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Por que as instituições de ensino adiam o lançamento da pós-graduação EaD?

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Mais um semestre começou e muitas instituições de ensino se viram obrigadas a adiar mais uma vez o lançamento do projeto de pós-graduação EaD. Entre os principais motivos está a falta de tempo da área de pós/extensão para estruturar um programa que corresponda às altas expectativas do próprio time acadêmico. Também da direção da instituição e, principalmente, dos alunos.

A verdade é que as instituições se recusam a lançar um programa de pós-graduação EAD que não traga elementos de Lifelong Learning, sem forte e concreta conexão com o mercado e que não reflita a essência da instituição no modelo pedagógico. E elas estão corretíssimas nesse ponto.

Mais do que modismos do mercado, esses três pontos são diferenciais importantíssimos na pós-graduação lato sensu e estão diretamente conectados com as necessidades dos alunos, que buscam se aperfeiçoar e se preparar para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

O entendimento de que o curso de pós-graduação EaD deve ser um instrumento de constante aperfeiçoamento dos estudantes, ao longo da vida, implica em estruturar um modelo que elimina a fronteira tradicional entre educação formal e educação não formal estimulando e facilitando a proatividade do aluno em buscar o desenvolvimento a partir de diversas experiências de aprendizagem.

Como funciona na prática?

Em termos práticos, isso significa projetar um currículo flexível, desenvolver um portfólio extenso, e, em muitos casos (muitos mesmo), contar com a agenda do time de TI para fazer as adaptações necessárias na plataforma de vendas/site da instituição, sistema acadêmico e ambiente virtual de aprendizagem.

Conectar o programa de pós de forma consistente com o mercado é outro desafio enorme. Para o aluno essa conexão representa acelerar, reiniciar ou fazer uma transição profissional. Sendo assim, é necessário preparar o aluno para entender sua carreira do ponto de vista imediatista (o que eu devo fazer hoje para acelerar minha carreira?) e ainda dar a ele uma visão de longo prazo (que habilidades eu preciso para me manter ou me tornar desejado pelos empregadores?).

Em resumo, o programa de pós-graduação EaD deve se tornar uma verdadeira plataforma de desenvolvimento pessoal e de carreira. Isto considerando as habilidades necessárias para o sucesso no mercado, responsabilidade social e atitude empreendedora.

Por fim, é fundamental que os estudantes reconheçam a qualidade educacional, refletida numa metodologia inovadora, num corpo docente bem preparado e conectado, em programas de alta qualidade e em serviços estudantis que atendem bem aos alunos.

Esse conjunto de atributos da oferta de pós-graduação EaD traz uma exigência de investimentos e uma complexidade diferente para o projeto de pós-graduação, mas também faz dele uma oportunidade de se criar um programa único, marcante e que traduza o dna da instituição.

Leia mais: Pós-graduação premium: as vantagens de aprender com pensadores de renome internacional

Como tirar o projeto de pós-graduação EaD do papel?

Para tirar um projeto de pós-graduação complexo do papel, é fundamental que o time envolvido fomente um olhar de desenvolvimento de produto. Além disso, que tenha uma cultura positiva de parcerias.

O olhar de produtos vai ajudar a mapear e entender as oportunidades de mercado (levando em consideração as características locais e regionais). Também ajuda a desenhar a persona e a pensar em soluções que precisam ser integradas, desenvolvidas ou contratadas. Sempre com um olhar de experimentação, teste e correção.

Considerar a consolidação de parcerias pode ajudar a instituição a orquestrar parceiros de mercado (edtechs, startups e outras instituições) para construir um produto e ofertas únicos. A visão de parceria pode solucionar a questão de falta de tempo e recursos financeiros.

Considerando parcerias estratégicas, é possível, inclusive, criar ofertas que se caracterizam como novas linhas de receita. Elas permitem à instituição fazer investimentos apenas quando o projeto já estiver gerando receitas.

Forjar parcerias com as edtechs pode também solucionar de forma simples o complexo desafio da integração e flexibilização dos sistemas. Estes necessários para a oferta de um programa de pós-graduação EaD.

Leia mais: A demanda e a oferta de pós-graduação lato sensu EaD no Brasil

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