Antes relegada ao segundo plano, a educação a distância (EaD) vem se tornando cada vez mais popular entre os brasileiros. Dos 4,7 milhões de estudantes que iniciaram uma graduação em 2022, cerca de 3,1 milhões se matricularam em um curso na modalidade. Isso significa que a EaD já recebe dois de cada três alunos que ingressam nas instituições de ensino superior (IES).
- Para mais detalhes, confira os destaques do Censo da Educação Superior 2022.
Apesar de atender a um direito fundamental, o formato não está livre de críticas. Parte da rejeição se deve à carência de experiências práticas, essenciais em cursos de áreas como Saúde, Engenharias, Ciências Naturais e Humanidades.
Como solução a esse entrave, algumas IES adotam simulações remotas. Esses laboratórios virtuais ajudam os alunos a desenvolver as competências técnicas e socioemocionais exigidas pelo mercado. Além da economia de recursos humanos e materiais — diferenciais de peso do formato —, a tecnologia é capaz de mimetizar uma série de atividades in loco. E tudo isso no conforto de casa.
Educação a distância pede “mão na massa”
Em 2009, pesquisa realizada pela Sheffield Hallam University, no Reino Unido, já destacava a necessidade de implementar experiências práticas, como estágios e projetos, para ampliar as perspectivas de trabalho dos estudantes que cursavam uma graduação EaD. Mais recentemente (2022), um estudo de pesquisadores australianos de pesquisadores australianos apontou como o aprendizado integrado ao trabalho supervisionado aumenta a empregabilidade desses alunos.
Para que isso ocorra, é preciso superar possíveis déficits do formato, como a falta de interação presencial e a padronização das aulas. Esses aspectos não devem ser interpretados como falhas incorrigíveis, mas como alertas de que há, sim, uma necessidade de reduzir o descompasso entre habilidades e demandas do mercado.
Uma pesquisa da Cortex, líder em inteligência de dados na América Latina, revela que apenas um em cada dez egressos consegue emprego com carteira assinada compatível com o nível de formação. Apesar do aumento nas matrículas nos últimos anos, a maioria dos formados acaba ocupando vagas de nível médio quando se trata de contratações por empresas no modelo CLT.
O que isso significa? Pouco importa se o ensino é remoto, presencial ou híbrido — o foco principal é conseguir uma participação mais ativa dos estudantes.
Ao trazer à luz espaços maker, que podem muito bem serem oferecidos de forma remota, o aprendizado se torna aplicável. Só assim para garantir um lugar ao sol — tanto do ponto de vista do profissional em início de carreira quanto da IES interessada em crescer e expandir os negócios.
Se os alunos apontam a falta de laboratórios físicos como um dos maiores desafios da EaD, a saída mais óbvia consiste em compensar essa limitação. Um ambiente virtual controlado, projetado para proporcionar experiências realistas sem abrir mão do conforto e da segurança, é uma excelente resposta a essa necessidade.
Soluções tecnológicas: laboratórios virtuais e ferramentas imersivas
Pouco a pouco, objetos imersivos como realidade aumentada e realidade virtual estão sendo integrados ao ensino, criando experiências remotas com um grau de fidelidade cada vez mais impressionante.
Descubra como essas inovações estão elevando a qualidade do ensino a distância e o prestígio das IES.
Uninter: colaboração constante
Era início de 2019 quando a Uninter se lançou em uma jornada para transformar seus laboratórios virtuais. A história começa com Douglas Soares Agostinho, coordenador de cursos do centro universitário, que, durante um congresso, teve um encontro fortuito com representantes da Algetec.
Na época, trabalhar com laboratórios virtuais era um desafio constante para a universidade. Os alunos precisavam instalar softwares em seus computadores, um processo que frequentemente resultava em problemas técnicos e intermináveis pedidos de suporte.
Em novembro daquele ano, Uninter e Algetec firmaram uma parceria que mudaria tudo. Os laboratórios passaram a ser integrados diretamente na plataforma da IES. Agora, bastava um simples clique para que os alunos acessassem os experimentos, sem complicações ou demora. “Essa melhoria eliminou os problemas de acesso e permitiu que a Algetec fizesse ajustes a distância, tornando o suporte técnico muito mais ágil”, lembra Agostinho.
Hoje, cerca de 15 mil alunos da Escola Politécnica da Uninter exploram os laboratórios virtuais. Com essa nova abordagem, os professores podem solicitar experimentos personalizados, enquanto os estudantes têm a liberdade de manipular os parâmetros e ampliar suas possibilidades de prática laboratorial.
Yduqs: solução em larga escala
O desafio de atender a milhares de alunos motivou a companhia Yduqs (nome assumido há cinco anos pela holding Estácio) a buscar uma solução inovadora para seus laboratórios virtuais. No começo, a tecnologia disponível apresentava obstáculos: as interfaces estavam em inglês e as funcionalidades eram limitadas às disciplinas de Física e Química. Foi então que, em 2019, a Yduqs firmou uma parceria estratégica com a Algetec, uma aliança que prometia transformar o cenário.
Flavio Murilo Gouveia, reitor acadêmico da Yduqs, testemunha os resultados. “A Algetec tem elevado a experiência dos nossos alunos em seus laboratórios virtuais de forma extraordinária. São hoje nossos parceiros estratégicos”, elogia. O impacto foi claro: baixos índices de reclamação e um salto na aprendizagem, frutos de uma colaboração que estabeleceu um novo patamar de excelência prática dentro da IES.
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Benefícios das práticas laboratoriais na EaD
Já ouviu falar no conceito “aprender fazendo”? Pois essa é uma das grandes vantagens de um laboratório na faculdade. Seguir a abordagem maker não significa abandonar o currículo, e sim apresentá-lo de forma mais prática aos estudantes.
Imagine-se no lugar de alguém que acaba de concluir a graduação em Farmácia ou Biomedicina. Após anos de estudo, o diploma em mãos é a prova do conhecimento adquirido. No entanto, a falta de contato com o dia a dia da profissão pode se tornar um obstáculo.
A exigência por uma bagagem prévia é uma necessidade real. Empregadores esperam que até mesmo estagiários tenham um mínimo de habilidade prática, para poupar tempo com treinamentos básicos. Nesse sentido, a vivência em laboratórios não só fortalece a formação acadêmica, mas também prepara os alunos para enfrentar as demandas reais de suas futuras carreiras.
Veja aqui um modelo de laboratório virtual:
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Ademais, o Ministério da Educação (MEC) exige que cursos de educação a distância atendam a rigorosos critérios de qualidade para garantir a formação integral dos alunos. A inclusão de práticas laboratoriais em cursos EaD ajuda a cumprir esses requisitos, além de demonstrar o compromisso das IES com a excelência educacional.
De olho no futuro
A prática laboratorial na EaD é mais do que uma simples adaptação tecnológica; é uma evolução necessária para garantir que a modalidade continue a crescer em qualidade e relevância.
Com o apoio de soluções inovadoras e a implementação estratégica dessas práticas, as instituições de ensino superior podem oferecer uma formação completa, preparando seus alunos para os desafios do mundo profissional e alinhando-se às exigências de qualidade do MEC. Ao adotar essas práticas, a EaD se posiciona como uma modalidade de ensino capaz de proporcionar uma educação de excelência.
Se você busca tornar sua IES mais competitiva, as práticas laboratoriais podem ser parte da solução de que você precisa. Quer saber como implementar laboratórios virtuais? Fale com a Plataforma A.
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