By Um dos maiores desafios das instituições de ensino, hoje, é lidar com a generation gap entre professores e estudantes, uma vez que, mais do que diferença de idade, essas gerações são separadas por maneiras diferentes de ver o mundo e, principalmente, a tecnologia. Enquanto os profissionais atuais viram o surgimento da Internet e de todos os aparelhos que nos mantêm em rede, os jovens que são nativos digitais não conheceram o planeta sem computadores. E isso faz toda a diferença.
Os chamados millenials e a geração Z, nascidos nas últimas duas décadas, estão se aproximando do ensino superior, e gestores e educadores já devem se preparar para recebê-los sem correr o risco de espantá-los da Academia, como vêm acontecendo com diversos jovens ao redor do mundo. Essa geração, como todas, tem traços mais do que positivos – eles são tolerantes, empreendedores e sociáveis -, mas também precisará superar algumas fraquezas: eles são mais dependentes dos pais, têm dificuldade em lidar com estruturas hierárquicas e enfrentarão graves crises econômicas.
Ligados em tecnologia antes de sair das fraldas
[FONTE: Branding magazine]
Em termos de educação, os jovens que ainda não chegaram aos 25 anos tendem a atingir maiores graus de diplomação que seus antecessores. Uma maior porcentagem termina o colégio e ingressa na faculdade, mas isso não significa que eles encontrarão posições no mercado de trabalho, nem que eles tenham melhor preparo. Nos Estados unidos, os níveis de desemprego entre os jovens vêm aumentando a cada ano; no Brasil, mais de meio milhão de estudantes zeraram a redação do ENEM.
O que esses números significam? Os millenials têm mais dificuldade em aprender ou as escolas não conseguem prender sua atenção? Muitas vezes, pode ser apenas um entrave de comunicação. Os jovens têm maior dificuldade em expressar suas ideias, hoje em dia, especialmente se for em uma apresentação oral. Eles estão mais acostumados com mensagens de texto e voz, fotografias e vídeos. Incorporar essas ferramentas na aula pode ser um grande passo para estabelecer um vínculo entre professor e turma.
Ainda assim, os jovens não têm medo de começar seus próprios empreendimentos. Talvez por terem visto os grandes prodígios do Vale do Silício em suas carreiras meteóricas, a nova geração acredita que pode construir seu próprio sucesso. Cheios de ideias, o que esses potenciais empreendedores precisam é de orientação, e isso pode vir pela faculdade. Mas para conseguir realmente passar adiante os conhecimentos tradicionais de uma carreira, é preciso personalizar o ensino.
Eles parecem desconectados um do outro, mas podem estar no mesmo fórum online
[FONTE: The Sheppard Post]
Os millenials são impacientes, acostumados a recompensas imediatas. Um semestre de aulas com uma prova final vai desestimular suas mentes rápidas. Eles precisam de desafios menores que permitam conquistas ao longo do percurso. Incentivando sua capacidade de superar obstáculos, esses jovens poderão se envolver com o aprendizado com o mesmo comprometimento que eles assumem perfis de redes sociais, comunicações online e novas tecnologias. Um bom gestor saberá aproveitar esse entusiasmo em prol de sua instituição.
A chave do sucesso está na flexibilidade: não adianta tentar impor modelos únicos a uma geração que aprendeu a ser múltipla. Pergunte a um jovem o que ele faz ou pretende fazer da vida e você provavelmente vai ouvir uma série de palavras encadeadas, o que fez os americanos definirem a nova geração como “hifenizada”. O novo profissional não é apenas publicitário, ele será publicitário-DJ-oficineiro-produtor-de-cerveja-artesanal. E ele espera encontrar essa mesma diversidade da universidade. Está lançado o desafio!
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