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Retrospectiva 2024: os fatos que marcaram o ano sob o olhar do Desafios da Educação

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O ano de 2024 foi marcante para a educação brasileira. Seja no formato presencial ou na modalidade a distância (EaD), ocorreram mudanças que transformaram a rotina das instituições de ensino superior (IES) de maneira significativa. 

Por meio de reportagens e coberturas de eventos, o portal Desafios da Educação registrou o que aconteceu na área nos últimos 12 meses. Nesta retrospectiva, você poderá conferir um apanhado das principais matérias que publicamos ao longo de 2024, além de outros fatos que impactaram (ou ainda vão impactar) o sistema educacional.  

Boa leitura! 

Enchentes no Sul 

Em maio, o Rio Grande do Sul viveu a pior tragédia climática de sua história. Mais de meio ano após as enchentes que afetaram mais de 2 milhões de pessoas e causaram pelo menos 183 mortes o estado continua em reconstrução.  

Na área educacional, o impacto também foi severo. Cerca de mil escolas foram atingidas de alguma forma, fazendo com que milhares de crianças e adolescentes ficassem sem aulas 

O episódio sensibilizou o Brasil e o mundo, desencadeando uma enorme rede de solidariedade. Muitas instituições de ensino superior (IES) se mobilizaram para arrecadar doações e oferecer abrigo às vítimas:

Marco regulatório da EaD 

As IES levaram um susto quando o Ministério da Educação (MEC) publicou, em junho, a Portaria nº 528. A medida estabelece prazo para a criação de novos referenciais de qualidade e um marco regulatório para a oferta de graduações na educação a distância.  

Na prática, isso barrou a criação de novos cursos, além de vagas e polos EaD, até 10 de março de 2025. Também foram vetados o aumento de vagas e a criação de novos polos por instituições do sistema federal de ensino, inclusive universidades e centros universitários.  

O Desafios da Educação cobriu amplamente o tema, explicando todos os pormenores da portaria: 

Também destacamos como as IES podem “fazer desse limão uma limonada”: 

Autonomia na pós-graduação 

Também em junho, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou uma proposta para modernizar o sistema de pós-graduação no Brasil. A alteração concede mais autonomia a instituições “consolidadas”, permitindo a abertura de novos cursos sem aprovação prévia da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). 

A revisão da Resolução CNE/CES nº 7, porém, gerou controvérsias. Entidades acadêmicas alertaram para o risco do aumento das desigualdades regionais, já que apenas 17 IES se enquadrariam como “consolidadas” — sendo 14 delas localizadas no Sul e no Sudeste. 

Enade das Licenciaturas 

O mês de julho começou com outra mudança considerável para gestores e educadores do ensino superior. A Portaria nº 610/2024 instituiu uma nova versão do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), específica para os cursos de licenciatura. 

Com a nova medida, o Enade das Licenciaturas passou a aferir as competências práticas dos futuros professores, em vez de concentrar-se apenas no conhecimento teórico das disciplinas. O chamado Questionário de AP (aplicação prática) avalia conhecimentos, competências e habilidades práticas dos estudantes de licenciatura, e é aplicado durante os estágios supervisionados obrigatórios, previstos nas diretrizes curriculares nacionais. 

O Desafios da Educação explicou as principais mudanças no processo de avaliação: 

Além disso, a colunista Renata Perrenoud, em parceria com Vinicius Pereira, coordenador de negócios da Plataforma A, escreveu um artigo que aponta as vantagens e desvantagens do novo formato: 

Dez anos de SAGAH 

Em 2014, a Plataforma A lançava a SAGAH, solução de aprendizagem que chegou ao mercado com o objetivo de revolucionar o ensino superior brasileiro. Uma década depois, o sistema — que se tornou referência na EaD e no ensino híbrido — ganhou um upgrade considerável, incorporando novos recursos, aperfeiçoando outros e se transformando em uma plataforma de conteúdo integrado. 

O Desafios da Educação produziu uma série de conteúdos esmiuçando todas as funcionalidades da nova SAGAH, que estão disponíveis e um hotsite: 

Jabuti Acadêmico 

O mês de agosto foi muito especial para a +A Educação. Isso porque a Artmed, tradicional selo da editora Grupo A, foi um dos destaques da 1ª edição do Prêmio Jabuti Acadêmico, organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).  

No eixo Ciência e Cultura, o livro Autismo no Adulto, organizado por José Alberto Del Porto e Francisco B. Assumpção Jr., conquistou o primeiro lugar na categoria Medicina. Já Medicina Ambulatorial, de Bruce B. Duncan, Maria Inês Schmidt, Elsa R.J. Giugliani, Michael Schmidt Duncan e Camila Giugliani, foi eleito o Livro Acadêmico Clássico de 2024. 

Censo da Educação Superior 

No início de outubro, o MEC e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram os resultados do Censo da Educação Superior 2023. Seguindo a tendência de crescimento dos últimos anos, o número de matrículas nos cursos de graduação chegou a mais de 9,9 milhões — um aumento de 5,6% entre 2022 e 2023, e o maior desde 2014.   

O estudo também compara dados ao longo do tempo. Com base nas informações disponibilizadas na última década, é possível perceber a ascensão contínua dos cursos de Tecnologia da Informação (TI) 

Apesar disso, a área ainda tem altos índices de evasão. O Desafios da Educação fez uma matéria com esse recorte do Censo, refletindo sobre os motivos que levam ao abandono e mostrando como a tecnologia pode ajudar a reverter esse cenário: 

Proibição de celulares nas escolas 

Não foi apenas no ensino superior que as propostas apresentadas pelo MEC causaram barulho.

Um projeto de lei aprovado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados proibiu o uso de telefone celular por alunos da educação básica, inclusive no recreio e nos intervalos entre as aulas. Só está prevista a liberação quando os smartphones forem considerados úteis para o aprendizado.

O projeto já foi aprovado pelo Senado e agora aguarda sanção presidencial.

Evidentemente, a medida dividiu educadores. Em reportagem especial, o Desafios da Educação falou sobre o impacto das tecnologias educacionais na rotina dos estudantes e destacou quando essa proibição se torna um problema: 

CIAED debate novos referenciais de qualidade na EaD 

Realizado em setembro, em Brasília, o 29° CIAED – Congresso Internacional ABED de Educação a Distância trouxe insights valiosos sobre tendências educacionais 

Como já é praxe, a Plataforma A se fez presente por meio de seus especialistas.  A gerente executiva de Conteúdo e Acadêmica, Daiana Rocha, a gerente de Conteúdo Digital, Barbara Maia, e a supervisora de Design Educacional, Andresa Silveira, apresentaram o trabalho científico “Estratégias metodológicas de melhoria contínua para a excelência em conteúdo EaD”. 

Já a coordenadora de Produto da Plataforma A, Raphaela Novaes ministrou a palestra “Qualidade acadêmica e uso estratégico das tecnologias educacionais”. Além disso, Daiana Rocha, o gerente de Inovação, Igor Sales, o especialista acadêmico Pedro Bulgarelli e o especialista em inovação, tecnologia e educação Rodrigo Marudi apresentaram o trabalho científico “Além da evasão: redefinindo o aprendizado em TI com a inovadora metodologia Tech Master” 

No estande da Plataforma A, uma atividade interativa estimulou os visitantes a avaliarem quais pontos deveriam fazer parte do marco regulatório da EaD. Havia quatro opções de resposta: taxas de evasão e diplomação; índice de satisfação dos alunos; qualidade do conteúdo e metodologias; e competências e formação dos docentes.  

Para votar, era preciso arremessar uma bolinha de pingue-pongue dentro do tubo correspondente à resposta. A iniciativa buscou provocar, de forma lúdica, um questionamento sobre os rumos da EaD no Brasil. 

Nos links abaixo, você acompanha a cobertura do CIAED feita pelo Desafios da Educação: 

FNESP: um olhar sobre tecnologia e a conexão humana 

Também em setembro, ocorreu o 26º Fórum Nacional de Ensino Superior Particular (FNESP). Realizado em São Paulo, o evento organizado pelo Semesp — entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil — debateu o equilíbrio entre tecnologia e a conexão humana na educação digital, um tema que se tornou ainda mais relevante com o avanço acelerado da inteligência artificial (IA). 

A programação paralela foi um dos pontos altos da convenção. Rodrigo Severo, diretor da Plataforma A, apresentou o case de sucesso da Pós PUCPR Digital, mostrando como a instituição reduziu a evasão em 60% num único semestre. 

Outro destaque foi a gravação do podcast Gestão do Ensino Superior. Em um estúdio, o apresentador Edmilson Cardial recebeu Daniela Hauser, então gerente de Negócios da Plataforma A, além de Rafael Zampar, diretor de Negócios do Centro Universitário Integrado, e Bruno Camara, diretor de Tecnologia e Planejamento da mesma instituição. O episódio abordou a transição do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do Integrado para o LXP da Plataforma A 

Leia mais sobre o 26º FNESP: 

Desafios da Educação Talks em versão expandida 

Para a Plataforma A, o ano se encerrou com uma edição especial do Desafios da Educação Talks. Realizado anualmente, em alusão ao Dia do EaD (27/11), o evento online funciona como um espaço de trocas sobre temas relevantes para o ensino superior. 

Em 2024, em vez de um, foram três dias de debates. Especialistas e líderes do setor discutiram as transformações pelas quais a educação a distância passou durante o ano — com destaque, é claro, para o marco regulatório que entrará em vigor em 2025.  

A cobertura completa do evento pode ser conferida nos links abaixo:

Outros fatos importantes 

Desempenho no Ideb 

A divulgação dos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023 causou apreensão. Embora o país tenha alcançado a meta prevista para os anos iniciais do ensino fundamental, os números gerais evidenciam um cenário de estagnação, especialmente nas etapas mais avançadas da educação básica. 

O Brasil obteve 6 pontos do 1º ao 5º ano, atingindo a meta nacional estabelecida para o primeiro ciclo do indicador (2007-2021). Nos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º), alcançou 5 pontos, enquanto o ensino médio registrou 4,3 pontos. Os resultados ficaram abaixo das metas do indicador para o País nessas etapas, que eram de 5,5 e 5,2, respectivamente. 

Pé-de-Meia 

Para enfrentar os desafios do ensino médio, o MEC investiu em programas como o Pé-de-Meia, destinado a promover a permanência e a conclusão escolar de estudantes no ensino médio. São quatro tipos de incentivo: por matrícula, frequência, Enem ou conclusão. 

A previsão era atender quase 4 milhões de alunos em 2024, com uma poupança de até R$ 9,2 mil ao longo de sua trajetória nessa etapa de ensino. No entanto, a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) pediu o bloqueio dos recursos destinados ao programa por supostamente desrespeitar as regras fiscais, o que pode ameaçar o futuro do Pé-de-Meia em 2025. 

Regulamentação da IA 

Em dezembro, o Senado aprovou o projeto que regulamenta a inteligência artificial no Brasil. A matéria, que segue agora para a análise da Câmara dos Deputados, se apresenta como um marco regulatório para o desenvolvimento e o uso de sistemas de IA 

Esse é um tema que promete ter desdobramentos importantes em 2025, sobretudo na área educacional. As diretrizes adotadas em relação a direitos autorais e proteção de dados, por exemplo, poderão ajudar as IES a entender de que forma poderão utilizar a tecnologia sem prejuízos à aprendizagem e à privacidade da comunidade acadêmica.

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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