FLORIANÓPOLIS (SC) — A cada dia, o mundo assiste ao lançamento de novas soluções e tecnologias no mercado global. Muitas vezes, torna-se impossível acompanhá-las, dificultando a projeção dos verdadeiros desafios do futuro. No universo corporativo, esse espírito de incertezas é conhecido como “mundo Vuca”.
A expressão, em inglês, alude às palavras volatilidade (volatility), incerteza (uncertainty), complexidade (complexity) e ambiguidade (ambiguity). Recentemente, o termo começou a ser empregado, também, no ambiente educacional – desembarcando em escolas e instituições de ensino superior.
“Como educar nesse mundo Vuca, incerto, com tantas mudanças como as que temos visto?”. Quem pergunta é a consultora em educação online Carolina Costa Cavalcanti, professora de metodologias inovadoras de aprendizagem na Fundação Dom Cabral (FDC). Segundo ela, assim como a tecnologia alterou a dinâmica de setores como entretenimento e mobilidade, ela também mexe na forma como se trabalha a educação.
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Nesse cenário, as chamadas “metodologias inov-ativas” caem como uma luva. São conceitos e estratégias que abrangem abordagens inovadoras, capazes de dar mais protagonismo ao estudante, baseadas em gestão do tempo, design instrucional, capacidade computacional de análise e simulação.
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“A união de metodologias ativas e analíticas auxilia a tomada de decisão e ajuda o profissional a refletir sobre próprio processo de desenvolvimento das competências exigidas na atualidade”, afirma Cavalcanti.
A implementação das metodologias inov-ativas em sala de aula tem seus desafios. “Desenvolver autonomia em alunos, professores e gestores, além da autorregulação para aprender a aprender, são características indispensáveis a se trabalhar”, diz João Paulo Bittencourt, coordenador de pós-graduação do Instituto Singularidades.
Fernanda Furuno, especialista na adoção de soluções educacionais do Grupo A, destaca o lado ativo das metodologias: “As escolas executivas e até as de base motivam os alunos com aprendizagens diferenciadas”.
Segundo ela, na graduação ainda existe uma forte tradição do formato técnico e conteudista, mais focado em hard skills. “Esses atributos são usados em detrimento das competências do século 21, como curiosidade, organização, responsabilidade e autonomia”, diz Furuno, que também é cofundadora do Guia EAD Brasil.
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Furuno, Bittercourt e Cavalcanti, ao lado da professora Andrea Filatro, coordenadora de design educacional do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), participaram de uma mesa-redonda durante a programação da 24ª edição do Congresso Internacional Abed de Educação a Distância (Ciaed), na tarde de sexta-feira 5 em Florianópolis (SC).
O encontro foi feito com a metodologia Fishbowl (foto em destaque), com cadeiras rotativas para que os participantes pudessem fazer perguntas aos apresentadores. Pela manhã, no mesmo dia, o Desafios da Educação reuniu 50 educadores para debater assuntos como ensino híbrido, metodologias ativas de aprendizagem, extensão com qualidade, mudança de perfil do aluno e novos instrumentos de avaliação dos cursos EAD. O congresso, que começou na quarta-feira, foi até domingo.
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