UnCollege e hackschooling são termos modernos e ligados a movimentos um tanto revolucionários da educação. Enquanto o primeiro, fundado por Dale Stephens, promove uma maior autonomia e uma menor ligação à instituição de ensino para o estudante universitário, o segundo fala de um projeto coletivo de socialização para o aluno da educação básica que não frequenta a escola tradicional. Ambos têm em comum se basearem em preceitos do ensino domiciliar, que, de certa forma, também empresta muito de seus métodos para a educação a distancia.
Essas são provas de que a educação está sempre em transformação e até mesmo o clássico homeschooling (denominação em inglês para a educação em casa) vai sofrendo alterações para se adaptar à realidade atual. Agora, as redes sociais podem ser mais uma ferramenta importante para esse tipo de ensino, como um poderoso instrumento de aprendizado e interação com outros estudantes. E elas servem tanto para o tradicional estudante domiciliar, educado em casa por tutores ou pais, quanto para aqueles que muitas vezes também utilizam suas residências para o estudo, os alunos de EAD.
Meio de socialização
Quem estuda em casa, seja o homeschooler, seja o aluno de EAD, pode sentir falta da convivência com seus colegas, da troca de experiências e impressões sobre sua educação. Nesse ponto, as redes sociais têm papel importante: por meio delas, o estudante pode entrar em contato com sua “turma”, um grupo de alunos que compartilham de seus interesses e que estão passando por situações semelhantes em seu processo de aprendizado. Do lado exclusivo do ensino domiciliar, a dica é para pais e tutores: por meio dessas plataformas, é possível se conectar com outros tutores e até mesmo especialistas, a fim de aprimorar suas lições.
Ferramenta de pesquisa
Assim como a educação a distância mostra alguma similaridade com o ensino domiciliar pelo fato de seus estudantes não frequentarem a instituição física, o homeschooling também se apropria de instrumentos advindos da EAD. Muitos pais e tutores aproveitam plataformas nos modelos das utilizadas no ensino digital para compartilhar lições, por exemplo. As redes sociais, nesse ponto, podem ser muito úteis para ambos os tipos de ensino: o Pinterest tem se mostrado uma ótima forma de compartilhar planos de aula, especialmente quando se lida com nativos digitais, além de ser uma ótima forma de compilar e partilhar objetos de interesse entre alunos e professores. O YouTube, por sua vez, com seus inúmeros tutoriais e documentários disponíveis, é uma excelente ferramenta de pesquisa de conteúdo. Além do mais, professores e alunos podem produzir seus próprios vídeos, criando uma cadeia de feedbacks muito enriquecedora para o aprendizado.
Instrumento de aprendizagem
Embora muitas vezes vistas como vilãs do aprendizado, promovendo a distração e a procrastinação, as redes sociais também podem trazer benefícios para o estudante. Cabe ao professor e ao gestor saber explorar essas qualidades. Por exemplo, o professor Andrew Simmons, da Califórnia (EUA), afirma que o Facebook aprimorou a escrita de seus alunos, pois os jovens passaram a se sentir mais confortáveis para se abrir emocionalmente. Por outro lado, o Twitter, com sua limitação de caracteres, força o estudante a prestar atenção na linguagem que utiliza, trabalhando a clareza e a concisão de seu texto e melhorando suas técnicas de comunicação. Ou seja, utilizadas com moderação, as redes sociais podem, sim, trazer benefícios para a educação, inclusive despertando novas capacidades nos estudantes. É a versão moderna e com um final feliz do clássico “se não se pode vencê-los, junte-se a eles”. Com um complemento: junte-se a eles e se aproprie de suas qualidades.
E você? Já tentou utilizar redes sociais no aprendizado? Compartilhe conosco a sua experiência e não deixe de assinar a nossa newsletter para se manter informado sobre as últimas novidades na área da educação.
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