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EAD: preço é importante, não fundamental para matrículas

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Pergunte a alunos de cursos a distância sobre o que é importante na hora de fazer a escolha. O valor das mensalidades e os juros costumam aparecer no topo da lista de preocupações. Mas se você perguntar a estes mesmos alunos se eles optaram pelo curso mais barato verá que a resposta não é tão simples.

Essa percepção é o que mais chama atenção na edição 2018 do Online College Students, pesquisa anual realizada nos Estados Unidos pela Learning House, empresa de gerenciamento de programas on-line, em parceria com a Aslanian Research, especializada em serviços de pesquisa e consultoria empresarial.

De fato, o valor da mensalidade é tema central em muitas discussões sobre ensino superior. Isso acontece à medida que as mensalidades aumentam e a desconfiança da população em relação à profusão de novos cursos também se intensifica. Por isso, a pesquisa procura analisar o fator “preço” sob vários ângulos. Assim, segundo Andrew Magda, executivo da Learning House, é possível adicionar nuances ao tema.

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O valor de mensalidades e despesas em geral distanciam-se de outros aspectos quando os estudantes listam os quatro fatores mais relevantes na escolha de um curso EAD. Para 34% dos respondentes, o valor aparece em primeiro lugar, seguido por reputação do curso (13%), reputação da instituição (11%) e localização (11%).

Solicitados a listar a razão mais importante no momento da escolha, 24% afirmam que o curso era o que melhor correspondia aos seus interesses e necessidades, enquanto apenas 19% dizem tratar-se do “menos caro”. Entre outros fatores mencionados destacam-se: reputação da instituição (13%), “custo-benefício” entre mensalidade, reputação e conveniência (12%), e até mesmo o fato de levar em conta apenas uma IES (15%).

Quando a pergunta relaciona “preço versus outros fatores”, 28% dizem que o curso de escolha apresentava taxa de matrícula menor. Já os demais apontam conveniência (28%), reputação do curso (23%) e conteúdo (21%). De acordo com Andrew Magda, esse conjunto de respostas revela que preço importa, mas que também há outros fatores que pesam no processo decisório.

Essa premissa até parece óbvia no ensino superior tradicional, em que muitos priorizam o prestígio da faculdade. Ao fazer isso, aliás, acabam assumindo que as IES que apresentam preços mais competitivos tenham, também, menor qualidade. Mas não é assim que a educação online deve ser considerada.

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Muitos estudantes, sobretudo aqueles com a vida mais atribulada, tendem a se apegar mais a fatores de praticidade do que de reputação ou valor. Razões assim levam à conclusão de que o sucesso dos programas de EAD não está atrelado unicamente ao preço que eles praticam.

O estudo apresenta diversos outros tópicos. Entre os que mais chamam atenção estão:

Demografia: quatro em cada dez entrevistados nunca havia feito um curso ou programa totalmente online antes de se matricular no atual. Entre os demais, 45% haviam feito um curso ou programa online e 15%, cursos e programas presenciais. Além disso, dois em cada três alunos de EAD estudam em uma instituição cuja sede fica a menos de 80 km de distância de onde moram – e outros 13% ficam a mais de 160 km. Entre estes, 30% afirmam não ter encontrado uma opção mais próxima e outros 30% dizem que a faculdade escolhida apresenta boa reputação ou custo menor.Áreas de estudo: a última pesquisa mostra mais alunos matriculados em cursos de Negócios – sendo 23% estudantes de graduação e 21%, de pós-graduação. Cursos da área da Saúde seguem em ritmo parecido, respondendo por 19% dos estudantes de graduação e 16%, de pós. Na sequência, aparecem Informática e Tecnologia, com 13% e 15%, respectivamente. Por outro lado, o percentual de alunos de mestrado caiu, de 22% em 2014 para 14%.

Importância do celular: um terço dos entrevistados afirma conduzir quase todas as suas pesquisas sobre faculdades em dispositivos móveis. E mais da metade deles alunos realiza as leituras necessárias e se comunicam com os professores pelo celular.

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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