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Sirius: a formação de uma IES tecnológica, empreendedora e conectada ao mercado

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O setor de tecnologia da informação (TI) deve criar 100 mil novas vagas de trabalho por ano até 2024. Entretanto, como mostrou reportagem do Desafios da Educação, a falta mão de obra qualificada para preenchê-las é um problema real. Estima-se que o déficit anual seja de 50 mil profissionais no setor.

Ciente dessa situação, um grupo de quatro colegas com larga experiência na área de TI resolveu botar a mão na massa. Em 2020, eles deram o pontapé inicial na criação de uma instituição de ensino superior (IES) tecnológica, empreendedora e conectada ao mercado de trabalho.

A Sirius está realizando o processo de credenciamento institucional no Ministério da Educação (MEC).

Quando a oferta for autorizada, serão dois cursos tecnólogos de graduação:

  • Ciência de Dados e Inteligência Artificial;
  • Desenvolvimento de Aplicações para a Internet.

Enquanto isso, a instituição, que se denomina uma “escola de tecnologia, experiência e futuro”, oferece cursos livres e um programa de fellowship em Ciência de Dados. A metodologia de ensino inovadora da escola segue os princípios que serão adotados na nova IES.

“Existem muitas iniciativas para ensinar a programar. Mas a Sirius quer olhar para onde ninguém está olhando, estimulando o desejo, a curiosidade e as habilidades certas para trazer para o jogo pessoas que estão excluídas do mercado” explica o CTO e um dos fundadores da Sirius, Fernando Americano.

A metodologia de ensino

Segundo Americano, o primeiro passo foi repensar o processo educacional tradicional. “Ao invés de fazer da mesma maneira que se faz há mais de cem anos, começamos a questionar: ‘o jeito como é feito hoje funciona? Tem maneira melhor de fazer?’”

Os sócios chegaram à conclusão de que valia a pena manter a formação teórica sólida e profunda dos cursos superiores atuais. Por outro lado, isso não bastava para formar alunos com qualidade e deixá-los aptos para se inserirem no mercado de trabalho da TI.

Faltava a experiência prática e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais fundamentais em qualquer profissional do século 21. Foi então que buscaram inspiração nos bootcamps – treinamentos imersivos populares em áreas como programação.

“Juntamos o que entendemos ser interessante no ensino tradicional, que é a profundidade com que os assuntos são tratados, ao que há de melhor nos bootcamps, que é o caráter prático intensivo e imersivo”, explica Americano.

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Os cursos superiores da Sirius terão um formato híbrido e dois anos de duração. A carga horária na modalidade de ensino a distância (EaD) será reservada ao conteúdo teórico. Já os encontros presenciais contarão com atividades práticas.

A proposta chamou a atenção de diversos investidores brasileiros, como Camila Farani, Garan Ventures e Rafael Assunção. Em agosto, a Sirius anunciou a captação de R$ 5 milhões em investimentos para iniciar sua operação.

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Parceria com a Plataforma A

Um dos principais gargalos do ensino superior é a produção de aulas. Americano lembra que para cada hora aula que o professor ministra, ele gasta muitas outras para prepará-la – às vezes sem a remuneração adequada.

Em algumas IES, acontece de diferentes professores da mesma disciplina prepararem aulas similares separadamente. “Ou seja, as instituições pagam duas vezes pela mesma aula sem exercer controle da qualidade”, destaca.

Daí veio a opção por contratar o conteúdo EaD da Sagah para abastecer seus cursos. Já a Biblioteca Virtual A deixará toda a bibliografia ao alcance de um clique, independentemente de onde o estudante estiver, facilitando a implementação dos polos.

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A Sirius reuniu uma equipe de docentes com experiência no mercado de trabalho de TI. Parte deles se dedicará exclusivamente a montar a trajetória de aprendizagem dos alunos a partir do conteúdo Sagah, complementando-o quando necessário.

Desde o primeiro semestre, essa trajetória será fundamentada em metodologias ativas – especialmente, a aprendizagem baseada em problemas (ABP). Todos os semestres terão um desafio para ser resolvido de maneira prática, amarrando o conteúdo aprendido no semestre.

Ao fim do curso, ao invés do tradicional Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), os alunos realizarão um DCC (Desafio Final de Curso). Além disso, estão previstos projetos integradores, atividades de planejamento de carreira e posicionamento profissional, uma masterclass semestral com grandes nomes do mercado e parcerias com empresas.

curricularização da extensão

“Não queremos só dar escala. Queremos levar a educação para mais pessoas, sim, mas queremos fazer isso com a qualidade de uma instituição de ponta”, afirma Americano.

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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