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Informação para a educação: a importância dos dados na reestruturação dos cursos

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Uma palavrinha tão pequena com um conteúdo tão precioso: dados. Esse conjunto de informações coletadas e organizadas pode ser a chave para muitos programas de computador, experimentos científicos, censos e análise. A coleta de dados também se torna cada vez mais interessante para a educação, considerando-se, especialmente, o avanço do uso de novas tecnologias na área. O especialista em reestruturação curricular David White escreveu sobre a importância dos dados na remodelagem de cursos acadêmicos. A educação a distância, por sua natureza inovadora e em constante aprimoramento, já pode se beneficiar desses conselhos. Afinal, uma das grandes vantagens do EAD com relação ao ensino presencial é a possibilidade de uma maior personalização do curso para melhor se adaptar ao aluno. E como se consegue fazer isso de forma bem sucedida? Isso mesmo, a partir de dados certeiros. Selecionamos aqui algumas das indicações feitas por ele:

A coleta e o armazenamento de informações, base da tecnologia, também é essencial na educação.  Fonte: Zoolz

A coleta e o armazenamento de informações, base da tecnologia, também é essencial na educação.
Fonte: Zoolz

#1 Feedback por parte dos alunos

Uma das informações mais importantes a se ter em mãos, especialmente quando se pensa em adaptação e reestruturação de currículo, é o retorno por parte dos alunos. Em vez de se limitar a questionar a atuação dos tutores e professores, o gestor deve se perguntar sobre a experiência de aprendizagem dos estudantes como um todo, e não somente em relação ao curso em que está matriculado. É essencial perceber em que ponto o aluno para de aprender ou não consegue mais se conectar com o conteúdo, o que pode ser uma das causas da evasão escolar no ensino superior. Com isso em mente, o importante é oferecer possibilidades que não sejam apenas arranjos feitos no próprio curso já existente, mas que provenham de uma mudança profunda. O especialista alerta para que não se cometa o erro de adotar a filsofia do “faça alguma coisa, qualquer coisa” quando se trata de mudanças estruturais em currículos. Ou corre-se o risco de criar métodos que apenas disfarçam o problema. Para White, as perguntas que os gestores devem ter em mente são:

– Que atividades de ensino os alunos consideram mais interessantes?

– Quais atividades de ensino possibilitaram aos alunos se conectar diretamente com o conteúdo?

– Quais eram as expectativas de aprendizado dos alunos quando começaram o curso?

#2 Analisando a experiência de aprendizado

Entender de que forma os estudantes vivenciam a experiência acadêmica e como eles utilizam todos os recursos oferecidos pela instituição traz pistas sobre o que pode ser melhorado e que outras possibilidades podem ser oferecidas. Em nível individual, é interessante saber quanto tempo o aluno dispõe para dedicar diariamente aos seus estudos. Esses conhecimentos ajudam a instituição a oferecer formas eficientes e significativas de motivar seus estudantes. Para chegar a essas respostas, o especialista recomenda os seguintes questionamentos:

– Quais são as possibilidades que a instituição oferece ao aluno para reforço no aprendizado e para esclarecer dúvidas e conteúdos que foram mal compreendidos?

–  Para todos os elementos que compõem o curso (apresentações, atividades, aulas teóricas), quanto tempo o estudante leva para cumprir todas as tarefas? Esse dado está de acordo com o que é proposto pelo curso?

– Os elementos do curso estão organizados de forma a proporcionar uma experiência de aprendizado eficiente, efetiva, significativa e motivante para os alunos?

 

O tempo disponível do aluno para os estudos é um dos mais importantes fatores a serem considerados na criação e na reestruturação de um curso de EAD.  Fonte: Online Learning Insights
O tempo disponível do aluno para os estudos é um dos mais importantes fatores a serem considerados na criação e na reestruturação de um curso de EAD.
Fonte: Online Learning Insights

 #3 Avaliação dos estudantes

Os dados relacionados a avaliação estudantil são muito importantes para identificar alvos específicos a serem considerados em uma revisão ou reestruturação de curso. Afinal, o desempenho dos alunos é uma das variáveis que mede a qualidade geral do ensino. Ainda, é de interesse da instituição que seus estudantes atinjam seu máximo desenvolvimento durante o curso e que ela seja capaz de prover instrumentos para que esse desenvolvimento ocorra. White sugere as seguintes questões no que diz respeito à avaliação de alunos:

– Como estão indo as avaliações individuais ao longo do curso? Estão de acordo com as expectativas da instituição sobre os alunos?

– Em que avaliações a maioria dos alunos se sai bem e em quais a maioria se sai mal? Esses dados são consistentes em todas as turmas?

– A que fatores os estudantes atribuem seu sucesso ou sua falha em uma avaliação?

#4 A soma de todas as partes

Por fim, por mais que o plano não seja uma total reestruturação curricular, os dados adquiridos sobre o curso existente são extremamente úteis para identificar áreas que precisam ser repensadas. De acordo com David White, ao utilizar de forma combinada os questionamentos mencionados no texto, o gestor pode obter uma visão holística do curso em questão ou da própria instituição de ensino.

A busca por essas informações, no entanto, deve ser sistemática. A Blackboard possui um programa especializado para a coleta de dados que ajudam não só na obtenção de respostas, mas na tomada de decisões na gerência de cursos online. O Blackboard Analytics também pode ser utilizado por professores e alunos que queiram gerir melhor seu tempo e seu desempenho acadêmico, transformando dados em informações efetivas, que apontam de forma eficaz o que pode e o que deve ser mudado.

Por fim, White aconselha a quem quiser promover mudanças curriculares que tenha em mente três pontos importantes: as mudanças devem estar de acordo com as informações obtidas e com novas tendências que possam melhorar o desempenho de todos os estudantes, a interação entre alunos e professores deve ser preservada e, finalmente, não faça quaisquer mudanças apenas por fazer. Elas devem ser muito bem pensadas.

E você, utiliza dados de que outras formas na educação? Acompanhe esse e outros debates assinando a nossa newsletter neste link.

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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