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Programa Erasmus planeja campi transacionais na Europa. E brasileiros podem participar

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Programa Erasmus, que pretende formar 20 campi transnacionais até 2025, pode ser opção para brasileiros em busca de pós-graduação. Crédito: ESN.

A União Europeia colocou em curso a criação de 20 consórcios universitários até 2025. A meta fará parte do programa Erasmus, iniciativa de cooperação internacional financiada pela Comissão Europeia desde a década de 1980.

Os consórcios universitários terão o objetivo de qualificar a educação superior na Europa e em países parceiros. Os campi possibilitarão a mobilidade de alunos e a troca de conhecimento entre as nações participantes.

Leia mais: Saiba quais são as 100 universidades mais inovadoras da Europa

A ideia é que um estudante possa começar a faculdade em Roma, fazer disciplinas em Bruxelas e se formar em Madri, por exemplo. O intercâmbio de pesquisas e professores também é previsto. Detalhe: brasileiros podem participar.

O impacto do Erasmus no Brasil

O Brasil foi um dos países que mais aproveitou as oportunidades do programa Erasmus, entre 2014 e 2017, segundo dados da Comissão Europeia divulgados pelo El País. Não só com brasileiros cursando pós-graduação no exterior, mas também com europeus aqui.

Desde 2004, quando começou o intercâmbio entre nações de fora do bloco europeu, várias instituições de ensino superior (IES) do Brasil fizeram convênios com centros de ensino da Alemanha, Bélgica, Itália, França, Espanha através do Erasmus. Entre as IES estão a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A diferença é que enquanto a Europa separou um orçamento de 30 milhões de euros (126,6 milhões de reais) somente para o programa-piloto – que viabilizará seis campi transacionais até o fim de 2019 –, no Brasil o bloqueio de verbas faz universidades cortarem bolsa, transporte e até bandejão.

Leia mais: Universidades, escolas, creches: o impacto dos cortes na educação

Os cortes feitos pelo governo federal aos recursos destinados às universidades públicas beiram os R$ 2,2 bilhões. Além disso, foram bloqueados outros R$ 2,4 bilhões que seriam direcionados a programas do ensino básico, fundamental e médio.

Com o caixa abalado, as IES acabam comprometendo seus investimentos nas áreas de pesquisa e desenvolvimento — dois dos principais interesses do Erasmus ao estabelecer parcerias internacionais.

As universidades federais são responsáveis pela produção de 95% da pesquisa no Brasil. Sem pesquisa, porém, não há capital intelectual suficiente para a inovação, desenvolvimento e qualificação de alunos e professores.

Como participar dos campi transacionais

Apesar do enxugamento de verbas, as bolsas do programa Erasmus dedicadas ao Brasil não correm risco de extinção. Por se tratar de um fundo gerido pela União Europeia, as oportunidades de seleção não diminuem. Pelo contrário: a criação dos novos campi transnacionais na Europa aumenta as oportunidades aos brasileiros.

O programa de internacionalização engloba mais de 100 cursos de pós-graduação – mas o número que deve crescer. Todas as oportunidades são financiados pela União Europeia e oferecem bolsas integrais. Umas das únicas recomendações é que os candidatos apliquem para áreas compatíveis ao seu diploma de graduação.

Vale ressaltar que o processo de candidatura e seleção para os cursos de mestrado e doutorado fica inteiramente a cargo das IES. O estudante só pode solicitar uma das bolsas Erasmus após ter sido devidamente aceito em algum curso de pós-graduação.

As bolsas variam de acordo com a especialidade e o país de destino, e cobrem os gastos com passagens aéreas, acomodação, alimentação, matrícula, mensalidades e material didático.

O programa Erasmus também oferece parcerias esportivas e de formação docente. Existem bolsas de curta duração (até três meses) voltadas exclusivamente a professores visitantes de países parceiros.

Leia mais: O que é o Modelo de Bolonha. E como ele se aplica à educação superior

Como se inscrever no programa Erasmus

O prazo para que brasileiros candidatem-se aos cursos de pós-graduação na Europa varia de acordo com a IES. Os estudantes precisam estar atentos às datas e também à necessidade de adaptar seu currículo acadêmico ao inglês.

Além disso, é preciso apresentar tradução juramentada de todos os diplomas e comprovantes acadêmicos – um processo que pode ser caro e demorado.

Após reunir os documentos, é recomendado entrar em contato com a sua IES no Brasil e verificar se ela mantém algum tipo de convênio internacional. Também é possível aplicar de forma individual, sem a parceria entre as instituições.

Em geral são requisitados, junto aos documentos, cartas de recomendação de professores e empregadores, histórico escolar e uma redação justificando os motivos da escolha do curso.

Após a inscrição, no site do Erasmus, é hora de torcer. Os selecionados recebem uma carta de aceite da universidade escolhida.

Devido à concorrência, o recomendado é aplicar o pedido em várias IES ao mesmo tempo. Os estudantes brasileiros participam do mesmo processo seletivo dos europeus e não há uma cota exclusiva para bolsistas internacionais.

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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