento do Reino Unido ouviu nada mais nada menos do que um… robô. O caso aconteceu no último dia 16 de outubro.

O robô se chama Pepper. É uma criação japonesa, de 2014 – e igual a ela tem muitos mundo afora. O software tem servido de assistente em agências bancárias, lojas de varejo e até como companhia para idosos em asilos.

Mais recentemente, ele virou febre entre instituições de ensino inglesas. É o caso da Middlesex University, uma universidade pública de Londres. Lá, via de regra, robô Pepper recepciona estudantes e faz aparições em eventos. Daí ter sido levado ao parlamento (veja o vídeo ao fim desta reportagem).

É verdade que a sabatina com a máquina teve perguntas e respostas pré-arranjadas. Como o comitê de educação vem analisando justamente o impacto de tecnologias como inteligência artificial (IA) e robótica – especialmente se isso levará à perda de empregos–, Pepper foi direto ao ponto: “Os robôs terão um papel importante a desempenhar, mas sempre precisaremos das habilidades sociais únicas dos seres humanos para sentir, criar e gerar valor a partir da tecnologia.”

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O deputado James Frith fez todas as perguntas – possivelmente porque estava mais próximo de Pepper. Ele as fez em voz alta e devagar, para garantir que Pepper entendesse.

A situação incomodou alguns presentes, como o professor Michael Wooldridge, chefe da inteligência artificial na Universidade de Oxford. À BBC, ele disse que a participação de Pepper foi um “truque constrangedor”, que de certa forma fere a imagem da IA.

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Para além do mérito da aparição do robô, o comitê discutiu formas de adequar o sistema educacional à transformação cada vez mais veloz da tecnológica.

Brian Holliday, diretor da Siemens Digital Factory, defendeu uma maior cooperação entre escolas e empresas de tecnologia. Já professora Rose Luckin, do laboratório de conhecimento da University College London, disse que a IA tem tudo para desempenhar um papel útil na sala de aula, assumindo tarefas como coleta de dados, avaliação, administração e planejamento de aulas.

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Vale lembrar que, recentemente, o Desafios da Educação acompanhou esse mesmo tipo de discussão no 20º Fórum Nacional do Ensino Superior (Fnesp). Na ocasião, o diretor de estudos de ciência e tecnologia do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), Thomas Philbeck, disse que “a tecnologia é metade de um relacionamento que define o futuro. Nós somos os condutores desse trem”.

Um estudo do WEF, divulgado neste ano, mostrou que os sistemas de Inteligência Artificial deverão executar 75 milhões de vagas de empregos ao redor do mundo até 2025, o que eliminaria mais da metade das tarefas atribuídas aos humanos atualmente. Apesar do potencial ameaçador, a mesma pesquisa aponta que as inovações criarão 133 milhões de novos postos de trabalho até 2022. É um saldo positivo de 58 milhões de vagas.

 

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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